Duas brasileiras contam como foi para elas visitar o Santuário Original.
Ir. M. Nilza Pereira da Silva – Quase não passa um dia sem que haja alguns brasileiros aqui em Schoenstatt. Eles vêm de norte a sul do país e com a mesma saudade: pisar, ao menos uma vez na vida, o solo sagrado do Santuário Original. Chegam como estrangeiros e são acolhidos como gente da Família. Ao serem acolhidos com uma saudação em português, os olhos brilham e o coração se dilata: estou na casa da Mãe e sou compreendido em meu idioma!
Eles entram com profunda emoção e respeito no Santuário Original. As expressões são quase sempre as mesmas: “Meu Deus, estou pisando onde pisou o Pai e Fundador, estou andando pelos mesmos caminhos de José Engling e nossos heróis, estou no centro de nossa história, aqui tudo começou…” e, na maioria das vezes, a Mãe de Deus contempla por primeiro os seus olhos marejados de lágrimas. Ajoelham-se em silêncio e se percebe que as palavras não são capazes de expressar o que querem dizer para Ela. Ao sair do Santuário Original, normalmente, a primeira pergunta é: onde está o Pe. José Kentenich? Onde está o Pai e Fundador? Assim, a Mãe de nossa Família continua a missão de conduzir seus filhos ao Pai.
Muitas vezes, antes de ir para a Capela onde se encontra a tumba do Fundador, elas passam pela casa na qual ele viveu os últimos três anos de sua vida. Ali têm o seu primeiro encontro com ele e trilham o seu último caminho, em direção à Igreja da Adoração. O impacto desse encontro com o lugar do repouso do Fundador revela muito de nossa cultura: as mãos estendidas sobre seu sepulcro, a cabeça encostada na pedra fria que guarda a recordação de um coração quente, os olhos fechados, a conversa pessoal de filho com o Pai.
Nesses dias, 2 a 8 de maio, foi a vez das jovens Priscila Lemes e Nara de Paula, que pertencem à Juventude Feminina de Schoenstatt, em São José dos Campos/SP. Além dos lugares de origem em Schoenstatt, elas fizeram questão de ir até Metternich, para conhecer o lugar onde viveu Ir. M. Emilie Engel, com quem elas mantêm uma devoção muito profunda. Tentando ainda interpretar a tempestade de emoções, elas partilham um pouco de suas vivências.
Como vocês se prepararam para essa viagem?
Primeiro com muita contribuição ao Capital de Graças. Começamos a nos organizar e juntar dinheiro bem antes, tivemos alguns imprevistos, mas a Mãe de Deus cuidou que a gente conseguisse vir com o suficiente para ficarmos uns dias em Schoenstatt.
Que impressão trazem de Roma, o que mais lhes marcou ali?
Tudo em Roma é bonito, tem toda a história. Para a gente, estar no centro da nossa Igreja é emocionante. Ver o túmulo do Papa João Paulo II, de São Pedro foi emocionante para nós. Mesmo em Assis, onde visitamos o túmulo de São Francisco, nos marcou muito, porque a gente respirou a história da nossa Igreja.
Vocês não sabem falar alemão, como fizeram para chegar até Schoenstatt?
Tudo com o Google tradutor. Tanto na Itália quanto em Schoenstatt nós usamos o tradutor [online] e mímica, gestos: aponta aqui, pergunta ali… Na Alemanha, sem dúvida, é mais difícil, porque nem todo mundo entende e a tradução da língua portuguesa para o alemão é bem diferente.
Como vocês descrevem o que sentiram quando entram pela primeira vez no Santuário Original?
Priscila – Foram tantos anos esperando para conhecer o Santuário Original que eu não sei descrever. Foi uma emoção enorme, não têm palavras, é só indo para sentir, têm coisas que não há como explicar. Foi emocionante.
Nara – Acho que ainda não ‘caiu a ficha’ de que conseguimos chegar até o Santuário, algo que parecia tão impossível, tão intocável aconteceu. Chegamos à essência de Schoenstatt. É sensacional, não tem como explicar.
Qual foi a maior vivência em Schoenstatt para você?
Nara – Em cada lugar houve algo que nos marcou. Na Igreja da Adoração, a explicação de cada detalhe, até a pedra tem um significado, a cruz, achei maravilhoso. Em Metternich, no quarto da Ir. M. Emilie, o colete que ela usava me marcou (um colete ortopédico de sustentação que ela usava por lesões na coluna vertebral), a gente nunca vai saber o sofrimento que ela passou, para mim foi marcante ver aquele colete e saber que ela teve de usar aquilo.
Quem é a Ir. Emílie para você?
Priscila – A Ir. M. Emilie, para mim, é uma santa, sem dúvida alguma. Desde que comecei a participar do Movimento, sempre tive uma grande vinculação a ela, acho que em tudo o que eu preciso peço a ajuda dela, porque ela sempre me atende, sempre. Eu pedia a ajuda dela agora a pouco e chegou um ‘telefoninho’ dela (uma mensagem com uma frase de Ir. M. Emilie) que dizia: “Estou pensando e rezando por ti”. Eu a sinto muito próxima, não sei dizer, mas confio muito na intercessão dela e peço tudo sempre para ela.
Tanto a vivência com o nosso Pai [Pe. Kentenich] como com a Ir. M. Emilie é muito forte, porque o Pai é a cabeça do Movimento e vendo a história da Ir. M. Emilie, de todo o sofrimento para a santificação das Irmãs, da Família, não tem como a gente não se emocionar. Vimos o quanto somos sortudas, a Mãe nos escolheu para estarmos aqui e vivenciarmos uma riqueza assim sem tamanho.
O que você leva dessa viagem?
Priscila – Eu levo comigo a gratidão por tudo o que vivenciei, desde o planejamento até chegar aqui, levo muita gratidão. E também saímos daqui renovadas, o amor a Schoenstatt triplica mais do que já existia.
Muitas pessoas no Brasil querem vir para Schoenstatt, se preparam, economizam… O que vocês aconselham para uma pessoa que quer vir a Schoenstatt?
Nara – Que venha a Schoenstatt, que guarde seu dinheirinho, que economize, porque vale cada centavo e não tem dinheiro que pague a vivência que tivemos aqui.
Priscila – Acho que a gente não pode desistir, por mais que seja difícil e se pense nas dificuldades – o valor, a distância, tudo isso – a gente não pode perder a fé e ter o objetivo de vir a Schoenstatt e realizar esse sonho, que acho ser o sonho de todo schoenstattiano.