90 minutos para ser santo, com direito a intervalo e acréscimo
Karen Bueno – Se você está lendo este texto, provavelmente não é entre 16 e 18 horas. É fato, hoje tem jogo da seleção. E o Brasil para.
Torcer em família, com amigos, colegas, ou mesmo sozinho, para quem pertence à Família de Schoenstatt, é uma oportunidade de captar a presença de Deus no lazer da vida diária. Quando o Pe. José Kentenich fala da santidade de todos os dias, ele ensina seus filhos a descobrirem o Bom Deus, a Mãe Três Vezes Admirável em todos os momentos do dia a dia, inclusive nas horas de diversão. Assim ele escreve: “É um erro – para não chamar de heresia – traçar uma linha divisória entre piedade e esportes, piedade e vida social, piedade e vida profissional, piedade e serviços domésticos…”.
Deus está unido com a torcida, ele é Pai e se interessa por todos os filhos, na alegria do gol ou mesmo na dureza da derrota. Basta estar com a antena ligada para captar sua presença nas pequenas coisas. Por exemplo, um “7 a 1” não é capaz de diminuir o valor do encontro em família, da união entre pais, filhos e irmãos, das conversas que se constroem, às vezes com pessoas que nem se conversava antes. Isso é vinculação, isso é cultura do encontro, é cultura da Aliança, é santidade na vida diária.
É só o “pontapé inicial”
Mas, para toda essa comoção ter valor, não basta que aconteça a cada quatro anos. A copa pode ser um grande instrumento de unidade e partilha, porém, ela é só o “pontapé inicial”. Um questionamento interessante a se fazer é: o que levar desses encontros para vida prática de Aliança?
O Papa Francisco ressalta o papel do esporte como meio de missão e santificação. Ele também salienta que “o esporte pode abrir o caminho rumo a Cristo nos lugares ou ambientes onde, por vários motivos, não é possível anunciá-lo de modo direto; e as pessoas, com o seu testemunho de alegria, praticando o esporte de forma comunitária, podem ser mensageiras da Boa Nova”.
Para concluir, o Papa fala que para o esportista cristão – e podemos dizer que isso também vale para a torcida – “a santidade será viver o esporte como um meio de encontro, de formação da personalidade, de testemunho e de anúncio da alegria de ser cristão com quantos o circundam”.
Independente do país e dos jogos para o qual se torce durante a copa, todos são vencedores ao vestir a camisa da santidade na vida diária, fé prática na Divina Providência e consciência de missão, por uma nova terra mariana entre a torcida verde e amarela.
* Palavras do Papa: Carta ao Cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos,
a Família e a Vida, por ocasião da publicação do documento «Dar o melhor de si mesmo»
Disponível em: w2.vatican.va
* Pe. José Kentenich, Santidade de Todos os Dias. Vinculação profética às coisas.
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