Por uma cultura da Aliança nas escolas.
Karen Bueno – O Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt, destacando a importância do sistema pedagógico de seu Fundador, mantém uma rede de escolas com a pedagogia Kentenichiana de ensino em cinco países. Por meio da Fundação Pentecostes, esses colégios são integrados e se apoiam mutuamente, buscando o enriquecimento dos alunos e das equipes.
Pe. Raul Espina já foi diretor de uma dessas escolas e hoje integra a direção geral do Instituto. Durante o I Congresso Schoenstatt de Educação, ele conta como os Padres de Schoenstatt compreendem e aplicam a pedagogia em suas escolas:
Quantos colégios os Padres de Schoenstatt têm no mundo?
Temos seis no Chile, dois no Equador, um em Portugal, um na Espanha e temos dois na Índia.
Nessa rede de escolas, quais são as características em comum que o Instituto prioriza?
Há um documento, que não tenho tão consciente nesse momento, mas que traz elementos chave, por exemplo, a qualidade, para que seja uma boa escola enquanto escola, que é sua função; que a qualidade da educação seja a melhor possível, que seja excelente. E logo está a outra ideia, de que tenha um elemento Kentenichiano transversal, que se reconheça nela o espírito do Pe. Kentenich e que tenha uma participação ativa de todos os atores que compõem as escolas. Isso é o que eu poderia dizer agora muito rapidamente.
Esses colégios estão localizados onde há Santuários de Schoenstatt?
Não necessariamente. Creio que uma das características dos colégios dos Padres [de Schoenstatt] é que sempre tem sido um projeto no qual trabalham leigos e sacerdotes, então toda a parte de condução do colégio, em grande parte, está nas mãos dos leigos e nós, sacerdotes, acompanhamos esse processo e velamos pela direção, pelas grandes linhas, por assim dizer. Mas reconhecemos também que os leigos têm uma autonomia e também conhecimento de muitos aspectos técnicos que nós não temos.
São escolas para meninos e meninas separados?
Há diversos modelos, mas, em geral, nós temos aulas onde eles ficam separados, porém convivem juntos no recreio, nos diversos momentos de encontro. Além disso, agora nos últimos anos existe muito contato, porque se trabalha com as “signaturas eletivas” [processo de seleção], então aí trabalham em conjunto homens e mulheres.
Os senhores trabalham com suas escolas em uma rede colaborativa, na chamada Fundação Pentecostes. Que consequências essa experiência trouxe?
A grande experiência é essa oportunidade de poder compartilhar vivências e dar-nos conta de que temos um projeto similar, original em cada lugar, mas com recursos comuns. Também que podemos aproveitar, por exemplo, a capacitação dos professores, dos diretores, que antes estavam separados e hoje em dia podem fazer isso em conjunto. Podemos ter, além disso, a formação de uma mentalidade comum e de um espírito comum e sentir que estamos construindo o mesmo projeto, e não cinco ou seis diferentes, então isso tem sido muito bom. Outra coisa é, eu creio, que também nos move a ir elevando a qualidade da instituição, porque se vai aprendendo aquilo que é bom nos demais.
Qual é a necessidade de promover eventos como o I Congresso Schoenstatt de Educação, reunindo os colégios schoenstattianos?
Acredito que o mais significativo, me parece, é a necessidade que temos de compartilhar, e de compartilhar tanto para dentro como para fora. Por isso me parece que esse Congresso, que convidou pessoas de universidades, palestrantes especialistas que não são de Schoenstatt, nos faz olhar para fora e poder dizer que temos coincidências com eles e diferenças, mas ambas as coisas nos levam a aprender e nos levam a situar-nos mais otimistamente sobre o futuro e dizer que estamos por um bom caminho.