Rio Branco do Sul: Instrumentos de amor, perdão e fé inabalável
Alexandre Rossi / Renata Orsato – “Família em saída, vivencia o amor”: Esse foi o lema entoado pelos 125 missionários que, entre os dias 24 a 28 de fevereiro, deixaram o conforto de seus lares para levar o amor da Mãe Três Vezes Admirável aos moradores da cidade de Rio Branco do Sul/PR. Partindo de várias cidades do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e até mesmo do Paraguai, encontraram-se no Santuário Tabor Magnificat, de Curitiba/PR, e participaram da Santa Missa de Envio, presidida pelo Pe. Marcelo de Souza, capelão do Santuário e integrante do Grupo Missionário Magnificat nessas missões.
Distribuídos em três comunidades, acomodadas em escolas das regiões de Caic, Tacaniça e Igreja Matriz, formaram famílias que estabeleceram uma identidade mútua e estiveram presentes umas nas outras, em comunhão de corações, para e assim vivenciar o amor de maneira ainda mais intensa, como as primeiras comunidades de católicos o faziam. Partilharam tudo na convivência diária, como quartos, tarefas, mesas de refeição, vivências de espiritualidade, etc.
Também participaram, junto aos riobranquenses, de visitas às casas nos bairros, oração do Terço, Missas, Noite de Formação de Lideranças, encontros com crianças, jovens e adultos, além da Noite Missionária – evento que reuniu todos os missionários para confraternização e adoração ao Santíssimo. Tudo foi organizado por uma Comissão Central, formada por reitores, ecônomos, equipes de espiritualidade, liturgia, jovens, crianças e adultos.
Espiritualidade para a vida
Eliza Marochi, integrante da comissão de espiritualidade das Missões, traduziu os principais pontos trabalhados durante os cinco dias. “Utilizando como base as virtudes da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, começamos com perdão, para que pudéssemos liberar tudo o que nos angustiava e tirava nossa paz, depois, buscamos aproximar as famílias formadas pelos missionários e focamos no amor deles para com a comunidade, que cada um levava em cada visita às famílias, de coração aberto, sem julgamento, de maneira gratuita”.
Tanto aspectos introspectivos quanto os sociais foram pauta dos encontros. “Outro tema foi a vivência, porque para aprender, temos que vivenciar, sentir, praticar, senão fica só na teoria, por isso, ainda exploramos a importância de colocar no mundo nossos talentos, multiplicar o que Deus nos deu”, explicou Eliza, que fez um balanço final da participação dos missionários nas atividades: “Eles foram maravilhosos, pois mergulharam nas dinâmicas, extraíram muitos aprendizados, exercitaram paciência, disciplina, foco e objetividade, isso sem contar as adorações, que foram lindas, interiorizadas, respeitosas”.
Tocando corações
Pe. Marcelo também contou suas impressões acerca das vivências que todos tiveram. “As Missões Familiares representaram um verdadeiro tempo para tocar corações. Tocamos o coração de muitas pessoas e o nosso coração também foi tocado. A experiência vivida em Rio Branco do Sul confirmou o caminho que não podemos mais deixar, o caminho das missões”, confessou.
Compartilhando do mesmo entusiasmo, o pároco de Rio Branco do Sul, Pe. Eder Szpak Meiga, revelou que “o Carnaval de 2017 foi diferente para a Paróquia de Nossa Senhora do Amparo, de modo todo especial para as comunidades da Vila São Pedro, Tacaniça da Fábrica e Natânea, devido às Missões Familiares do Movimento de Schoenstatt. Foram dias maravilhosos nessas comunidades juntos com os missionários. As visitas às famílias, os momentos de oração, os encontros celebrativos e formativos foram muito especiais. Várias pessoas que foram visitadas e participaram dos diversos momentos ficaram maravilhadas com o testemunho da ‘alegria do evangelizar’ dos missionários”.
Ele ainda abençoou aqueles que decidiram doar parte de seu tempo para levar a Palavra de Deus a quem mais precisava. “Que a Mãe Peregrina possa interceder com muitas graças para cada um dos missionários que aqui estiveram”, finalizou.
Missionários de diversas origens são chamados
Raquel Cabrera chegou de Ciudad del Este, no Paraguai, para integrar o grupo. Ela participa da Liga Apostólica Feminina de Schoenstatt e sempre sai em missões com o Movimento de Schoenstatt. De acordo com ela, “neste ano tive momentos maravilhosos, os quais me mostraram que ainda há muita gente boa neste mundo, disposta a levar Deus aos outros com muito amor e alegria. Vi que meus problemas são mínimos comparados com os de outras pessoas, que apesar de tudo, elas vivem com muita fé e não reclamam de nada. As missões também me demostraram que formar uma família com base em Deus e ser feliz é possível. Foram dias de muita alegria e amor… guardo cada momento e cada rosto no coração. Voltei para casa renovada, com amor, felicidade, paz no coração, e, sobretudo, muita a gratidão a Deus e a toda comunidade”.
Já Jeferson Rogério Faria partiu de muito perto para acompanhar uma das comunidades. Ele é morador de Rio Branco do Sul, atuante na Igreja Local, por isso aproveitou para passar um dia com os missionários. Relatou uma maravilhosa experiência: “Conheci o Movimento de Schoenstatt nessa ocasião e a minha integração com a comunidade foi incrível, as pessoas me acolheram com o coração e interagiram bastante comigo. As visitas às casas representaram um aprendizado muito valioso, pois observei novas formas de abordar as pessoas, conversar, ouvir mais do que até falar. A experiência me deu novo ânimo, novo ardor, desejo de ser missionário da Igreja em saída”.
A diversidade de origens dos missionários tornou as Missões Familiares de Curitiba ainda mais ricas. Romario Souza, do Santuário de Jaraguá, em São Paulo/SP, disse que “vivenciar as Missões foi fundamental para descobrir que apesar de passarmos desapercebidos, de não notarmos nos dias de hoje, Deus age de forma grandiosa! Ele nos ensina a sermos extraordinários no ordinário”. Ana Laura Santini, da Juventude Feminina de Schoenstatt de Santa Maria/RS, relatou que “participar das missões, é, antes de tudo, um despojar se de si mesmo, é colocar-se de forma pequena junto aos pés de Maria. Ser seus olhos, boca e ouvidos, mais intensamente durante os cinco dias. É fazer-se filho, um instrumento moldável em suas mãos. É presenciar com clareza a Divina Providência atuando nas pessoas e nos acontecimentos, sentir o Espírito Santo inflamando corações e inspirando doações heroicas. Perceber que Deus oferece alento e que todas as dificuldades se tornam uma linda forma de se sacrificar pelas almas e trazer muitas conversões”.
O legado das Missões Familiares
No ano de 2016, houve renovação no quadro da reitoria. A equipe passou a ser formada pelos casais Gilseanne e Alexandre Rossi (reitores gerais), Goreti e Selvino Muraro, além da dupla Scheyla Furlan e João Paulo Oliveira. Elder Semprebon, integrante da equipe anterior, permaneceu para apoiar os novos reitores.
Já de antemão os reitores se perguntavam qual legado gostariam de deixar para a cidade. A resposta veio com a Noite de Formação de Lideranças e com o ‘domingo aberto’, que permitiu aos líderes locais passarem o dia todo com os missionários. “Em ambas as ocasiões vimos os líderes locais motivados e conseguimos mostrar um caminho para o estado permanente de missão”, relatam os reitores.
Os objetivos foram alcançados com êxito, prova disso são os diversos depoimentos colhidos e os muitos casos de pessoas que, há mais de uma década, não participavam de uma celebração Eucarística e estavam presentes na Missa de Encerramento, realizada na Igreja Matriz. “Tendo em vista que os bancos da Matriz ficaram cheios, em plena terça-feira, pudemos ter a certeza de que vivenciamos nossa Aliança de Amor, que levamos a Rio Branco do Sul a cultura do encontro e, por fim, pudemos afirmar que o Movimento de Schoenstatt não é voltado somente para si, para o crescimento interno, mas que Schoenstatt é missão, que Schoenstatt é para a Igreja”, concluiu a equipe de reitoria.