Peregrinação da Diocese de Mogi das Cruzes/SP ao Santuário.
Karen Bueno – “No Santuário, tudo o que a gente pede à nossa Mãe é realizado, então eu vim hoje para agradecer com muito amor”. Essas são palavras da Sra. Aurinda da Silva Almeida, de Suzano/SP, explicando o que a leva, pela terceira vez, ao encontro da Mãe. Com ela, outros 3.200 peregrinos da Diocese de Mogi das Cruzes/SP visitam o Santuário de Schoenstatt, em Atibaia/SP, junto com seu bispo diocesano, Dom Pedro Luiz Stringhini. Um domingo rico em vivências, orações e espiritualidade nesse dia da Aliança de Amor, 18 de junho, os conduziu a celebrar, pedir e agradecer as graças da MTA no Ano Santo Mariano.
“Eu teria tantas outras coisas para colocar na agenda, mas faço questão de deixar esse dia reservado para a romaria, é um retiro espiritual para mim também”, conta Dom Pedro, que anualmente acompanha sua diocese na peregrinação ao Santuário. Ele recorda: “Nas três Dioceses por onde passei – São Paulo/SP, Franca/SP e agora Mogi – a gente tem a alegria e a graça de fazer a peregrinação anual com a Mãe Peregrina diocesana. Constatei, em cada diocese, o quanto Nossa Senhora realmente é a Educadora dos discípulos de Cristo e o povo se sente, com ela, amparado, por isso eles vêm”.
Mãe Peregrina, Mãe e Rainha, Mãe Aparecida
A romaria começa na entrada do Santuário, com a condução do bispo diocesano, que reza e canta animando o povo. Seguindo a imagem Peregrina Auxiliar, a multidão se encaminha ao Santuário, com uma parada rápida diante da estátua do Pe. José Kentenich para confiar-lhe seus pedidos e rezar por sua beatificação. No dia da Aliança de Amor, os olhares se comovem em frente ao Santuário, as mãos se erguem em sinal de entrega e a consagração é novamente renovada, enquanto as chamas consomem as contribuições simbólicas colocadas no Capital de Graças.
Já na Tenda dos Peregrinos, a catequese chama a atenção para o Ano Jubilar Mariano. Um momento forte da vivência é a recordação do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul. Três homens revivem a cena, descobrindo, entre as redes e a fé, a imagem de barro que se tornou, mais tarde, a Mãe do Brasil.
Os “pescadores” desse domingo são Leandro Alves de Souza, Agnaldo Oliveira, ambos de Suzano, e José Braz Pereira, de Brazópolis/MG. “Foi maravilhoso, eu senti como se estivesse vivendo aquele momento divino”, conta Leandro. A emoção tomava conta dos três, com os olhos marejados e o sorriso de um filho que se sente escolhido pela Mãe. “Passamos momentos difíceis, mas estamos aqui firmes para testemunhar e agradecer”, diz o Sr. José, recordando as graças que já recebeu da Mãe de Deus e falando da devoção que cultiva desde “molequinho”.
Agnaldo Oliveira não é católico, mas também se sentia tocado pela vivência: “Estou emocionado até agora, a gente vive aquele momento. Eu imagino a emoção dos pescadores na hora em que puxaram a rede e não veio peixe algum, mas depois veio a imagem. Eu senti aquela cena, é uma coisa maravilhosa e indescritível”.
Para os peregrinos em geral, esse é um momento profundo de fé, especialmente quando a imagem de Aparecida percorre a Tenda e recebe o manto e a coroa, sendo proclamada novamente a Senhora dos Brasileiros. Sobre essa parte da catequese, a Sra. Maria Aparecida Duarte Carvalho, de Suzano, testemunha: “A encenação dos pescadores e a entronização da imagem mexeu muito comigo. Eu fiquei muito feliz e vou levar essa alegria para casa”.
Dom Pedro também comenta a vivência: “É bonita essa ligação com o Ano Mariano, a explicação de que são muitos títulos para uma mesma Maria, Mãe de Jesus, Mãe da Igreja, Mãe Peregrina, Mãe e Rainha e também Mãe Aparecida. Que ela interceda pelo Brasil, pela paz no mundo, pelas vocações e por toda a Igreja”.
O ápice da manhã se dá com a adoração e bênção do Santíssimo. Dom Pedro Stringhini preside a solenidade e caminha com Jesus Eucarístico pela Tenda, ao encontro dos peregrinos.
Vamos sair daqui e contar para todo mundo o que vivemos
Na parte da tarde, o Terço reúne novamente as pessoas na Tenda e, como conclusão, um grande manto, guiado pela imagem da Mãe Aparecida, passa pela cabeça de todos, envolvendo, abrigando e amparando.
A Santa Missa é presidida por Dom Pedro e concelebrada por Pe. Marcelo Guedes, assistente eclesiástico da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt na Diocese de Mogi das Cruzes, e pelo Pe. José Francisco, visitante da Diocese de Mogi.
Na homilia, o bispo indica que os corações deveriam arder também atualmente, em cada Santa Missa, ao ouvir o evangelho, assim como ardia o coração dos discípulos de Emaús. Da primeira leitura ele aponta: “Quem tem fé e caminha com Deus, se liberta. Essa é uma mensagem para nós hoje; nós somos o reino de sacerdotes e a nação santa”.
Indicando a Cristo como o Bom Pastor que reúne a Igreja, Dom Pedro diz que o Senhor envia a todos em missão, como enviou os discípulos. A primeira tarefa que o bispo confia aos peregrinos é essa: “Sair daqui e contar para todo mundo com quem encontrar o que nós vivemos aqui. Anunciar, não guardar só para você. Anunciar para os outros e dizer: no ano que vem você também vai”.
“Nossa Senhora é missionária conosco; quando vocês vão com as imagens pelas casas, ela vai à frente, abrindo as portas das casas pelas ruas, pelos prédios, condomínios luxuosos, nas favelas, nas prisões…”, diz o bispo. “Como temos de ser agradecidos a Deus, que nos trouxe aqui; ser gratos a Deus por este lugar, pela nossa vida, pela nossa vida cristã, pelo Batismo, por sermos Igreja de Jesus Cristo, por conhecermos o amor misericordioso de Deus e por sermos discípulos e missionários junto com a Mãe e Rainha, a Mãe Educadora, a Mãe Três Vezes Admirável”, conclui Dom Pedro.
A romaria é encerrada com a bênção e uma foto de todo o povo reunido na Tenda. Pe. Marcelo Guedes, que colaborou no planejamento da peregrinação, comenta: “É um evento que exige toda uma organização, um carinho. A equipe [diocesana da Campanha] se empenhou bastante. Mesmo com toda a dedicação trabalhosa, vale a pena estar a serviço. Nós levamos toda alegria e graça do valor dessa missão da Mãe que visita as casas, visita as famílias, que evangeliza, leva a presença de Deus. Para nós é uma alegria gratificante, porque é um trabalho missionário realizado em conjunto com toda a diocese. Estar no Santuário se torna algo animador, que nos impulsiona novamente a viver essa experiência do Capital de Graças em nossa vida”.
O número de peregrinos “é um grupo significativo e representa bem a Diocese de Mogi das Cruzes”, diz o Bispo diocesano. “E assim celebramos a peregrinação, celebramos o Ano Mariano, a adoração ao Santíssimo Sacramento, coroando tudo com a Santa Missa. Que graça! Um lugar tão abençoado como este, tão acolhedor, é uma maravilha, um grande retiro para o nosso povo e um retiro também para os padres que conseguem vir e para o bispo, que todo ano vem”, diz Dom Pedro.