Jubileu de 75 anos de Fundação da Obra das Famílias de Schoenstatt
Família, despertai, na alegria da Aliança de Amor!
Introdução
Neste ano de graças, em que comemoramos os 75 anos da Fundação da Obra de Famílias, queremos preparar nosso coração para vivenciarmos, com alegria e gratidão, este tempo jubilar. Quanto nos tem presenteado o Deus da história, com dádivas e bênçãos, e quantos sinais a Providência nos tem mostrado!? Preparou nosso coração com o Ano Santo da Misericórdia, com a Exortação Apostólica pós-sinodal do Papa Francisco, Amoris Laetitia, sobre o amor na família, a proclamação do Ano Nacional Mariano, para celebrar os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida. Com este espírito, queremos expressar gratidão ao nosso Pai e Fundador, por ser um instrumento dócil nas mãos do Pai celestial e de nossa querida Mãe e Rainha Três Vezes Admirável de Schoenstatt , pelo dom da Aliança.
1° Dia – Gratidão
Oração inicial
Hino de Gratidão: Rumo ao Céu (612 a 619)
Caíram as algemas!
Da terra sagrada de Schoenstatt
se elevem todas as vozes,
em jubiloso hino de gratidão.
Na dura peregrinação,
Deus manifestou à nossa comunidade
sua grandeza e sabedoria,
para seu louvor e sua glória.
A desgraça que o poder
e a astúcia de satanás tramaram,
o olhar do Pai transformou
em nossa maior felicidade.
O que era terreno no pensar
e humano demais na doação,
Deus quis orientar para o alto
e submergir inteiramente em si.
Assim, hoje estamos estreitamente unidos,
fundidos no amor de Deus,
lutando incansavelmente
contra os descendentes de satanás,
para que surjam homens novos,
livres e fortes aqui na terra
que, nas alegrias e dificuldades,
procedam como Cristo
e somente a Ele vinculem
as aspirações de seu coração,
assim como a Mãe e Esposa
o fez outrora, em sua vida.
Com gratidão, nossas almas
escolham o Cordeiro de Deus,
para desposá-lo eternamente
e sermos contados entre os que lhe são fiéis.
Reflexão
Como é bom pertencer a uma Obra que se dedica à salvação da família, cooperando na renovação do mundo. Na alegria da Aliança de Amor, como pequenos instrumentos, nos empenhamos na construção de um mundo novo, que se torne pleno do ideal da Sagrada Família. A Obra das Famílias é uma forma original com a qual Schoenstatt pode contribuir para a edificação da Igreja dos novos tempos, por meio de uma profunda moral familiar, ascese e pedagogia próprias e costumes familiares. Neste jubileu de 75 anos de existência, expressamos nossa gratidão ao Deus Trino que, por meio do Padre Kentenich, nos concedeu a dádiva da Obra de Famílias, revelando-nos um verdadeiro projeto de construção da Igreja, com muros vivos de santas famílias.
Família, despertai! Como disse o Pe. Kentenich no retiro para a União de Famílias, em 1950: “Quando a Igreja se vir quase impossibilitada de atuar, tornar-se-á mais clara a missão da família”.
Nosso Pai e Fundador sempre trouxe em seu coração a preocupação pela família. Atento à voz da Igreja e convicto de que ela é o fundamento da sociedade, dedicou-se à formação espiritual dos casais e da família. Estimulou todos os membros do Movimento a se empenharem na renovação da sua família natural. Ele sempre apontou para a necessidade de restaurar e salvar a família, pois ela é o fundamento da nova ordem social cristã. Neste sentido, deu uma palavra de ordem: “É o primeiro e o mais importante que devemos fazer”.
Em 1942, o Pai e Fundador, preso no Campo de Concentração de Dachau, carregava em seu interior a preocupação por suscitar, no Movimento, algo especial em prol da família. “Eu vim para Dachau; para mim, porém, permaneceu aberto o problema: se realmente quisermos a renovação da ordem social cristã, necessitamos de um movimento familiar, de uma Obra de famílias”[1]
Ele esperava que a Divina Providência lhe abrisse uma porta para este fim, que lhe era tão caro. E Deus lhe abriu a porta: vieram ao seu encontro muitos leigos para se informarem sobre diversos assuntos e serem introduzidos mais profundamente na vida espiritual. Entre eles se encontrava Dr. Fritz Kühr, que mostrou muito interesse pela Obra de Schoenstatt. Após dois meses de preparação, em 16 de julho de 1942, Pe. Kentenich realizou, com o Dr. Kühr, a fundação da Obra de Famílias, no Campo de Concentração de Dachau. Queremos celebrar com muita gratidão este acontecimento em que foi lançada a semente para três Comunidades: Liga, União e Instituto.
Quantas famílias foram transformadas, a partir do contato com o Santuário? Quantas famílias se empenharam em transmitir suas experiências a outras, apoiando-as em sua caminhada e crescimento?
Assim a semente germinou e, aos poucos, a Obra foi crescendo: em abril de 1948, formou-se a Liga de Famílias, em junho de 1950, a União de Famílias e em 1968 aconteceu a instituição jurídica do Instituto de Famílias. Hoje encontramos as famílias de Schoenstatt presentes em todos os continentes!
Outro presente é o Santuário Lar, fruto do tempo do exílio em Milwaukee/EUA e da dedicação do Padre Kentenich às famílias. Quantas graças e bênçãos haurimos desta realidade, em nossas famílias. Experimentamos o Santuário Lar como um grande presente, mas também como meio para a renovação do mundo.
“Se a renovação do mundo tem e deve ter seu início na renovação das famílias, como núcleo da ordem social abalada, então na família tudo depende do crescimento no mundo sobrenatural. Para que isso aconteça mais facilmente, não temos apenas o Santuário Filial, mas também o Santuário Lar. Um cômodo em nossa casa quer ser visto, acima de todos os outros, como um Santuário”. [2]
Em Milwaukee, ele comentou sobre esta realidade:
“O coletivismo pode fechar ou destruir todas as igrejas, fechar ou destruir todos os nossos Santuários. Mas os Santuários Lares, ninguém pode destruir!” [3]
Querido Padre Kentenich, percebemos em tua vida um carinho muito especial pela Obra de Famílias e muita alegria ao ensinar-nos a sermos autênticas famílias cristãs. Após 75 anos, confirmamos nossa pertença a esta Obra e agradecemos por todas as maravilhas que experimentamos. Em nossa renovação da consagração, queremos dar nosso “sim” renovado, para a missão a serviço da família.
Reflexão e Partilha
Como a Obra de Famílias ajudou em minha vida pessoal, em meu matrimônio, na educação dos meus filhos?
Tenho clareza da minha missão nesta grande Obra?
Propósito
Como propósito, ofereço à Mãe de Deus, em meu Santuário Lar, o esforço em levar adiante esta Obra para outras famílias.
Como expressão concreta, convidarei outro casal amigo a participar da celebração jubilar em 16 de julho. Pedindo que a Mãe abra os corações desta família, rezamos uma vez ao dia a oração do Confio, com toda nossa família.
Oração Final
Conhece a terra tão cálida e acolhedora,
que o eterno Amor construiu para si,
onde corações nobres pulsam, intimamente unidos
e se suportam com alegria sacrifical;
onde abrigando uns aos outros,
se inflamam e afluem para o coração de Deus;
onde brotam torrentes borbulhantes de amor,
para saciar a sede de amor no mundo?
Sim, eu conheço esta terra maravilhosa,
é o prado de sol no brilho do Tabor,
onde nossa Senhora Três Vezes Admirável
impera no meio de seus filhos prediletos
e retribui fielmente todos os dons de amor,
revelando sua glória, sua infinda e rica fecundidade:
é minha terra natal, minha terra de Schoenstatt!
(Rumo ao Céu, 600)
Consagração
[1] 1 KENTENICH, José. Diretrizes do Fundador, Dachau, 1967, p.31
[2] 2 KENTENICH, José. Palestra em 24 de abril de 1966 para Liga de Mães e Liga Feminina na Bavária, citado em: The Exile Legacy Book {O Livro do Legado do Exílio}, Padre J. Niehaus, p.136.
[3] KENTENICH, José. Citado em O Nascimento do Santuário-lar – Padre Jonathan Niehaus, p. 63 (p. 95 na edição brasileira).