Com profundo carinho aos Santuários de Schoenstatt, não é difícil encontrá-lo visitando a MTA
Ana Claudia Andrade / Rejane Araújo Mauadie – Todo dia 18 é dia de festa nos Santuários de Schoenstatt em todo o mundo, é dia de celebrar a Aliança de Amor com Nossa Senhora. Nessa data especial e neste mês de graças que é maio, mês de Maria, a Família de Schoenstatt do Rio de Janeiro/RJ recebeu Dom Roberto Lopes no Santuário Tabor Redenção da Família, que presidiu a Santa Missa da Aliança. Dom Roberto pertence ao Mosteiro de São Bento, do Rio de Janeiro, e atualmente é vigário episcopal para a Vida Consagrada e delegado para a Causa dos Santos da Arquidiocese. Falando sobre seu amor e devoção à Mãe de Deus, ele conta:
Como sua devoção por Nossa Senhora influenciou sua vocação?
A minha avó tinha uma devoção muito grande a Maria e a minha Paróquia era da Virgem Maria [Paróquia Imaculado Coração de Maria], cuidada pelos Claretianos, em Santos/SP. Então, desde criança tudo aquilo que eu recebi foi em torno de Maria. Também como aluno marista, que por Champagnat (São Marcelino Champagnat) é grande a devoção a Maria. É evidente que isso também ajudou no discernimento da vocação, mesmo que eu seja um beneditino, e dentro da Regra de São Bento não se fale sobre a questão da figura de Maria – é São Bernardo, só no Século XI, que vai divulgar mais a espiritualidade mariana –, ela sempre me cativou. Em todas as orações do Mosteiro, ela [Maria] é profundamente venerada no Brasil, na Espanha, em Portugal, muitos Mosteiros são dedicados a Maria de Montserrat.
Como é a sua relação com o Santuário da Mãe, Rainha e Vencedora, Três Vezes Admirável de Schoenstatt?
Bom, ela também começou justamente no período da minha vocação, em São Paulo. Eu entrei no Mosteiro em São Paulo, Largo de São Bento, e depois de recém-ordenado, visitando na Vila Mariana o Santuário – porque tinha um Padre muito amigo meu que era capelão e até hoje ainda celebra ali –, eu fiquei encantado de ver na “Selva de Pedra”, naquele cantinho, um Santuário dedicado a Maria, que se tornou um grande refúgio para mim. Depois nós fizemos uma Fundação no Paraná, o Mosteiro da Ressurreição, e um dos companheiros era de Atibaia/SP, quando ele foi ordenado, a sua primeira Missa foi no Santuário de Atibaia e ali eu ainda não conhecia. Então foi uma experiência riquíssima, e assim ela fez parte de quase 40 anos de vida consagrada, sendo que pouco tempo atrás, em 2014, na comemoração dos 100 anos (da Aliança de Amor), eu tive a graça de ir a Schoenstatt, na Alemanha, celebrar representando a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Para mim foi uma grande emoção ao conhecer a origem, ver pessoas de todos os continentes, as famílias, os bens da Mãe Três Vezes Admirável… É um apostolado maravilhoso para você entrar nas famílias e para mim foi uma grande emoção estar ali com Ela, ao mesmo tempo sempre acompanhando a literatura, a espiritualidade com o Pe. José Kentenich. Depois (também fui a) Londrina/PR, Santa Maria/RS e tantos outros lugares.
Como o senhor vê, nos dias de hoje, o papel de Nossa Senhora na vida das famílias cristãs?
Ela é o ícone. Acho que é impossível falar sobre família sem falar sobre a família de Nazaré, e Maria como mestra: mestra do silêncio, mestra do escutar, mestra da palavra, Ela que gerou a palavra, mestra em servir… É ela que se torna realmente o grande laboratório de oração, de conversão.
Nós vivemos um momento de grande instabilidade em nosso país, o senhor poderia deixar uma mensagem de esperança aos leitores?
O nosso povo brasileiro é um povo de fé, apesar de todas as crises que se vive hoje, com certas indiferenças, mas é um povo de fé. E, por incrível que pareça, estamos vivendo esse momento, essa tempestade tão difícil, junto aos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida. Então, com certeza ela não nos abandonará, ela estenderá o seu manto. Que o Espírito Santo de Deus também toque os corações daqueles que são responsáveis para que possa dar continuidade e o nosso povo tenha a sua dignidade e tenha alegria de viver sempre, porque aqui é a Terra de Santa Cruz.