“Quanto maior o progresso exterior, maior o aprofundamento interior”.
Karen Bueno – Na manhã desta quarta-feira, 24 de agosto, começa o primeiro ciclo de palestras e trabalhos no I Congresso Internacional Schoenstatt de Educação, no Teatro Mãe de Deus, em Londrina/PR. O período é marcado por discussões sobre a Pedagogia Kentenichiana, com temas abordados por Pe. Raul Espina Brisso, Ir. M. Dorothea M. Schlickmann e Rosana de Sousa Pereira Lopes.
Ir. M. Dorothea retoma o método pedagógico do Pe. Kentenich, suas abordagens e características. Ela acentua a relação professor-aluno e como o Pai e Fundador via cada um desses, enquanto sujeito e objeto do processo pedagógico. Clique para ler mais.
O papel da gestão na escola a partir da Pedagogia de José Kentenich é o tema da palestra de Pe. Raul Espina, membro da direção geral do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt. “A escola atual se move num horizonte de mudanças constantes, de desafios permanentes e, por isso tudo, deve estar enfocada em uma tarefa de formar e educar para o futuro que agora nem sequer visualizamos ou imaginamos”.
Em suas conclusões, ele aponta: “Entendemos com Kentenich que a educação é um processo de serviço desinteressado frente a vida. Esse serviço busca que a pessoa possa alcançar seu máximo desenvolvimento e crescimento em todos os âmbitos de sua vida. Não só o aprendizado do aluno é o foco da gestão, mas também o desenvolvimento dos diferente integrantes da comunidade escolar. A organização escolar necessita ter um norte e projeto claro, também necessita prover espaços de liberdade para a comunidade da instituição”.
Poder: serviço à vida
A Prof. Dra. Rosana Lopes indica a reconfiguração da palavra “poder”, dada pelo Pe. Kentenich. Um conceito deturpado, que se torna sinônimo de corrupção no Brasil e na América Latina, diz ela, mas que para o Pe. Kentenich tem um sentido profundo.
“O poder, para o Pe. Kentenich, é um serviço à vida, isso porque o seu paradigma espiritual é Maria. Ele reconhece, entre os seus educando, que o poder está entre eles e não nele somente, mas ‘neles’, no plural – Não sou eu que quero que vocês aprendam, nós queremos aprender junto” (referência ao Documento de Pré-Fundação de Schoenstatt).
A primeira vez que o Fundador faz uso do poder é em 1912, quando se torna diretor espiritual dos jovens seminaristas. “O ato de governar significa serviço à vida, quem quiser ser autoridade precisa servir aos demais. Ele afirma: ‘Ponho-me inteiramente à vossa disposição, com tudo o que sou e o que tenho: com o que sei e o que não sei, com todas as minhas capacidades e debilidades, mas, sobretudo, com o meu coração’. Ele se faz autoridade não porque é perfeito, mas porque reconhece suas limitações”.
Rosana diz ainda: “Quando a escola se torna autorreferente, ela é corrupta, ela aliena, porque ‘rouba’ aquilo que nos foi confiado. Kentenich não cria uma pedagogia, mas um sistema pedagógico, movido pelo que chamamos de cinco estrelas condutoras: Movimento, Confiança, Aliança, Vinculação, Ideal. O ponto de partida da Aliança é Maria, a chegada é Deus”.
Trabalhos
À tarde seguem as apresentações de trabalhos científicos pelas salas do colégio Mãe de Deus e, no Teatro, uma exposição das escolas que aplicam a pedagogia Kentenichiana como método de ensino. São momentos de enriquecimento mútuo e troca de informação.