“Ela atrai multidões à comunhão com Jesus e com sua Igreja, como experimentamos muitas vezes nos santuários marianos… Esta visão mariana da Igreja é o melhor remédio para uma Igreja meramente funcional ou burocrática” (Documento de Aparecida, 268).
Karen Bueno – A Mãe atrai multidões: dez anos após a Conferência de Aparecida (2007), o conteúdo de seu Documento se mostra vital e presente, é o que comprova a presença intensa de peregrinos no Santuário de Schoenstatt em Atibaia/SP. Surpreende a persistência e a disposição das 6.600 pessoas que visitaram a Mãe e Rainha nesse último domingo, dia 21 de maio, sob a chuva corrente e o frio típico da época – parceiros do dia todo – que desafiavam tão grande amor à Mãe de Deus.
Com guarda-chuva na mão, um se apertava ao lado do outro para ficar mais protegido e assim persistiam na longa fila para visitar a MTA. A Sra. Maria Aparecida da Silva Sobreira, de São José dos Campos/SP, explica: “O Santuário atrai a gente. Quando se fala em romaria já ficamos com o coração pequenino. É sempre bom estar nos braços da Mãe. Se não viermos renovar a nossa missão, o compromisso que temos com ela, especialmente no começo do ano, parece que depois as coisas não caminham tão bem. Mesmo com todo o barulho de romaria, de pessoas conversando, falando, parece que a paz do Santuário invade o nosso coração, é inexplicável, o Santuário é o pedacinho do céu para nós”.
“Está uma bênção”
A maioria dos peregrinos pertence à Diocese de São José dos Campos/SP, em sua romaria diocesana. O primeiro desafio, nesse dia de peregrinação, é despertar cedo da cama e enfrentar o tempo fechado. A Sra. Maria Goretti Cardoso Candido, de Jacareí/SP, chega ao Santuário para “agradecer as muitas graças que Nossa Senhora está realizando em nossa Diocese, junto às nossas paróquias e famílias”. Ela conta: “Pensei que seria um tempo difícil, mas está uma bênção. Com chuva e tudo, vale a pena”.
Outro desafio, proposto pela programação, é peregrinar do Cruzeiro até o Santuário, mesmo com a chuva: e lá vão todos, encolhidos, sob o vento, mas com o olhar e a disposição de quem tem muito a dizer e muito a ouvir da Mãe e Rainha. O mau tempo se torna um aliado para encher a talha do Capital de Graças e demonstrar toda a gratidão que carregam.
Saindo do Santuário, a catequese tem a continuação na Tenda – dessa vez os peregrinos contam com a proteção da chuva e do tempo, como se fosse a própria Mãe a acolhê-los sobre seu colo. Celebrando o Ano Mariano, uma vivência recorda os 300 anos de Aparecida e diversas homenagens contemplam a Mãe e Padroeira. O ápice da manhã é a adoração eucarística e a bênção do Santíssimo, com o olhar terno voltado para Jesus.
Ela está junto da nossa vida, do jeito de Mãe
Depois do almoço inicia a oração do Terço na Tenda. Para finalizar a oração, a imagem de Nossa Senhora Aparecida passa pelo corredor central conduzindo um grande manto azul que encobre a todos em envolve os filhos sob seu regaço.
A Santa Missa, às 15 horas, é presidida pelo Pe. Ronildo Aparecido da Rosa, que celebra, com sua comunidade, os 25 anos da Paróquia São Vicente de Paulo, de São José dos Campos.“Como aquece o nosso coração estarmos reunidos e, mais do que isso, unidos”, diz ele no começo da homilia. “Não sei vocês, mas eu gosto muito de vir ao Santuário da Mãe e Rainha. Vocês gostam?”. Com um ‘sim’ entoado em coro, ele aconselha que retornem no próximo ano.
“Saiamos daqui com o propósito, o desejo profundo de sermos missionários de Jesus Cristo e falarmos e testemunharmos a Virgem Maria. Maria está presente sempre, como Mãe escolhida por Deus, junto às nossas comunidades, paróquia e dioceses; ela está junto da nossa vida, do jeito de Mãe”, diz. Por fim, ele conclui com palavras de envio: “Saiamos desse Santuário com muita alegria, com muito entusiasmo, voltando para a realidade das nossas famílias, comunidades, para a nossa própria vida, cheios de esperança e de fé”.