Peça recorda os 80 anos do colégio Mãe de Deus.
Karen Bueno – Uma história narrada por um tijolo e uma árvore: assim é a peça teatral “Você faz parte desta história”, apresentada por alunos e professores do colégio Mãe de Deus durante o I Congresso Internacional Schoenstatt de Educação. A peça narra a chegada das Irmãs de Maria de Schoenstatt ao Brasil e a constituição do colégio Mãe de Deus, um dos primeiros na cidade recém fundada, em 1936, e o primeiro a aplicar a pedagogia Kentenichiana de ensino no mundo.
Danças, música, arte e muita singeleza infantil transmitem uma história complexa e cheia de detalhes. O ponto inicial se dá com o jornalista Paulo Briguet comentando o começo dessa jornada – ele pesquisa e escreve sobre a história do colégio. Partindo da Alemanha num contexto de pré-guerra, em 1914, os alunos retomam a fundação de Schoenstatt, com as palavras do Pe. José Kentenich.
A peça segue a linha do tempo, que vai desde os campos de batalha até a migração das primeiras Irmãs à América, chegando ao Brasil em 1935. Cada parte da história é interpretada com danças e encenações feitas por alunos de ensino infantil do colégio. O “tijolo” aparece no ano de 1936, recordando o tijolo do Santuário Original trazido ao país por uma Irmã de Maria pioneira. Com o passar do tempo e consolidação do colégio, quem vem para narrar a história é a “mangueira”, a árvore que fica ao lado do Santuário de Londrina e já está ali por muitos anos.
O final da história ganha um tom de internacionalidade, especialmente preparado para este Congresso, com crianças representando os diversos países. Assim, todos são acolhidos com um ‘jeitinho’ brasileiro. “É uma síntese de todas as histórias, saudando também os outros países”, resume a coordenadora de artes e esporte do colégio, Sonia Secco.
Somos parte da história
Mais do que uma peça de teatro, o sentimento de ser parte da história do colégio Mãe de Deus está entre aqueles que integram a comunidade escolar. Matheus Sella, aluno do terceiro ano do Ensino Médio, passa quase o dia todo na escola: “O colégio, desde quando eu entrei, começou a ser parte da minha vida, porque eu tenho muitos amigos nele, que eu considero parte da minha família, os professores também são muito amigáveis, o colégio é como uma família, por isso eu gosto de vir todos os dias”.
Carla Rocco foi aluna do Mãe de Deus e hoje é coordenadora pedagógica: “O colégio faz parte da minha vida. Me formei nele, depois comecei a trabalhar ali; trabalhei também em outras escolas, mas hoje retorno e eu me sinto parte dessa história”. Letícia Tardelli estuda Pedagogia e é monitora na escola: “Estou há pouco tempo no colégio, mas já me sinto parte da história ao poder contribuir com ele”.
“O Mãe de Deus é uma escola que tem raízes, tem um passado, leva a história de Irmãs que vieram sozinhas sem falar a língua portuguesa. Tudo o que se tem nele hoje não foi ganhado facilmente. As Irmãs passaram a vida ali, se dedicaram, então não é uma obra de caridade, é uma obra de vida, elas deram o sangue para construir essa história de 80 anos”, ressalta Sonia Secco.
Muitas vidas foram moldadas, segundo a perspectiva do Pe. José Kentenich, a partir das salas de aula do colégio. Ali, paralelamente, a Mãe de Deus consegue educar os corações juvenis a partir do Santuário e realizar sua missão de educadora. Nas palavras do Fundador, a comunidade que compõe o colégio pode se ver hoje como “herdeira de um grande passado, portadora de um grande presente e construtora de um grande futuro”.