“Se celebrarmos devidamente o Ano Mariano, as comportas do céu se abrirão para nós não apenas em determinados dias, mas durante o ano inteiro” (Pe. José Kentenich)
Karen Bueno – Este é um ano inteiro de graças para todo o Brasil e, mais ainda, para a Casa da Mãe e Padroeira, para o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Sobre o “espírito celebrativo” que toma conta do Santuário Nacional e anima os peregrinos e filhos amados da padroeira, o reitor de Aparecida, Pe. João Batista de Almeida, nos conta:
Como está a vivência do Ano Mariano junto ao Santuário Nacional? Aumentou o número de visitantes?
O número de peregrinos não alterou, ele continua praticamente o mesmo dos anos anteriores, o que alterou foi o espírito com que as pessoas estão indo ao Santuário, sobretudo nesses dois últimos anos. Elas vão com esse espírito mariano, lembrando os fundamentos da espiritualidade mariana, principalmente de Aparecida, os fatos que fizeram surgir e crescer essa devoção. O fato que fez surgir nós conhecemos: o encontro da imagem, mas, após o encontro, muitos outros fatos foram se sucedendo – aquilo que o povo chama de milagres. Os milagres foram atraindo os devotos, os devotos foram se juntando cada vez mais. Então esse espírito celebrativo está muito presente nos dois últimos anos.
O senhor é reitor do segundo maior Santuário católico do mundo, uma construção imensa. Já em Schoenstatt, temos um pequenino Santuário em estrutura física, mas que se divide em mais de 200 pelo mundo afora. Em sua visão, qual é a principal contribuição desses centros para a Igreja e a sociedade?
A principal contribuição, eu creio, é o ambiente oracional, as pessoas vão ao Santuário para rezar e ele acaba sendo um oásis no meio desse grande deserto que o mundo se tornou, sobretudo nos grandes centros, como é o caso de Atibaia/SP, Aparecida/SP, que estão muito próximas dos grandes centros. As pessoas não têm muito espaço para oração, então elas vão aos Santuários para rezar, sabendo que lá vão encontrar um padre, encontram um ambiente de oração, então tem essa grande contribuição. Mas tem também, por exemplo, a catequese. O Santuário sempre é um lugar onde se desenvolve alguma catequese, as celebrações… as pessoas vão com a certeza de que há alguma atividade religiosa ali e, olhando sob o ponto de vista existencial, a esperança, quem vai ao Santuário sempre vai levar ou buscar alguma coisa, e nesse ‘levar e buscar’ existe a esperança do encontro com Deus.
De que forma os Santuários e igrejas podem viver bem e aproveitar ainda mais as graças do Ano Santo?
Catequizando o povo a respeito do sentido do Ano Santo – qual a diferença que ele tem dos outros anos, o que ele tem de especial… – e promover atividades especiais. Nós temos a nossa rotina no Santuário, mas temos que ir um pouco além da rotina: criar eventos, situações especiais para dar esse tom celebrativo.
O que o senhor pode nos contar sobre a visita da imagem de Nossa Senhora Aparecida às Dioceses do Brasil?
Foi um projeto que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos), junto com o Santuário Nacional, pensou e já está no seu final. A imagem de Nossa Senhora está visitando todas as dioceses do Brasil. O Santuário Nacional envia uma imagem para a diocese e ela promove essa peregrinação no seu território. O que nós temos sentido, por parte da maioria das dioceses, é uma alegria muito grande de saber que a imagem de Nossa Senhora Aparecida está reunindo o povo. O lugar onde a Igreja não entra – por exemplo, nos condomínios – aí a imagem de Nossa Senhora Aparecida entra e leva a Igreja até esses lugares. E também em outros lugares, como presídios, casas de recuperação de dependentes químicos… Há uma atenção para que a imagem visite todos os ambientes, para que ela leve esperança para as pessoas.
Como o Santuário Nacional se prepara para o dia 12 de outubro? ‘Caberão’ todos os filhos que amam a Mãe Aparecida?
Olha, vai caber, porque tem muitos Santuários de Nossa Senhora Aparecida espalhados pelo Brasil afora e tem muitas festas de Nossa Senhora Aparecida nas dioceses. Então, na verdade, o Santuário Nacional não é o único polo que concentrará os devotos nesse dia 12 de outubro. Aliás, o dia 12 de outubro não é o dia que tem maior movimento de romeiros em Aparecida, geralmente são em novembro ou dezembro os dias que mais se concentram pessoas, justamente por causa disso, porque há muitas festas para Nossa Senhora Aparecida nos grandes centros, nas paróquias, comunidades. Então o Santuário Nacional acaba sendo um ponto de atenção, mas não é o único. Não pensamos em uma infraestrutura maior do que já existe para o Santuário Nacional, porque não há como crescer mais, a cidade só comporta até 250 mil pessoas, mais do que isso não cabe, é por isso também que as pessoas já têm o costume, algumas não vão no dia 12 e deixam para ir nos dias seguintes.
Que conselhos o senhor nos dá para vivermos bem este Ano Mariano?
Alguns gestos, por exemplo, a oração do Terço, as novenas e, sobretudo, a imitação pessoal de Maria. Maria guardava tudo no seu coração. Nós, às vezes, explodimos muito facilmente, porque a gente não guarda as coisas no coração, não ama primeiro, antes de dar a resposta. A gente dá a resposta para depois se arrepender de não ter amado. É isso, essa atitude de colocar no coração, de amar antes de qualquer gesto, de qualquer palavra na boca, ter o gesto de Maria, de acolhimento.
HERMOSAS PUBLICACIONES
Eita como é bom aos pés da MÃE!!