Uma “grande alegria e também uma sagrada incumbência” para a Ir. M. Vanda.
A distância entre o Brasil e a Alemanha mede cerca de 9 mil quilômetros e meio, ou então 12 horas de voo, atravessando o Oceano Atlântico. Essa rota, partindo de outros países, pode ser ainda maior, de acordo com sua localização. Mas, se depender da nova sacristã do Santuário Original, apesar da distância, a Família de Schoenstatt do mundo todo estará lá representada, todos os dias, diante da Mãe e Rainha, no lar original.
Há cerca de um mês a Ir. M. Vanda Lucia Friedrich, brasileira, assumiu uma nova missão como sacristã do Santuário Original. Ela nos conta um pouco sobre o dia a dia e as graças de viver no centro da Obra Internacional de Schoenstatt, onde todos os corações se encontram:
Quais são os seus trabalhos, o que a senhora faz exatamente?
Sou sacristã do Santuário Original, juntamente com um casal do Instituto de Famílias de Schoenstatt, formamos uma equipe. Há também alguns voluntários que nos ajudam nas substituições em momentos pontuais.
Faço tudo o que envolve o cuidado, desde a limpeza do Santuário e do ambiente externo, ornamentação, preparo e acompanhamento das Santas Missas e outros eventos, atendimento de pessoas, agenda e apontamentos da crônica do Santuário Original. O expediente começa cedo, às 5h30min, e termina com a bênção da noite, pelas 21 horas. Durante todo esse período, cuidamos que tenha alguém junto ao Santuário.
Como é a vida ao redor do Santuário Original? O que pode nos contar sobre o seu dia a dia?
Assumi essa tarefa apenas há um mês, embora estejamos no inverno e por isso não temos muito movimento, posso constatar que o Santuário é bastante procurado, seja por pessoas individualmente, por famílias ou grupos, pessoas das proximidades e de muito longe. Aqui se vive uma internacionalidade sem par, é uma “paróquia” com a extensão do mundo inteiro. Nosso Pai profetizou, no Documento de Fundação, “tornar a capelinha um centro de romarias para a Europa e mais além”.
Entretanto, essa vida em torno do Santuário Original deve tornar-se ainda mais florescente. Tenho grande esperança de que o ‘Ano Pe. Kentenich’ que estamos vivendo contribua para isso. Desde já, me alegro em acolher grande quantidade de peregrinos de todas as partes do mundo e, quem sabe, rever pessoas conhecidas de nosso Brasil Tabor!
No dia a dia, o que mais me impressiona é vivenciar as pessoas quando entram pela primeira vez no Santuário. Para a maioria, é a realização de um grande sonho, é chegar a uma meta e ser esperado de braços abertos. São momentos emocionantes! Certamente momentos da graça, muito intensos para essas pessoas, que vêm carregadas com sua gratidão, com suas preocupações, mas também com a confiança e a simples alegria de estar aqui na fonte, onde tudo começou.
Como é para a senhora assumir essa tarefa, como a compreende?
No Hino do Centenário (2014) nós cantamos: “Somos tuas mãos, teus pés e tua voz”. Sinto-me chamada como pequeno instrumento para, em nome da nossa querida MTA, acolher as pessoas que aqui chegam e proporcionar-lhes, na medida do possível, um profundo encontro com Ela, com o Santuário e com nosso Pai e Fundador, que são nossos três pontos de vinculação e o segredo de nossa fecundidade na Aliança de Amor. Quem atua é a Mãe, é a graça, mas ela precisa da cooperação de seus instrumentos. Nada sem nós, nada sem vós. Nesse contexto, tenho José Engling como exemplo, tudo o que ele foi capaz de fazer para tornar a capelinha um lugar onde é bom estar, os sacrifícios que fazia para que a MTA atraísse as pessoas e as tomasse sob os seus cuidados maternais.
A senhora está todos os dias no coração da Obra de Schoenstatt, como é essa vivência?
Viver à sombra do Santuário Original, no coração da Obra, participar de sua vida e história, é uma graça imerecida, que não dá para abranger, pensando em tantos Filhos de Schoenstatt do mundo inteiro que nunca tiveram – e talvez nunca terão – a oportunidade de pisar este solo sagrado.
É uma grande alegria e também uma sagrada incumbência. Coloco-me diante da Mãe com a intenção de estar representando todas as pessoas que espiritualmente estão unidos em nossa fonte de graças.
Que contribuições pode levar do Brasil para esse novo trabalho?
No Brasil temos a característica forte do turismo religioso. Em todos os Santuários de Schoenstatt onde atuei, direta ou indiretamente tinha contato com os peregrinos. No dia a dia, aprendi com eles a lidar com a simplicidade do povo, a importância da acolhida, a flexibilidade e a dedicação para que o peregrino se sinta bem e tenha sempre vontade de retornar.
Tem um período determinado como sacristã?
Não há um período estabelecido, podem ser menos ou mais anos. Creio que o importante é tentar fazer o melhor no momento presente.