Na alegria da Aliança
Reflexão
“A imagem de Deus é a união matrimonial: o homem e a mulher (…). Esta é a imagem de Deus: o amor, a aliança de Deus conosco é representada naquela aliança entre o homem e a mulher. E isto é muito belo! Fomos criados para amar, como reflexo de Deus e do seu amor. E na união conjugal, o homem e a mulher realizam esta vocação, no sinal da reciprocidade e da comunhão de vida plena e definitiva”.[1]
Como é belo ser família, um manancial de águas vivificantes! A nascente é o amor mútuo entre os cônjuges, selada no sacramento do matrimônio. O rio são os filhos que vão crescendo, ganhando força e tomam seu rumo, cada qual à sua maneira, uns mais “borbulhantes”, outros mais serenos. E suas águas dependem essencialmente da nascente, ela deve ser sempre cristalina. Os afluentes são todos aqueles que entram em contato com a família: parentes, amigos, conhecidos, professores dos filhos, colegas de estudo e de trabalho. Se o manancial corre dentro de suas margens, tudo vai bem: produz vegetação, flores, frutos por toda a parte… Mas se o manancial transborda, quanto estrago: enchentes, devastação, sofrimento! Assim é a família! E quais são as suas margens, para que ela sempre produza bons frutos? Os valores que não passam (fidelidade, respeito, compromisso, união, diálogo, partilha, perdão, etc.) e a oração, o contato com Deus, com Nossa Senhora.
Um manancial dentro das margens sempre traz alegria! É essa alegria que queremos celebrar em família, especialmente nestes 75 anos da Obra de Famílias! Queremos nos alegrar sinceramente pelo dom da família que Deus nos concedeu, pelo presente imenso que é nosso Santuário Lar; ele é expressão de nossa Aliança de Amor com a Mãe e Rainha, onde haurimos diariamente a graça e o amor de Deus, para onde afluem: cansaço, êxito, fracasso, conquista e preocupações.
Em Schoenstatt, somos uma Família de famílias e isso nos traz grande alegria! Queremos compartilhá-la e testemunhá-la a todos os que entram em contato conosco, como sinal de nossa fé e confiança inabalável no bem que é a família pensada por Deus. Somos felizes porque somos família! E essa alegria e felicidade não dependem de estados de ânimo momentâneos ou das provações que Deus permite em nossa vida, ela é um bem perene.
Canto
“O amor que nos prometemos supera toda a emoção, sentimento ou estado de ânimo, embora possa incluí-los. É um querer-se bem mais profundo, com uma decisão do coração que envolve toda a existência. Assim, no meio de um conflito não resolvido e ainda que muitos sentimentos confusos girem pelo coração, mantém-se viva dia a dia a decisão de amar, de se pertencer, de partilhar a vida inteira e continuar a amar-se e perdoar-se”.[2]
“É realmente um desígnio maravilhoso aquele que é inerente ao matrimônio! E acontece na simplicidade e também na fragilidade da condição humana. Sabemos bem quantas dificuldades e provações compreendem a vida de dois esposos… O importante é manter viva a ligação com Deus, que está na base da ligação conjugal. E a verdadeira ligação é sempre com o Senhor. Quando a família reza, a ligação se mantém. Quando o esposo reza pela esposa e a esposa reza pelo esposo, aquela ligação se torna forte: um reza pelo outro. É verdade que na vida matrimonial há tantas dificuldades; seja o trabalho, seja o dinheiro que não basta, as crianças que tenham problemas. Tantas dificuldades e tantas vezes o marido e a mulher se tornam um pouco nervosos e brigam entre si. (…) Sempre se briga no matrimônio, algumas vezes voam até os pratos. Mas não devemos ficar tristes por isso, a condição humana é assim. E o segredo é que o amor é mais forte que o momento no qual se briga e por isso eu aconselho: não terminem um dia, sem fazer as pazes. Sempre! E para fazer as pazes não é necessário chamar as Nações Unidas… É suficiente um pequeno gesto, um carinho, um olá! E amanhã se começa outra vez. E esta é a vida, levá-la adiante com a coragem de querer vivê-la juntos. E isto é grande, é belo! É algo belíssimo a vida matrimonial e devemos protegê-la sempre, proteger os filhos”.[3]
Momento de Reflexão e Partilha
Estamos conscientes de que existem desafios na vida familiar. Selamos uma Aliança de Amor com nossa querida Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt. Partilhemos momentos em que esta Aliança nos ajuda a superar desafios grandes e pequenos.
Propósito
Em gratidão por tudo o que recebemos em Schoenstatt, queremos convidar uma família para conhecer o Santuário, nosso Santuário Lar ou o Santuário Paroquial.
Oração final
Querida Mãe e Rainha de Schoenstatt, nós te agradecemos pelo dom de nossa família e o privilégio de pertencer à Obra de Famílias, na qual nos sentimos como no Tabor! Ajuda-nos que a água do nosso manancial possa fecundar muitos campos e os faça florescer. Impulsiona-nos a levar esta alegria que experimentamos, por sermos família, a todos os que não acreditam mais neste dom, a todos os que estão feridos com suas próprias famílias, para que tenham a coragem de começar de novo, acreditando no amor que cura e restaura. Mãe, fica conosco hoje e sempre. Amém.
Rezemos com nosso Pai e Fundador:
Conhece a terra impregnada de alegria,
porque nela o sol não conhece ocaso;
onde os corações vivem serenos,
na posse dos bens eternos;
onde coração e vontade se deleitam, sem cessar,
com os abundantes dons de Deus;
onde a vara mágica do amor logo transforma
toda a tristeza em alegria?
Sim, eu conheço esta terra maravilhosa,
é o prado de sol no brilho do Tabor,
onde nossa Senhora Três Vezes Admirável
impera no meio de seus filhos prediletos
e retribui fielmente todos os dons de amor,
revelando sua glória, sua infinda e rica fecundidade:
é minha terra natal, minha terra de Schoenstatt!
(Rumo ao Céu, 603)
Foto: José Kataoka
[1] PAPA FRANCISCO. Catequese de 02.04.2014.
[2] PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica Amoris Laetitia, 163.
[3] PAPA FRANCISCO. Catequese de 02.04.2014.