Festa da Natividade da Mãe de Deus.
Na manhã da criação, em sua onipotência, sabedoria e bondade, Deus bradou com serena majestade sobre o caos do mundo: Faça-se luz!
Na Sagrada Escritura lemos: “No princípio Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: “Faça-se luz! E a luz se fez” (Gn 1, 1). A luz resplandeceu, iluminando e aquecendo o universo inteiro. A luz ilumina os céus e a terra em milhares de sois e de luas e milhões e milhões de estrelas, tal foi a força criadora de Deus.
Uma vez mais a terra ficou deserta, envolta em trevas e caos. Mas quando, pela queda de Adão, se acumulara uma torrente infinda de sujeira e lodo que impedia de elevar o olhar ao Deus vivo e fizera desmoronar todo mundo sobrenatural, chegou a plenitude do tempo. Pela segunda vez Deus, em sua onipotência, sabedoria e bondade, disse: Faça-se luz! Mais precisamente: Faça-se Maria! E a luz se fez. Fez-se Maria que resplandece como estrela da salvação anunciando a chegada do sol, que é Jesus Cristo. […]
Sempre que novas nuvens escuras se acumulam no horizonte, sempre que a terra ameaça ficar novamente deserta e vazia, Deus, em sua onipotência, sabedoria e amor misericordioso, brada sobre o abismo: “Faça-se luz! Faça-se Maria! Eis aqui tua Mãe!”
Também hoje, enquanto a mais densa escuridão envolve a terra, o mundo se precipita no abismo e parece não haver caminho de salvação, a divina palavra de onipotência, sabedoria e amor ressoa mais poderosamente que nunca neste vale de lágrimas: “Faça-se luz! Faça-se Maria! Eis aqui tua Mãe!”. É este o sentido, é esta a meta do Ano Mariano Jubilar. A resposta também deve elevar-se como nunca antes ao céu: Maria, tu nossa Mãe! Assim é vontade de Deus. Assim ele nos fala por meio dos decretos dos Papas do século passado, assim nos fala por meio das aparições reconhecidas dos últimos tempos, assim por meio do desmoronamento e ineficácia dos meios puramente humanos até agora empregados.
Não devemos, então, dirigir continuamente nosso olhar e nosso coração ao alto para contemplar a figura luminosa de Maria, até cairmos de joelhos para rezar com grande devoção e nossa vida de cada dia repetir com ousadia e coragem: “Maria, tu nossa Mãe”?
Reflexão do Pe. José Kentenich
Fonte: Maria Mãe e Educadora – Uma Mariologia aplicada. Sociedade Mãe e Rainha, 2ª edição brasileira, 2017, pág 82.
Foto: Congresso Ibero-americano da Obra das Famílias de Schoenstatt, disponível em: ciofschoenstatt.com