Gonçalo Cravo pertence ao Curso Dilectio Patris Vivens ex Sion (Amor Vivo do Pai desde Sião), o mesmo dos brasileiros Pe. Júlio Fabiano Rodrigues Afonso e Pe. Ailton Brito Alves.
Pe. Francisco Cruz Sobral – Cidade da Amadora, anos 80, pobreza e contrastes na periferia de Lisboa. Aí nasceu o Pe. Gonçalo Afonso Cravo, novo Padre de Schoenstatt de Portugal. O país desenvolvia-se com o apoio dos fundos estruturais da União Europeia, mas o Gonçalo, como tantas outras pessoas, era assaltado na rua, entre a escola e a chegada ao apartamento onde morava com os pais e as duas irmãs mais novas, roubado por aqueles que continuavam sem encontrar outra forma de sobreviver.
Um dia, a Pedagogia da Aliança de Amor entra na casa da família Cravo, primeiro por meio da mãe, depois em família, quando todos participam na fundação da União de Famílias de Schoenstatt. Uma força inesperada, horizontes amplos, novos contatos, a perspectiva de mudar o mundo com a energia da cultura da Aliança. O Gonçalo, depois de muitos anos de participação ativa na paróquia, entra para a Juventude Masculina de Schoenstatt e para as primeiras experiências de missões familiares, e abre-se à vocação sacerdotal.
Sob um chão de 500 anos, a entrega
Dia 24 de setembro de 2016, 16 horas, Igreja de Santa Maria de Belém, Mosteiro dos Jerônimos em Lisboa. Mil pessoas enchem por inteiro o espaço iluminado pelo sol que lentamente se deita sobre o mar Atlântico, o dos navegadores, das descobertas e dos encontros entre povos e culturas. O Gonçalo, prostrado neste chão de pedra com 500 anos, entrega-se em silêncio ao Deus da história da sua vida, enquanto a assembleia implora a intercessão de todos os santos. Depois, ainda em silêncio, o Arcebispo Emérito de Évora, Dom Maurílio de Gouveia, estende as suas mãos consagradas e os outros 30 sacerdotes presentes fazem o mesmo.
Pela memória do Gonçalo passam, como num filme, as vivências da infância, do Liceu da Amadora e da sua família, dos encontros da União, do noviciado no Paraguai, do seminário no Chile e dos prisioneiros a quem serviu, no estágio em Madrid, do terciado no Monte Sião em Schoenstatt, dos últimos meses vividos já como diácono nas paróquias de Algés e Miraflores, Cruz Quebrada e Dafundo. Periferia de Lisboa. Novos desafios para um Padre que quer caminhar sempre de novo ao encontro daqueles que precisam do seu serviço, do seu amor. Da misericórdia de Deus.
Sim, o Gonçalo agora é Padre
Padre. Sim, o Gonçalo agora é padre. Quando o Bispo – quase 85 anos de entrega e fidelidade – e o novo sacerdote, com uma vida inteira pela frente, se abraçam, a igreja inteira irrompe num sonoro aplauso, emocionado e feliz. Nossa Senhora acolheu Jesus na encarnação e logo partiu para ajudar e servir. O Pe. Gonçalo quer viver assim, como ele próprio testemunhou na Missa a que presidiu em Fátima, no dia seguinte à sua Missa Nova. A primeira Santa Missa, ele tinha celebrado na manhã de domingo, 25 de setembro, no Santuário de Nossa Senhora de Schoenstatt, o Santuário Cenáculo da Família do Pai em Lisboa. Uma vez mais rodeado de centenas de pessoas, sobretudo de famílias jovens e muitas crianças, mas também daqueles que há mais de 50 anos se tornaram o fundamento sólido de toda esta vida pujante, quando se atreveram a levar o Movimento Apostólico de Schoenstatt para Portugal durante os anos difíceis do exílio do Fundador, Pe. José Kentenich.
Nesse dia de Missa Nova, o Padre Gonçalo usava a sua estola bordada por um preso de Santiago do Chile e por uma Irmã Clarissa de Lisboa com imagens significativas: a mulher que muito tinha pecado e a quem Jesus perdoou tudo; o barro que é formado pelas mãos do oleiro; a portuguesa Cruz de Cristo e das caravelas missionárias. Na estola e na história do Pe. Gonçalo, recados de Deus para todos nós, o amor do Pai que procura cada filho para lhe oferecer a sua misericórdia e o formar no amor, e que agora e para sempre conta com a entrega total do seu novo sacerdote. Rezamos com o Pe. Gonçalo: “Pai, porque sou débil e pequeno, faz de mim um milagre de misericórdia!”
Fonte: schoenstatt-fathers.org