Há um ano ela visita o povo de rua em São Paulo.
Karen Bueno – Durante a Solenidade de Corpus Christi de 2016, a primeira imagem da Mãe Peregrina de Schoenstatt foi enviada para a região conhecida como ‘Cracolândia’, em São Paulo/SP. Faz um ano que os religiosos da Fraternidade O Caminho levam a Mãe e Rainha para visitar os moradores de rua e as pessoas que permanecem nessa região. É uma presença discreta de Mãe que chega a abrigar, transformar e enviar os corações na periferia das drogas.
Recentemente a notícia da desocupação da Cracolândia tomou a atenção da mídia. A Prefeitura de São Paulo e o governo do estado realizaram uma megaoperação policial para – segundo informam – limpar e revitalizar a região. Em meio aos conflitos e desafios que despontam, também recordando um ano desse apostolado, a pergunta que surge é: por onde anda a imagem peregrina que visita a região?
O Frei Tarcísio da Santíssima Virgem Maria, missionário responsável pela imagem, responde: “A Mãe Peregrina ainda conosco está. Continuamos com nossa missão nas regiões da Cracolândia”.
Como está a Cracolândia hoje
Há um ano, Frei Tarcísio afirmava que “a Cracolândia anda”. O que ele queria dizer é que, de tempos em tempos, os dependentes químicos se transferem – ou são transferidos – de um lugar para o outro, sem que esse ponto aberto de uso de drogas se desfaça. Em 2017 o discurso permanece o mesmo.
Até as primeiras ações policiais realizadas em 21 de maio 2017, os usuários de drogas se reuniam na região da Rua Helvétia com a Alameda Dino Bueno. Desde então o grupo “se transferiu” para a Praça Princesa Isabel, ou, como diz o Frei Tarcísio, a Cracolândia “andou” para essa praça.
Os missionários da Fraternidade O Caminho continuam visitando a região e atendendo a população de rua. Em relação a atual situação da área, o Frei conta: “Em questão de consumo de drogas, nada mudou, somente o endereço; o uso e o tráfico continuam muito intensos. Algumas situações ficaram mais sofridas, como a questão do acesso a água e a banheiros está mais difícil”.
Um ano com a Mãe Missionária
“A primeira noite que a Mãe Peregrina passou conosco na rua foi de quarta para quinta-feira, quando a gente preparava o tapete de Corpus Christi na Catedral da Sé. Nesta quarta (2017) vamos, de novo, levá-la para preparar o tapete para Jesus”, conta o Frei Tarcísio.
Desde essa primeira noite de Corpus Christi, várias foram as noites em que a MTA passou nas ruas com a companhia dos filhos sem teto. “Tivemos muitas experiências. Os irmãos, nas ruas, expressam muito carinho e afeto por Nossa Senhora. Eles sempre pedem Terços, medalhas, sobretudo o Terço, que levam no pescoço, porque ele tem uma simbologia muito forte para eles. Alguns não entendem, não conhecem o título, mas expressam por Nossa Senhora – que esta ali representada na imagem – todo o seu carinho e afeto. Veem a imagem como um sinal de proteção, da presença de Deus, que traz as bênçãos de Deus”.
Nesse primeiro ano com a Mãe também foi organizada, no mês de outubro, uma Peregrinação dos Moradores de Rua ao Santuário de Schoenstatt da Vila Mariana, em São Paulo. “Aqui nos sentimos acolhidos e valorizados”, expressavam no final da visita.
Os moradores de rua celebram o Ano Mariano
No próximo sábado haverá a celebração do Ano Santo Mariano com a população de rua, realizada na Praça da Sé. A partir das 18 horas a Fraternidade O Caminho conduzirá uma vigília até perto das 24 horas, com Missa, adoração eucarística e as homenagens para a Mãe Aparecida. A Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt participa com alguns representantes, agradecendo por este primeiro ano de apostolado fecundo entre a periferia das drogas, cuja missão apresenta bons frutos.
Fotos: Fraternidade O Caminho