Recordando a história para projetar o futuro.
Renata Orsato – Unida em torno do Santuário Tabor Magnificat, a Família de Schoenstatt de Curitiba/PR reuniu, no dia 5 de março, representantes dos ramos, comunidades e romeiros de Schoenstatt para a abertura das atividades de 2017.
Um ato simbólico marcou o começo do encontro, quando entregaram sobre o altar do Santuário um tijolo, representando o empenho e as contribuições ao Capital de Graças de toda a Família em prol da primeira etapa construída da Casa de Retiros Pe. José Kentenich.
Após a cerimônia, foram promovidas palestras e mesas-redondas entre os membros ali presentes, com o objetivo de realizar uma retrospectiva do ano anterior, bem como de abordar e refletir sobre os rumos do ano que é oficialmente iniciado.
João Paulo Oliveira, presidente do Conselho da Família de Schoenstatt de Curitiba, recordou os desafios propostos no Congresso de Outubro de 2016, do Regional Paraná: “Tivemos formações e chegamos a algumas conclusões: sair da comodidade. Então, Schoenstatt em saída. Isso deve ser concretizado através do compromisso maior com a Igreja, do Movimento estar presente nas paróquias. Ainda apoiar o Ano Mariano Nacional, que é este ano de 2017 e fortalecer os projetos apostólicos existentes”.
Após, a também presidente do Conselho Aline Russi trouxe ao público as linhas que irão nortear os trabalhos do Santuário Tabor Magnificat em 2017, como o jubileu do Ideal Tabor, da visita do Pe. Kentenich ao Brasil, além dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. “Será que sentimos a essência do que é o Tabor, de que devemos viver tanto dentro do nosso ramo quanto dentro das nossas casas?”, questionou ela.
O casal Ana Paula e Guilherme Paiva, do Instituto de Famílias de Schoenstatt, trouxe algumas reflexões sobre os dois temas. “No Ano Mariano o Papa Francisco nos proclama a vivenciarmos uma vinculação maior a Maria e dentro do nosso Movimento o nosso Pai e Fundador nos chama a experimentar novamente as graças da proclamação do Ideal Tabor, já há 70 anos. Então nós temos o Papa e o Pai e Fundador falando diretamente ao Brasil. É um ano de muitas graças”, disse Ana Paula.
O Ano Mariano
Para melhor introduzir o contexto, foi citada a primeira aparição da Virgem Maria na América Latina, em Guadalupe, no ano de 1531. Ela apareceu para um índio, Juan Diego, no México, que é o país latino-americano mais ao norte do continente. Depois, Nossa Senhora foi descendo pela América Latina, até que em 1717 apareceu para pobres pescadores no Brasil.
Segundo Ana Paula, “Maria tem feições latinas e indígenas em sua imagem de Guadalupe e, depois, quando chega ao nosso país, ela tem feições negras. Ela sempre traz as feições do povo que encontra, inclusive dos nossos caipiras pira poras, dos escravos, dos pobres, não só os pobres de riquezas materiais, mas os pobres espirituais também, quantas vezes nós não somos pobres espirituais? Quantas vezes nós não precisamos nos libertar de algumas correntes que nos prendem? A Mãe vem nos libertar de tudo isso”.
O jubileu do Ideal Tabor
Recordando os 70 anos do Ideal Tabor e da visita do Pe. Kentenich ao Brasil, Guilherme e Ana Paula destacam: “O interessante é que na primeira visita do e Pai Fundador ao Brasil, notamos, pelos registros da época, que ele se sentiu muito à vontade aqui, apesar de falar alemão, que é uma língua muito diferente, veio de uma cultura diferente, assim que ele chegou, viu que tinha algo especial, pois se sentia em casa”, contou Guilherme Paiva. Para comprovar suas palavras, ele indica a citação de Pe. José Kentenich: “Não sei se vossa disposição é semelhante à minha. Eu não me sinto deslocado entre vós, é verdade que são rostos estranhos, idioma estranho, porém, a vida interior tem o mesmo fundamento”.
Sobre o ideal nacional do Movimento, Ana Paula Paiva pontua: “[o Pe. Kentenich] disse que naquela cena do Tabor Bíblico, com a transfiguração de Jesus ocorreu a transfiguração de todos nós, experimentamos a perfeição, a santidade, o heroísmo, e é isso que ele queria nos filhos de Schoenstatt. A nossa terra natal, terra de Schoenstatt, é justamente o ‘prado de Sol no brilho do Tabor’. O Pai e Fundador então proclama, conforme a vida que já existia e já era gerada em nosso País, o Ideal Tabor, para dele fluir a força de Cristo, que resplandeceu no Monte Tabor e nos mostrou a sua santidade e a santidade de Deus. No Tabor deve também resplandecer as glórias de Maria, a Mãe de Deus deve realizar o milagre da transformação”.
Os resultados das reflexões
Após as exposições de temas, grupos formados por todas as pessoas ali presentes participaram de mesas-redondas a fim de responder como o Santuário Tabor Magnificat poderia vivenciar melhor o Ano Mariano e o jubileu do Ideal Tabor.
As principais conclusões, apresentadas ao público em geral, foram aumentar o nível de aprofundamento espiritual, recorrendo à literatura do Movimento sobre o ideal, para “obter formas concretas de vivenciar o ideal, de recordar, viver, agradecer e levar o estilo de vida de Schoenstatt para fora do Santuário”; viver o Ano Mariano dentro das famílias e ramos por meio da divulgação da devoção à Mãe Três Vezes Admirável; reforçar a prática de orações marianas e terços, tanto no Santuário quanto nas paróquias; aprofundar-se nas graças do Santuário, dar testemunho aos que ainda não o conhecem e acolher as pessoas carentes de espiritualidade; usar a comunicação para divulgar ao público as características e ações de cada ramo; e, por fim, promover a unidade entre os ramos, integrando-os em projetos e atividades que já existem. A partir daí, lançou-se o convite a todos para “arregaçar as mangas” e partir para a missão.