Uma celebração para ficar na história
Karen Bueno – É impossível resumir em poucas linhas toda a celebração jubilar dos 70 anos da Liga Apostólica das Mães de Schoenstatt, afinal, foram três anos de preparação e expectativa, culminando numa festa para ficar na memória e no coração de muitas delas. Nesse sábado, 19 de agosto, o Santuário de Atibaia/SP recebeu cerca de 2.500 mães dos regionais Sudeste e Paraná – estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Distrito Federal – para o jubileu de 70 anos do ramo no Brasil. Numa só voz se fazia ecoar o lema: “Rainha Custódia Viva, em Aliança contigo queremos tornar Cristo presente em todos os lugares. Que ele possa habitar e reinar em nosso coração e então de nós se irradiarão bênçãos sem fim” (Pe. José Kentenich).
Cachos de uva enfeitavam o corredor, o altar, cantos e lugares diversos, pois esse é justamente o jubileu de vinho da Liga das Mães. A Tenda ganha o tom do vermelho escuro, que se complementa com o sorriso e a empolgação de cada uma. “Viemos nos preparando, com o Capital de Graças, há muito tempo para essa festa, já são três anos de preparação. Foi um processo enriquecedor de crescimento e sentimos que as luzes e bênção foram chegando”, contam as dirigentes Gloria de Alencar e Maria Auxiliadora Tarifa Coelho, que pertencem à União de Mães.
“Eles não têm mais vinho”
A abertura jubilar, em tom solene, leva diversos símbolos ao altar e as mães “guardiãs” se posicionam no corredor central, preparando o caminho pelo qual passará a Rainha Custódia Viva. A MTA é assim acolhida para esse dia jubilar.
Na sequência inicia uma vivência com o tema das Bodas de Caná. Maria e Jesus dialogam numa festa de casamento e a água se transforma em vinho novo, segundo narra a leitura bíblica. Todas as mães são também convidadas a participar dessa festa. Para isso, uma pequena talha é distribuída a todas e, em seguida, os serventes saem a distribuir água. Elas são estimuladas a pedir o vinho novo que necessitam ao Senhor. Jesus caminha entre as mães e o milagre acontece: a água ganha tons rosados ao ser colocada na talha. O segredo está no suco de uva em pó, no fundo do pequeno recipiente.
A vivência é encerrada com as palavras e a bênção do Bispo de Barretos/SP, Dom Milton Kenan: “Onde está Maria, sempre há vinho novo. Quando na nossa vida faltar o vinho da alegria, da esperança, da fé, do amor, que nós nos lembremos das palavras da Mãe: ‘Fazei tudo o que ele vos disser’. Atentos às palavras de Jesus, nossas fraquezas e necessidades se transformam em vinho de alegria”.
Um novo sacrário, conquista de anos
Um momento muito aguardado por todas as mães era a procissão e bênção de Jesus Eucarístico. “A entrada do Santíssimo nos comove”, comenta Rita Lino Rocha, de Londrina/PR. Nesses três últimos anos, o presente jubilar que prepararam foi a conquista de um novo sacrário para a Capela Custódia Viva. E, para acolher Jesus no novo tabernáculo, elas confeccionaram centenas de tapetes por onde o Santíssimo passaria. Devido à chuva que caiu o dia todo, a procissão ocorreu dentro da Tenda, sobre muitos tapetes espalhados, que transmitiam todo o amor a Jesus.
Para acolher o Senhor no novo tabernáculo, as dirigentes de ramo fizeram duas alas até a capela e, reunidas com Dom Milton, rezaram e agradeceram pela conquista. O bispo ressalta, nesse momento, que “o sacrário representa nossas contribuições espirituais e materiais, que simbolizam o nosso desejo de amar Jesus, de fazer com que Jesus possa irradiar a sua presença por meio de nós. Então nós queremos pedir a Jesus, por meio da Mãe, que possa manifestar a sua força, o seu poder na vida de cada uma de nós. O adoramos e preparamos para ele este lugar”.
A assessora do ramo, Ir. Mariane Galina, comenta: “Cada mãe é uma heroína. Durante três anos não mediram esforços nem sacrifícios, tudo entregaram ao Capital de Graças e hoje puderam contemplar as maravilhas, como que colhendo o resultado daquilo que nós entregamos. O grande presente que hoje pudemos entregar à nossa Mãe – e ela a Jesus – é fruto do amor, do sacrifício, da entrega, da renúncia, da doação de cada mãe”.
Sermos “outras Marias” para o mundo
“O jubileu foi uma festa indescritível, só quem viveu e preparou espiritualmente essa conquista sabe dizer. Quase 3 mil mães participaram com contribuições ao Capital de Graças, com cada ponto dado nos tapetes, com todo amor e carinho, elas fizeram tudo isso por amor à nossa Rainha Custódia Viva”, diz Angela Guimarães Osório, da comissão central do Jubileu. Tamanho empenho já revela seus frutos… a Sra. Maria Nazaré Soares Magalhães, de Montes Claros/MG, acompanha o grupo de sua cidade e é missionária da Mãe Peregrina, mas ainda não pertence ao Ramo das Mães, contudo, ela conta: “Esse dia foi uma experiência do céu. É a primeira vez que venho ao Santuário. Estou conhecendo a Liga e acredito que já saio daqui fazendo parte do Ramo”.
O ápice do dia jubilar é a Santa Missa, presidida por Dom Milton Kenan e concelebrada por Pe. Adilson Costa e Pe. José Alem. Na solenidade da Assunção da Mãe de Deus ao céu, Dom Milton coloca: “Maria é a primeira a unir-se ao seu filho na vitória sobre a morte. Isso é para nós motivo de esperança, pois aquilo que se realizou plenamente no seu filho, haverá de realizar-se conosco. Maria é uma imagem do nosso destino, podemos dizer que ela traz uma amostra daquilo que um dia há de realizar-se com todos nós. Hoje podemos dizer que celebramos a vitória da Mãe de Deus. Pe. Kentenich coloca entre os títulos da Mãe e Rainha o nome de Vencedora, ela é vitoriosa! É vitoriosa porque esteve sempre unida ao seu filho, porque foi obediente à Palavra de Deus, porque é discípula de Cristo”.
O Bispo continua: “Pe. Kentenich diz que todos aqueles que selam a Aliança de Amor têm que se tornar uma outra Maria. Isso vale para todos nós e de maneira especial para a Liga das Mães, porque você, mãe, participa da condição de Maria que a tornou grande aos olhos de Deus. Você sabe o que é ser mãe. Maria sabe o que é ser Mãe. Vocês que pertencem à Liga são chamadas a serem outras Marias, a começar no seu próprio lar. Ao ouvirmos o evangelho, a gente percebe que o Pe. Kentenich se inspira na Mãe de Deus quando lhes propõe esse ideal: Maria é a Custódia Viva, aquela que torna Cristo presente onde estiver, que leva o filho presente não só no ventre, mas também no coração. Pe. Kentenich diz que para que Cristo esteja presente no nosso mundo ele precisa habitar e reinar em nosso coração”.
Dom Milton conclui a reflexão dizendo: “Vamos pedir, nessa Eucaristia, que nós possamos ser outras Marias, que sejamos sinais dessa presença viva de Maria, aquela que é Rainha Custódia Viva. Unidos a Maria, que possamos irradiar a Cristo onde quer que estejamos, manifestando a sua presença pela nossa vida e atitudes”.
O dia jubilar abre perspectivas de missão, para que permaneçam vivos a missão e o lema de tornar Cristo presente em todos os lugares, onde quer que estejam.