Um encontro de mãe com Mãe, uma mesma vocação.
Karen Bueno – “Hoje temos uma peregrinação muito especial” – diz o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, no início da homilia na Santa Missa, às 9 horas – “da União Apostólica das Mães de Schoenstatt”.
É com grande alegria que a comunidade visita a casa da Padroeira do Brasil, a Basílica Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no dia 19 de julho. Uma comunidade jubilar em festa, que celebra o Ano Nacional Mariano e coloca sob o olhar da Mãe e Padroeira toda a gratidão pelos 25 anos de seu início no Brasil. “Peregrinar em comunidade foi um presente, porque estávamos todas juntas, com uma atmosfera muito familiar”, comenta Maura Santana, de Brasília/DF.
Na homilia, após saudar a União das Mães, Dom Orlando explica que Schoenstatt é um lugar na Alemanha onde Nossa Senhora selou um compromisso com o Pe. José Kentenich e essa experiência mariana, com a Mãe Três Vezes Admirável, está presente no mundo inteiro, em vários Santuários: “Conheci muito bem o Santuário de Londrina/PR e de outro lugares”, conta o arcebispo. Falando à União das Mães, ele diz também: “Sejam bem vindas, vivam Maria”, e destaca o ideal da comunidade: “Quem me vê, te veja”. Sobre isso, Dom Orlando acrescenta: “Que as pessoas possam ver em nós a fé de Maria, o amor, a palavra… Maria visitando Isabel, Maria ao pé da cruz… É muito profundo isso, ‘quem me vê, te veja!’ Maria quer ser vista em todos nós”.
O Pe. Kentenich sempre motivou as Mães da União Apostólica a serem pequenas e filiais. Ele diz: “Tudo o que é pequeno combina conosco. Tudo deve ser pequeno: pequenas virtudes, pequena verdade, pequeno caminho. Assim nos tornaremos grandes. Quanto menores quisermos ser, tanto maiores seremos. Sobre o pequeno caminho não preciso dizer muita coisa. É o caminho da filialidade” [i]. O evangelho do dia desponta como uma saudação especial do Pai à comunidade, justamente quando Jesus diz, nessa passagem, que o Bom Deus revela as coisas do alto aos pequeninos (Mt 11, 25-27). “Os pequeninos são a alegria do Pai”, acentua o arcebispo de Aparecida.
Dom Orlando aponta as alegrias que Jesus manifesta nessa passagem e também fala das alegrias pessoais que o amor de Deus traz; a primeira delas é sentir-se amado. “Quais são as nossas alegria? Quando a gente se sente amado. Pode ser por um pequeno gesto – um bom dia, um muito obrigado, com licença – qualquer gesto onde nós nos sentimos acolhidos e amados, nós sentimos grandíssima alegria”. E acrescenta: “Eu creio que eu existo porque fui amado e sou amado assim como sou. Deus te ama como tu és e quando tu descobres esse amor, a sua vida muda, porque só os amados é que mudam”.
Uma segunda alegria que ele indica é a de receber o perdão: “Quanta alegria vem do perdão recebido e do perdão dado, por isso: perdoe, perdoe, perdoe! E você vai se sentir um missionário da alegria. Nós sabemos muito bem que a alegria é remédio, que faz a nossa vida se tornar mais linda, e alegria é a melhor resposta para tanta violência, tanta depressão, é um jeito de evangelizar e humanizar”.
O grupo das Mães seguiu, junto com o Pe. Clodoaldo Kamimura e a Ir. Elvira Maria Lawand, após a Missa, em uma visita guiada pela Basílica Nacional, descobrindo os detalhes simbólicos e profundos que circundam a casa da Padroeira. “Eu fiquei surpresa com a visita guiada. Quando nos colocam toda a história da arte religiosa, a gente enxerga Aparecida de outra forma, eu enxergo a história da Mãe, o carinho por ela de outra forma, foi muito enriquecedor”, diz Maura Santana, que acrescenta: “Nos sentimos muito acolhidas, tudo o que vivemos ali, para mim, se resumem e três palavrinhas: que a gente deve ‘acolher sem reservas’”.
Fotos: Karen Bueno
[i] Primeiro curso de retiro às Mães de Schoenstatt pregado pelo Pe. Kentenich. Schoenstatt, 4 a 8 de setembro de 1950. Retirado do livro: O Fundador nos Fala – Quarta conferência.
1 comentário