Resposta de Maria a Mensagem do Anjo: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).
Terá sido fácil esta proposta para Maria? Será que Ela a pronunciou espontaneamente, de maneira superficial e irrefletidamente, como nós freqüentes vezes o faremos na oração “O Anjo do Senhor”?
Maria se assustou com o que estava acontecendo em torno de si. Ela se assustou diante do anjo; assustou-se, certamente, com o inaudito que dela Deus esperava, pois queria ser somente a serva e não a Mãe do Salvador.
Tudo lhe aconteceu de maneira tão imprevista. Seus planos foram destruídos – queria permanecer virgem – e parece que agora devia o alterar. Ela não tinha muito tempo para refletir; precisava decidir-se logo. Não tinha oportunidade de dormir uma noite e, na manhã seguinte, ponderar novamente. O anjo estava diante dela e aguardava resposta – uma resposta bastante decisiva para a salvação do mundo.
Maria não hesitou nenhum instante; não se envolveu em falsa humildade, dizendo: não sou capaz para isso! Não discutiu com o anjo, como Moisés com o Senhor, quando lhe ordenara que se apresentasse diante do Faraó e realizasse coisas extraordinárias, para que ele deixasse partir o povo de Israel. E, por fim, lhe disse Moisés: “Minha língua é pesada; Aarão deve falar em meu lugar .”
A simples donzela de Nazaré agiu de modo bem diferente. Com simplicidade filial e confiantemente, disse: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1, 38)
E qual a tua resposta ao sofrimento? Que dizes tu à mensagem do Pai? Certamente te perguntas: Mas, pode-se dizer “sim” à injustiça, à difamação? Pode-se consentir em desprezo e infidelidade? Pode-se dizer “sim”, quando se perde bens e haveres, quando a aflição ultrapassa as próprias forças? Pode o homem consentir no sofrimento que a morte lhe causa, tirando do seu meio o ente mais querido?Quando doenças o atormentam e a existência vacila sob seus pés? Pode alguém dizer “sim”, quando não consegue dominar suas paixões, embora empregue esforço constante para isso?
Reflete: teu sofrimento – seja qual for – é permitido pela bondade paternal de Deus e seu olhar repousa com grande desvelo sobre ti. Ele quer somente o teu bem; quer atrair-te a si. Procura crer firmemente nisso. Ainda que te deixe alguma fraqueza moral, humilhante, Ele o faz, tendo em vista o teu bem.
Deves apenas confessar sinceramente tua miséria e, muitas vezes, pela oração, elevar-te a Ele e à tua Mãe Celestial. Oferece-lhes tua boa vontade e, hoje, tenta dizer um “sim” resignado à vontade de Deus, à cruz que tanto te oprime. “Deus é Pai, Deus é bom e bom é tudo o que Ele faz.” Diante de tudo o que te é incompreensível, com Maria, dize também tu: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).
Oração
Querida Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt, pequena serva de Nazaré! Implora a Deus para mim a graça de, em meu sofrimento, dizer um singelo “sim”, humilde e resignado à vontade de Deus. Ensina-me a curvar-me à sua mão, lembrando-me da palavra: “Quem confia em Deus, constrói sobre um solo firme e quem nele se apóia jamais perece.” Amém.
Aplicação à vida
Dize, hoje, um “sim”, pronto e disposto, para todos os acontecimentos e imprevistos que te surpreender.