Lucas Galhardo comenta as expectativas para o Encontro Pré-Sinodal.
Karen Bueno – “Representar o Movimento, para mim, é uma alegria gigantesca, mas também sinto o peso da responsabilidade, porque é o grande momento de escutar a juventude”, partilha Lucas Galhardo, 25 anos, estudante de Engenharia Mecânica. Ele será o representante do Movimento Apostólico de Schoenstatt Internacional no encontro em preparação ao Sínodo dos Bispos, que ocorre neste mês de março em Roma. Lucas pertence à Juventude Masculina de Schoenstatt em Caieiras/SP e também é secretário da Pastoral Juvenil no Celam, no Cone-Sul.
Desde pequeno ele pertence ao Movimento. Entrou no grupo dos Pioneiros com cerca de dez anos e, a partir daí, atuou em diversas atividades do Jumas, como secretário nacional por certo período. “Passei por várias experiências no Movimento e, aos poucos, fui me fortalecendo na vida de fé e de Aliança de Amor. A espiritualidade de Schoenstatt me encanta. Percebo, ainda mais nos últimos anos, que o Movimento tem uma grande bagagem de material, conteúdo pedagógico e espiritualidade, que tem muito a oferecer. Acho que temos muito no que ajudar a Igreja e a outros grupos naquilo que for preciso, nas diversas atividades”.
Às vésperas do encontro dos jovens em Roma, que acontece de 19 a 24 de março, ele nos conta:
Por que é importante a Juventude de Schoenstatt participar ativamente desse encontro sinodal?
Ao responder essa pergunta, em primeiro lugar eu lembro aquilo que está escrito no túmulo do Pe. José Kentenich: Ele amou a Igreja. De tudo o que ele fez e criou com sua Obra, ele quis justamente que essa frase – ‘Amou a Igreja’ – estivesse ali escrita. Acho que é um sinal e uma resposta para nós sobre como devemos encarar nossa responsabilidade.
Cada grupo, cada movimento em geral tem uma metodologia própria, uma pedagogia para caminhar, mas é importante a gente entender que fazemos parte de um organismo bem maior, que é a Igreja; ela é a essência de tudo isso.
Percebo que nos últimos anos vem crescendo bastante a participação do Movimento de Schoenstatt, assim como de outros grupos e outras comunidades, que estão efetivamente contribuindo com um papel importante na Igreja.
Também compreendo que é muito importante o terceiro fim de Schoenstatt, a Confederação Apostólica Universal. Um grande sonho é alcançar essa vinculação de todos os grupos e carismas da Igreja, por sua beleza e riqueza próprias, unidos pela mesma causa. E, nas minhas experiências, vejo que isso vem crescendo e se fortalecendo bem mais nos últimos tempos. Os carismas são, por parte da Igreja, cada vez mais reconhecidos, acolhidos e agora têm uma maior participação. E, por outro lado, os próprios grupos, movimentos e carismas se abrem mais. Digo isso até por nós mesmos, que temos como foco ser ‘Schoenstatt em saída’. Então, ambas as partes têm sua contribuição.
O momento atual fala muito de um protagonismo jovem; que consequências esse sínodo traz para a juventude?
O Sínodo já trouxe e vai trazer mais ainda um foco aos jovens. A Igreja no mundo inteiro tem essa mirada em especial. Pude ver bastante, não só aqui no Brasil, como também fora, os jovens falando muito sobre protagonismo juvenil e tudo mais. Contudo, na prática, isso acaba não acontecendo muitas vezes. O jovem não tem tanto espaço e permanece aquela ideia de que jovem é só “para carregar cadeiras” e coisas assim. Mas acho que em muitos lugares isso vem mudando e a grande contribuição que o Sínodo vai dar é justamente essa visão sobre o papel do jovem. O encontro dos Bispos vai apontar quais desafios e oportunidades, mas, principalmente, como acolher, como dar espaço e fazer um acompanhamento, que é fundamental nesse processo com a juventude.
No caminho sinodal que percorremos, da parte da Igreja vem essa abertura, acolhida e acompanhamento. Por outro lado, da parte dos jovens espera-se um amadurecimento sobre o nosso papel, a nossa responsabilidade; ter um protagonismo, mas um protagonismo consciente, com responsabilidade, não simplesmente um “quero fazer, quero opinar” e depois não dar conta, pois há uma responsabilidade por trás.
Tenho certa preocupação que se criem expectativas em relação ao Sínodo, que muitas pessoas, principalmente os jovens, pensem que ele trará solução para tudo. Claro que o Sínodo pode trazer muitos resultados positivos para a evangelização da juventude, mas certamente não trará a solução de todos os problemas, porque, no fundo, não existe uma ‘fórmula mágica’ para uma série de questões. Todas fazem parte de um processo e têm que ser vividas, acolhidas e vivenciadas em cada local. Espero que o pessoal possa enxergar isso e compreender o seu papel diante do encontro sinodal.
O jovem precisa aproveitar essa oportunidade que se abre, para dialogar, expor seus desafios, sentimentos, para que isso não seja vivido só no Sínodo em Roma, mas em cada grupo, em cada paróquia e lugar. Já pude ver muitos reflexos positivos de assembleias, discussões que foram feitas, muitos encontros que colocaram esse tema em pauta; acho que isso é vivenciar o Sínodo e tomar atitudes concretas para que, de fato, seja vivido o protagonismo dos jovens.
Leia também: O representante de Schoenstatt no Encontro Pré-Sinodal
1 comentário