Um pouco de tudo.
Karen Bueno – Certas experiências são tão únicas que não há palavras, expressões, frases para descrever ou então formas de contar como aconteceu. Assim são as Missões Familiares. Qualquer tentativa é um relato muito distante de uma vivência única que somente quem vive pode compreender a essência.
É quase impossível ilustrar em um texto a realidade de pais, mães, crianças, idosos, famílias se reunindo e partilhando a alegria de ser missionário. Todos juntos cantando, pulando, espalhando a felicidade que sentem ao receber tanto amor de Jesus e da Mãe de Deus. Assim foram as Missões Familiares em Caieiras/SP 2017.
Encontro
De 21 a 23 de abril, 168 missionários do Movimento Apostólico de Schoenstatt, de diversas cidades e estados, se reuniram para visitar as casas e ir ao encontro das famílias de Caieiras. A missão é porta a porta, olhar no olhar: “Olá, bom dia! Somos missionários e gostaríamos de conversar contigo… tem um tempinho?”. Assim, mais ou menos, inicia a conversa para descobrir a vida, a realidade, as histórias daquele lar e passar uma mensagem fundamental: Deus nos ama. Junto com a conversa vem a oração, a leitura da Bíblia e todas as intenções da família são colocadas no coração da Mãe Três Vezes Admirável.
Pe. Afonso Wosny, diretor regional do Movimento, recorda que essas visitas se alinham com aquilo que o Papa Francisco chama de ‘cultura do encontro’, as Missões são uma resposta de Schoenstatt a uma Igreja em saída e que vai ao encontro de todos, sem olhar para a realidade que vivem. Dessa forma, em 2017 os missionários passaram por locais contrastantes, tanto em casas luxuosas de alto padrão como por pequenas construções ainda sob reboque e cimento batido. No total, mais de 1.000 casas receberam a visita das famílias missionárias, tendo suas vidas e particularidades confiadas à MTA.
Família
As Missões Familiares têm a marca de serem famílias missionando famílias, por isso os casais do Movimento levam os filhos biológicos e também adotam novos ‘filhos de missão’, que pertencem à Juventude de Schoenstatt. A vida em comunidade é ainda algo marcante, gerando vínculos e seguindo o modelo de família que o Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, sonhou para seus filhos: um no outro, um com o outro, um para o outro. Em Caieiras os missionários foram divididos em três comunidades – São Francisco, Santo Antônio e São José – e experimentaram em cada uma delas a vivência das primeiras comunidades cristãs, para as quais era possível olhar e dizer: “vejam como eles se amam”.
Festa
A chuva insistente e o frio não impediram o grupo de caminhar. No dia 22 os missionários se reuniram com a comunidade de Caieiras em uma peregrinação pelas ruas da cidade, com guarda-chuva, capas protetoras e a determinação de quem não se detêm pelas gotas que encharcam e enchem a talha do Capital de Graças. O destino era a Concha Acústica, em frente à Paróquia Santo Antônio, que esperava a todos para uma vivência mariana. No estilo ‘talk show’, um programa de entrevistas e entretenimento, “Uma Noite com Maria” tratou do Ano Mariano, da inauguração do Santuário de Caieiras e de assuntos ligados à realidade local da cidade. A culminância foi a Santa Missa, coroando a noite de festa.
“Somos semeadores. Lançamos as sementes e sabemos que algumas caíram sobre pedras, outras nos espinhos ou na areia, mas temos certeza de que muitas caíram em terra boa e por isso estamos a missionar. Se apenas uma caiu em terra boa, já valeu a pena todos nós termos ido a Caieiras”, comentam os reitores gerais das Missões, Flávio e Regina Santos.
Construtores
O carinho e a acolhida da comunidade se expressavam nas portas abertas e na participação em missas e atividades. A Sra. Valquiria Tuon, de Caieiras, diz que “as Missões renovam nosso espírito cristão, o amor a Maria e a Jesus”. Diante de todo esse florescer missionário, o pároco local, Pe. Pio José Braga da Silva, espera que o entusiasmo permaneça: “Toda missão é um momento especial de cumprir o mandato de Jesus e levar sua Palavra, levar o amor de Deus junto com o amor de Maria para que cheguem ao coração das pessoas. Quem ouviu a palavra e foi tocado, vai sentir uma alegria no seu coração. Assim como hoje se faz necessário uma Igreja em saída, essa Igreja deve acontecer na medida em que os próprios cristãos católicos, leigos assumam a sua missão no meio do mundo”.
De toda essa experiência missionária, cada pequeno gesto, palavra, sentimento, atitude é colocado como contribuição ao Capital de Graças para a construção do novo Santuário de Schoenstatt em Caieiras. “Rainha da Família, construímos teu Tabor” foi o lema que acompanhou os missionários e que cada pessoa leva consigo até o dia 17 de setembro de 2017, quando enfim será consagrado o novo trono de graças da Mãe e Rainha de Schoenstatt – a missão continua, este é apenas um singelo aperitivo de tudo o que ainda está por vir.
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