“Sou Pedro Paulo Weizenmann, integrante da Juventude Masculina de Schoenstatt, tenho 17 anos e moro em Santos/SP. Fui admitido para fazer a minha graduação a partir de agosto próximo em Harvard, universidade na região de Boston, nos Estados Unidos, e faço, assim, parte da turma que se formará em 2021, a Harvard Class of 2021”. Assim começa a fala do Pedro Paulo sobre um passo importante que deu recentemente: ser aprovado em uma das melhores universidades do mundo. Sendo parte de uma família schoenstattiana, ele conta como o Movimento o ajudou nesse processo:
Schoenstatt foi essencial para minha aprovação em Harvard, em todos os sentidos, mas a começar pela família. Antes de tudo, Harvard não é, para mim, uma conquista apenas individual, mas principalmente familiar, pois se deve em grande parte às oportunidades que me foram proporcionadas, e nascer numa família schoenstattiana de firmes ideais, que sempre priorizou a Educação, a convivência e experiências culturais, foi a maior graça que recebi. Em vez de, por exemplo, valorizarem o consumo de bens supérfluos ou simplesmente dedicarem-se às suas carreiras profissionais, meu pai e minha mãe se esforçaram para que pudéssemos passar boa parte do tempo diário juntos, em parques, museus, atividades missionárias do Movimento, conversando à mesa sobre temas mundiais ou até viajando a Schoenstatt, na Alemanha, e isso fez toda a diferença na minha formação. Além do mais, como gosto de contar, o primeiro lugar a que eles me levaram logo depois de sair da maternidade foi o Santuário da Vila Mariana, em São Paulo/SP, para consagrar minha vida à MTA. Essa consagração sempre me acompanhou, mais ainda por viver à sombra de um Santuário Lar, até o momento em que a assumi autonomamente através da minha Aliança de Amor na Juventude Masculina de Schoenstatt.
O processo de candidatura a universidades americanas (ou “application”) é bem diferente do que conhecemos no Brasil. Não é apenas uma nota que determina a aprovação, mas todo um conjunto de questões que são desenvolvidas ao longo do Ensino Médio inteiro, o que inclui, além de exames como Toefl e SAT (o “Enem” americano), histórico escolar, recomendações de professores, conquistas e atividades extracurriculares, uma série de redações pessoais e entrevistas. Por ser um processo mais complexo, mas também mais subjetivo, muitos especialistas da Fundação Estudar (que me proporcionou mentoria com as várias etapas da “application”) atestam que a principal chave para obter um bom resultado é descobrir uma “paixão” pessoal, uma grande motivação ou algo inspirador que plasme a candidatura e seja um diferencial diante dos demais candidatos. Dessa forma, o primeiro conselho dado a um aluno que tenha interesse em aplicar é dedicar-se ao autoconhecimento desde o início do Ensino Médio, para ter uma consciência melhor do que mais o motiva e, assim, entregar-se bem a isso durante os anos. E é justamente aí que a pedagogia de Schoenstatt foi crucial para mim. No meu caso, eu só comecei a pesquisar sobre “application” no final do segundo ano. Contudo, eu já vinha trabalhando com a firme proposta de autoconhecimento em Schoenstatt por conta do meu contínuo processo de autoeducação e também na época de preparação para a Aliança de Amor com a ajuda dos meus assessores. Isso foi fundamental, pois, assim, eu já tinha mais claro o que me incentivava e quais eram meus ideais (ou a “paixão” que as universidades tanto procuram e que pode ser associada de certa forma ao que entendemos em Schoenstatt por “ideal pessoal”) e já vinha me entregando a isso nos últimos anos, seja com o Jumas ou em demais atividades acadêmicas e extracurriculares.
Nesse contexto de as universidades avaliarem um candidato com base em um conjunto de questões e considerando principalmente suas motivações particulares, algo muito valorizado é o exercício da liderança, como cada um levou esses ideais seus para realizações concretas. E Schoenstatt, sem dúvida, é, para mim, uma verdadeira escola de liderança e protagonismo. Desde que entrei em contato com o Jumas pela JMJ de 2013 no Rio de Janeiro e cresci na vinculação com cada integrante, pude me desenvolver de forma integral como líder protagonista, não só através de uma série de formações, mas principalmente ao assumir várias tarefas e atividades, sobretudo nas missões e, como dirigente, na fundação de grupos também na cidade em que vivo, Santos. Acredito até que essa consciência de missão que cultivei e levei ainda para os meus esforços mais acadêmicos foi uma das questões que mais se destacou e contribuiu na minha “application”, principalmente levando em conta que as minhas notas nos exames como o SAT, apesar de excelentes, não estavam tão altas para os padrões de Harvard.
Por fim, acredito que uma das principais mensagens de Schoenstatt, a confiança e a fé prática na Divina Providência, também desempenhou um papel especial nesse processo. Desde criança, cultivei o desejo de estudar nas melhores universidades do mundo, mas nunca fui um aluno que sentia uma necessidade por sair do Brasil a qualquer custo. Muito pelo contrário, sempre me orgulhei do nosso Brasil Tabor, valorizei as várias boas oportunidades aqui disponíveis e quero ajudar a enfrentar os desafios presentes no meu país. Dessa forma, desde que comecei a pesquisar sobre o processo em 2015, coloquei tudo nas mãos da MTA, para que ela abrisse as portas de onde eu melhor pudesse crescer como seu instrumento. Se não desse certo, eu estava tranquilo de que outro caminho me era reservado para os próximos quatro anos. A cada “porta aberta”, contudo, eu também assumia livremente a parte que me cabia nesse dever, e foi assim que consegui caminhar pelo processo até o final do ano passado. Tenho certeza de que o resultado, a aprovação e bolsa que recebi, não é apenas mérito meu, mas principalmente obra da misericórdia do Pai, já que o Deus que nos ama é o Deus das surpresas. Ao mesmo tempo em que recebo um grande presente, também assumo uma grande missão. Como dizia nosso Pai, o Pe. Kentenich, e nos insiste hoje o Papa Francisco, quero colocar-me como um pleno instrumento nas mãos da MTA para a formação do Homem Novo e para a construção da Nova Ordem Social. MPHCV
Parabéns!!! Muito obrigado pelo testemunho!