O Santuário Paroquial da MTA em Mauriti/CE acolhe uma multidão.
Patrícia Silva – “Essa romaria surge no ano 2000, com a vinda da imagem da Mãe e Rainha, quando começamos a construção da capela. Com a vinda da imagem teve a ideia de trazer ela, da Matriz até aqui, a pé. Foram cinco pessoas da minha comunidade, junto comigo trazendo ela e, quando a gente vinha, as pessoas vinham acompanhando até aqui. Chegaram aproximadamente 500 pessoas com essa imagem aqui. A partir desse dia nasceu a romaria”, narra o diácono Francisco Alves de Souza, organizador da Romaria da Mãe e Rainha no distrito São Miguel, comunidade do Gravatazinho, em Mauriti/CE.
A proporção de pessoas participando da peregrinação tornou-se muito mais ampla. 17 anos depois, o “Santuário Paroquial da Mãe e Rainha” – denominado assim por Dom Fernando Panico, em uma ata datada do ano 2007 –, não atrai só mais cinco, nem 500 peregrinos, como foi na primeira romaria. Esses números multiplicaram-se e só nas celebrações de encerramento da festa, realizada no dia 18 de julho, estima-se que 20 mil pessoas visitaram o Santuário Paroquial no decorrer do dia. Na última missa, presidida por Dom Gilberto Pastana no final da tarde, segundo a segurança privada do espaço, participaram 12 mil pessoas.
Pessoas de perto, mas também de longe. Romeiros que chegaram de carro, mas também romeiros que vieram a pé, recordando aquele primeiro dia onde a devoção à Mãe, Rainha e Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt começava a ser suscitada no coração daquele povo. Entre os que chegaram a pé estava Pedro Nilton, de 36 anos, que após percorrer 28 quilômetros, em cinco horas e meia de caminhada, saindo do distrito de Palestina, aguardou, mesmo com os pés inchados devido ao percurso, para participar da celebração presidida por Dom Pastana. “É uma bênção de Deus, para nós, ter a presença do bispo em nosso meio”, disse.
O frio de dezoito graus que fez em Mauriti na madrugada de ontem não desanimou Juarez Alves, de 50 anos, que também chegou a pé, saindo “dez para as três da madrugada” da Igreja Matriz e chegando “as dez para as seis” no Santuário. “Sou devoto dela, para mim é uma bênção. Há três anos fiz uma cirurgia de cálculo renal e pedi a ela que se eu ficasse bom desses cálculos, eu vinha aqui a pé pagar a promessa. Fiz isso. Com dois anos depois, o calculo voltou e fiz nova cirurgia. E vim pagar hoje minha promessa”, disse o romeiro, afirmando ainda que uma das coisas que acha mais bela no trajeto é ver o nascer do sol.
No centro do espaço para acolher os romeiros está o Santuário Paroquial da MTA, onde fiéis fazem filas para rezar suas orações. Também existe uma capela maior onde acontecem as celebrações e um local aberto onde são celebradas as missas campais. A equipe de organização conta com a ajuda de cerca de 300 voluntários. Dentre eles está o jovem Danilo de Souza, de 18 anos, que desde criança, impulsionado pela família que mensalmente recebe a visita da imagem da Mãe e Rainha, dá sua contribuição em serviço para a realização da festividade. “Tenho uma grande devoção, um grande amor a Mãe e Rainha”, fala sobre sua motivação para estar ali.
Na Paróquia Imaculada Conceição, de Mauriti, existem 239 imagens da Mãe Peregrina de Schoenstatt, que visitam os grupos de 30 famílias no decorrer do mês. Mensalmente, em cada dia 18, sai uma peregrinação de determinada comunidade para o Santuário Paroquial onde todos renovam a Aliança de Amor com a Mãe e Rainha de Schoenstatt. No mês de julho acontece a festa maior, com um novenário, missas, celebrações da palavra, culminando com a grande romaria.
“Esta romaria tem crescido, tem aumentando o número daqueles que não só são devotos da Mãe Rainha, mas querem testemunhá-la, querem a seu exemplo serem missionários, levarem Jesus a todos os lares, a todas as famílias. É muito bonito ver essa comunidade reunida, celebrando, pedindo a bênção e levando a palavra de Deus para as famílias”, considerou o bispo que participou pela primeira vez desta romaria.
Fotos: Patrícia Silva
Fonte: diocesedecrato.org