Sinal de esperança, sementes de um mundo novo.
Karen Bueno – Brincadeiras, conquistas, jogos, oração, espiritualidade, formação… uma vasta lista de itens compõe o dia-a-dia dos grupos das Apóstolas Luzentes de Maria – ou somente Apóstolas de Maria – que completam hoje 90 anos. Era o dia 6 de agosto de 1927 quando o Pe. José Kentenich se reunia com o primeiro grupo de meninas, ainda pequenas, mas com grandes ideais, que almejavam ser um reflexo da Mãe de Deus para o mundo.
“Ser Apóstola de Maria significa: Nós glorificamos a Mãe Três Vezes Admirável, nossa Mãe é Três Vezes Admirável porque se revelou maravilhosamente bondosa e poderosa. Ela nos quer bem, porque somos filhos de Deus. Seu amor para conosco será tanto maior, quanto mais ela nos utilizar (necessitar de nós). Nós não devemos esquecer que Maria é nossa Mãe”, dizia o Pai e Fundador a elas nessa ocasião. “Ser Apóstola de Maria significa: Eu tenho que trabalhar para a Mãe Três Vezes Admirável. Eu devo ser seu pequeno apóstolo. A Mãe precisa da ajuda de suas filhas”.
Uma história de gerações
É impossível calcular o número de mulheres que passaram pelos grupos das Apóstolas ao longo dos anos, tanto no Brasil quanto em outros países. A Sra. Sonia Bortoluzzi, de Porto Alegre/RS, é uma delas: “O início foi num grupinho chamado Luz do Reino, que era como denominavam as Apóstolas de Maria naquela época. Maria, nossa Mãe, era apresentada como Rainha e nós como suas princesas. Foi fundamental em minha vida essa noção de nobreza que aprendi no grupinho. Eu ficava encantada com os ensinamentos que recebia: era filha de uma Rainha e devia me portar como tal. Nossas reuniões tinham toda uma parte espiritual, mas também uma parte bastante prática”.
Os grupos de Apóstolas são formados por meninas entre 4 e 14 anos (variando em cada regional do Movimento) e pertencem à Juventude Feminina de Schoenstatt, que, em geral, são as dirigentes das pequenas. Os trabalhos com as Apóstolas são aplicados segundo a pedagogia do Pe. José Kentenich, que inclui a corrente de ideais, de conquistas, de vinculação… Por exemplo, elas são incentivadas a conquistar, conforme a idade, uma camiseta de determinada cor ao longo do tempo, oferecendo contribuições ao Capital de Graças; outra coisa que faz parte da vida diária é a oração, a consagração à Mãe de Deus é rezada todos os dias pelas pequenas.
“Quero estar juntinho dela”
“Quanto menor a criança, melhor você a forma, porque consegue incutir nela esses valores [cristãos], que elas passam também para os pais. Eu vi que as crianças estavam formando os pais, modificando-os”, conta a dirigente Marcia Dutra, de Belo Horizonte/MG, atualmente responsável por 70 Apóstolas. Ela percebeu que, ao longo do tempo, tudo o que era trabalhado com as meninas se refletia na atitude dos pais, como, por exemplo, aqueles que passaram a frequentar a comunidade pelo incentivo das filhas. “Resgatando as crianças, a gente resgata os pais, a família. É uma coisa muito gratificante”.
Mesmo pequenas, elas aprendem a ser ousadas e a cultivar nobres ideais: “A gente ensina que Apóstola não é só uma palavra bonita, tem que ter mudança de vida”, conta Marcia, que exige das meninas uma atitude renovada, para que sejam um reflexo da Rainha Luzente. “Eu vejo, como fruto, as crianças se modificando com o tempo, elas percebem que podem ser pessoas melhores. O grupo das Apóstolas representa o esforço para SER melhor, num mundo que prega somente TER o melhor. Nós remamos contra a corrente e esse é um trabalho muito gratificante”.
A pequena Maria Vitória Galindo, de Recife/PE, 9 anos, conta: “Eu sou Apóstola porque sinto necessidade de estar perto da Mãe e Rainha, de estar vinculada a um grupo que fale dela, tenho uma grande admiração e quero estar sempre juntinho dela; acho que isso me ajuda em todos os sentidos”. Alicia Heloisa Alves, de Garanhuns/PE, revela: “Para mim, ser Apóstola é privilégio, as Apóstolas são muito unidas e isso deixa o grupo mais bonito. Participar do grupo faz me sentir protegida e em casa”. Juana Mendes, também de Garanhuns, diz que é Apóstola “porque quer ser luz para o mundo”; o que ela mais gosta no grupo é a União, pois sente que “está em casa”.
Na alegria do jubileu, a Sra. Sonia Bortoluzzi deseja: “Desde que eu abri a porta do Santuário pela primeira vez eu me senti escolhida a receber uma riqueza imensa que eu viria a conhecer depois, no Movimento de Schoenstatt. Queridas Apóstolas, nossas princesas, jamais deixem de abrir essa porta! Cabe a vocês, agora, dar continuidade a essa linda história de amor e de luz”.
Veja as fotos da celebração do jubileu nos regionais Sudeste e Paraná