Vitor Posseti será ordenado no ano jubilar do Santuário Sião
Karen Bueno – Está marcada a data para a ordenação diaconal de mais um seminarista brasileiro do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt. No domingo, dia 29 de julho de 2018, às 9 horas, o seminarista Vitor Hugo Possetti será ordenado diácono no Santuário Sião, do Jaraguá, em São Paulo/SP. A solenidade será presidida por Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, que atende a Região Episcopal Brasilândia.
Vitor é natural de Londrina/PR, onde pertenceu à Juventude Masculina de Schoenstatt. Ele conta um pouco mais sobre sua trajetória e expectativa para o dia que se aproxima:
Como foi sua experiência vocacional? O que te fez abraçar esse chamado?
A experiência vocacional se deu por muitas pessoas e situações que fui encontrando em minha vida: padres, amigos e, muito especialmente, a minha família, meus avós, tios, pai e mãe. Quando eu nasci, minha mãe me levou ao Santuário e me apresentou para a Mãe de Deus. De lá para frente houve muitas situações, por exemplo, uma amiga muito próxima da nossa família era da Campanha da Mãe Peregrina e nos apresentou Schoenstatt, aí entrei nos Pioneiros. Depois teve todo o trabalho na Juventude de Schoenstatt, em Londrina, também na Arquidiocese com o Setor Juventude. Na universidade, estudei Ciências Sociais e o Pe. Vandemir [Meister] me chamou para ajudar a coordenar a Pastoral Universitária. Também tive trabalho com os indígenas (caingangue) da região de Londrina; estagiei na secretaria de assistência social na cidade, dei aula de religião e trabalhei, por último, no Centro Social Marista, em Maringá/PR.
E aí, no meio de tudo isso, eu percebia que Deus seguia me inquietando, me provocando a algo – era como que faltasse algo. Então o chamado foi se dando em diferentes momentos, às vezes com uma leitura bíblica que me dizia: “Vai, renuncia tudo o que você tem, vem e segue-me!” Então era isso, renunciar o que tinha, tudo, deixar para trás e seguir a Jesus e estar explicitamente a serviço de Cristo e do povo dele. Esse foi o ‘sim’. E depois que eu dei o ‘sim’, no tempo de formação continuava esse chamado, essa interpelação de Deus e foi amadurecendo em mim a ideia e a convicção de que Deus me chamava não só para deixar e entregar aquilo que eu tenho e faço, mas entregar a mim mesmo, me abandonar na mão dele, ser propriedade de Deus pra servir quem ele quiser, onde ele quiser. Então acho que é um dom de Deus não só esse chamado, mas também eu poder dar esse ‘sim’, e que o Espírito vai fazendo a gente perceber. Esse é um pouco do meu caminho vocacional.
Sobre sua caminhada no Instituto, como foi? Por quais estágios passou?
Eu entrei na comunidade em 2008, com outros seis brasileiros. Um deles é o Diácono Deilton [de Sousa], um “irmãozão”. Tivemos dois anos de noviciado em Tuparenda, no Paraguai. Aí nesse tempo, fiz um estágio de seis meses na Argentina, numa cidade chamada Paraná, na Província de Entre Rios, e lá trabalhávamos com a Família de Schoenstatt do Santuário de La Loma e trabalhávamos numa casa, num abrigo de mulheres com deficiência mental, com necessidades especiais, e um hospital de problemas físicos, ortopédicos. Depois eu fui para o Chile, para começar os estudos de Filosofia e Teologia, foram três anos; voltei para o Brasil por um ano, em 2013, fazendo estágio em Londrina, onde eu lembro com carinho o trabalho com a Juventude do regional Paraná e também no colégio Mãe de Deus. Depois, voltamos para o Chile, onde eu terminei os estudos de Teologia, por mais dois anos, e nesse tempo no Chile, tanto na primeira como na segunda etapa, lá o trabalho apostólico foi com a Juventude de Schoenstatt de alguns Santuários, especialmente Novo Belém e Campanário. Também trabalhei com a Campanha da Mãe Peregrina em Ponte Alto e com a comunidade de imigrantes brasileiros, que lembro com carinho especial. No final dessa etapa no Chile, tive um tempo de experiência com o “Maria Ajuda”, que são as obras sociais dos Padres de Schoenstatt lá no Chile; isso me preparou para a vinda ao Brasil. Faz um ano que estou no Brasil, cheguei em 2017 e moro no Jaraguá, onde trabalho com a Pastoral do Santuário e com as obras sociais dos Padres, o Centro Catarina Kentenich
O fato de a sua ordenação ser no Jaraguá é uma exceção (geralmente as ordenações diaconais deste Instituto acontecem no Chile). Por que decidiram realizar aí?
É uma questão de ordem prática e vital. Já estou no Brasil, morando no Jaraguá, é onde estou, nesse momento, vinculado especialmente, tanto com o Santuário, quanto com as obras sociais que estão aqui próximas. E, além de tudo isso, é o ano do jubileu do Santuário, dos seus 50 anos, então é um presente de Deus, para mim, ser ordenado diácono no Santuário do Jaraguá. É uma exceção – normalmente a ordenação acontece no Chile – mas dessa vez foi decidido que será por aqui, e estou vivendo isso com bastante gratidão.
Qual sua expectativa para a ordenação diaconal?
A expectativa é de que eu possa viver esse diaconato muito aberto ao Espírito Santo e que ele possa me abrir para viver esse ministério, esse serviço de modo generoso, que eu possa servir generosamente a vontade de Deus e ao seu povo aonde ele quiser, quando ele quiser, com quem ele quiser. Viver esse ministério assim, esse é um desejo e expectativa que eu tenho e também que a Mãe, nessa etapa, se coroe como Rainha, como minha educadora, que me acompanha. Sou consciente das fraquezas e ela, em todo esse tempo de formação, sempre esteve ali, então muitas vezes foi ela que me manteve de pé. Desejo isso, tenho essa expectativa de que o diaconato seja assim e que eu possa vivê-lo com o espírito de serviço generoso.
Nesse sentido, conto com a oração e companhia de muitas pessoas, das pessoas que eu quero bem, que são da nossa Família, da nossa Igreja, da nossa comunidade. Tenho expectativa que possam acompanhar com oração, desejando o bem desse ministério.
Você se torna diácono no ‘Ano Pe. Kentenich’. O que isso lhe diz pessoalmente?
Cada vez mais eu aprendi a admirar a pessoa do nosso Fundador, sua busca constante pela vontade de Deus, seu carisma, a convicção de ser guiado, conduzido pela Aliança de Amor com nossa Mãe a Deus. Vejo, por ele, esse amar cada vez mais a Deus e nesse amor buscar sempre mais a sua vontade, ser seu instrumento de modo corajoso e profético no mundo, sempre para a glória de Deus, com essa lógica de amar, amor à Mãe, a Deus, aos irmãos. Espero que o Ano Pe. Kentenich seja um bom sinal para encontrar nele um modelo para o meu ministério e um companheiro nesse caminho.
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