“Tu compreenderás que a tua (rosa) é única no mundo”
Sueli Vilarinho – “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”: A frase do Pequeno Príncipe – livro publicado em 1943, escrito por Antoine de Saint-Exupéry – torna-se um convite para os casais da Liga de Famílias de Schoenstatt do Jaraguá, em São Paulo/SP, contemplarem o matrimônio com “os olhos do coração”. No dia 15 de novembro, o retiro “Cativar é necessário” reúne 19 casais para momentos de oração, silêncio, reflexão e partilha entre si.
Depois de um tempo de casados, é preciso rever alguns valores simples, como ser carinhoso e ter um tempo a sós; é justamente isso que propõe o retiro, realizado junto ao Santuário Sião. Aos poucos, o ambiente se tornou um profundo estar “eu para meu esposo e minha esposa para mim”, assim como o Pequeno Príncipe tem sua rosa e ela é única para ele.
Uma encenação recorda o diálogo entre a raposa o “principezinho”, descrito no livro, que explica o sentido da palavra ‘cativar’: “É uma coisa muito esquecida… Significa criar laços”, diz a raposa. E, para não esquecer os laços e tudo o que eles geraram ao longo dos anos de vida matrimonial, ficam as palavras do livro: “Eis o meu segredo – diz a raposa – É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
“Todas as pessoas grandes foram criança um dia”
O encontro foi assessorado pelo Pe. Afonso Wosny e pela Sra. Raquel Padilla. Apoiando-se no livro, Pe. Afonso colocou aos casais cinco reflexões, baseadas nas passagens mais importantes sobre amar:
1. Devemos nos reconectar com a nossa criatividade da infância, encarar os acontecimentos com alegria e com humor, humor este que as crianças tanto nos recordam;
2. Para apreciar os simples prazeres da vida, precisamos ser menos sérios; gargalhadas elevam nosso ânimo e a qualidade de vida;
3. Dar um tempo a si mesmo é a chave para a felicidade; ter qualidade no sono, sair do ritmo frenético de trabalho, pousar no lar, no tempo “perdido” com cada pessoa querida;
4. Precisamos ter coragem para explorar, sair da zona de conforto, se arriscar. Devemos usar o tempo que temos na Terra para ter experiências diferentes, conhecer novas pessoas e viajar pelo mundo.
5. É melhor escolher com o coração, assim como o Pequeno Príncipe é apaixonado pela rosa do seu planeta natal. Essa rosa é como todas outras que ele vê na Terra, mas ela se tornou única, porque ele a escolheu: é ‘única no mundo’, disse a raposa, porque o príncipe levou tempo cuidando dela.
“Mas, se tu me cativas, teremos necessidade um do outro”
Cada pessoa tem uma preferência sobre a maneira que gostaria de ser amada; então, por meio de um questionário dirigido, os casais tiveram um tempo a sós para passear, dentro do terreno do Santuário, e refletir sobre o caminho mais curto de satisfazer o amor do cônjuge.
O Pe. Afonso seguiu com uma palestra sobre como o sacramento do Matrimônio, com a presença de Maria em cada lar, se torna uma comunidade de amor e como os casais podem ser exemplo para a Igreja, segundo a pedagogia do Pai e Fundador, Pe. José Kentenich.
Para concluir, a Sra. Raquel dirigiu uma dinâmica na qual os temas explicados foram conversados enquanto o casal dançava. A esposa recebeu uma tiara de rosa e o esposo um lenço – peças simbólicas d’O Pequeno Príncipe – indicando que um é único para o outro. Ao dançar e conversarem, o sorriso expressado indicava que o caminho estava certo; o diálogo deve ser sempre criativo para surtir efeito. No Santuário houve a renovação das promessas do Matrimônio e todos os olhares se voltaram para a grande Rosa, cujo amor, unido em Aliança, é único e pessoal para cada casal e para um ali presente.