Uma corrente de vida que se repete há 36 anos
Sueli Vilarinho – No Santuário do Jaraguá, São Paulo/SP, a Liga de Famílias de Schoenstatt se reúne uma vez ao mês para adorar ao Senhor. Sempre no terceiro sábado, por uma hora, os casais se colocam em adoração diante de Cristo no Sacramento.
Um grupo da Liga de Famílias – dentre os 14 grupos que hoje existem – prepara a adoração e convida outros casais do ramo a participar. Marta Ribeiro, após preparar a última adoração, nos diz: “De tudo que faço na Liga, esta é a parte mais importante para a minha vida”.
Neste ano em que se recordam os 50 anos de partida do Pe. José Kentenich ao lar eterno, também inicia a caminhada jubilar do Santuário Sião rumo aos 50 anos, que se completam no dia 31 de maio de 2019. Por isso, a Família de Schoenstatt local quer, cada vez mais, resgatar sua história.
Fidelidade e compromisso
A adoração mensal da Liga de Famílias iniciou em 1982, após uma violação ao Sacrário, e as novas gerações continuam fiéis e perseverantes. Ao recordar essa história, os casais do Jaraguá também querem refletir e partilhar: Por que adorar?
Os últimos Papas têm acentuado a necessidade de que, sempre mais, as comunidades religiosas aprofundem e vivam o mais intensivamente possível o carisma de seu Fundador e se distingam pelo fiel seguimento de sua pessoa e de seus ensinamentos. Desse modo, se assegura a vitalidade do Corpo de Cristo, que mostra a sua riqueza e unidade na diversidade dos carismas que o Espírito Santo suscita na Igreja. [1]
Algo de Divino se irradia em mim
Pe. Kentenich, em visita ao Brasil, deixou-nos o seu modo de contemplar a Deus.
“Olhamos a Jesus. Se vamos ao Tabor, ao Tabernáculo, Ele é sempre o mesmo: a imagem do homem pela qual devemos lutar. Se olho para Jesus, é sempre de novo o Ecce Homo! Aí está à frente a nossa natureza elevada, ou de natureza transfigurada, perfeita e sacrificada. São três imperativos por cuja realização devemos aspirar a cada dia de novo” (…).
E continua, “as magnificências que a Mãe quer revelar (…) queremos pedir, que ela nos ajude. Ela também deve mostrar-nos o Pai e, pelo Pai, sempre mais Jesus. Sua tarefa de vida é gerar Cristo” [2].
Ele também nos convida a ir à missa, onde encontramos Jesus de maneira bem pessoal: “Algo de divino se irradia em mim; esta é a realidade: Em Cristo experimentei uma elevação de meu ser, e esta se tornará mais perfeita pela recepção dos Sacramentos” [3]
Você acredita em oração?
Pe. Marcelo Aravena, assessor da Liga de Famílias no Jaraguá, questiona: “A adoração como forma de pensar em nossa própria vida de oração. Você acredita que suas orações estão realmente fazendo a diferença?”
E explica: “Ao rezar, não devemos nos perguntar se Deus vai fazer alguma coisa, devemos rezar esperando que Deus faça ainda mais do que pedimos. Espere grandes coisas de Deus. A expectativa carrega seu próprio tipo de poder, o poder da esperança e o poder da fé”.
Lucia Rocha, dirigente local da Liga de Famílias, conta sobre a sua experiência de adoração: “Para mim, adorar significa uma conversa pessoal que tenho com Jesus. Coloco meus pecados, pedidos e agradecimentos no altar e Jesus recebe cada coisa em seu coração para um melhor tratamento. Sinto também o silêncio, as orações, os cantos, em minha alma e renovada a cada momento de adoração”.
Estar em adoração também significa estar mais perto do coração do Pai. Dessa forma, quando os casais se ajoelham diante de Jesus, vivem uma parcela da missão de seu Santuário jubilar: Cor Unum in corde Patris, a união dos corações no Pai.
Com gratidão por esses anos todos de fidelidade e oração, juntos repetem as palavras do Rumo ao Céu: “O universo inteiro seja teu Reino, igual a ti, Senhor; tudo louve com alegria a Trindade nas alturas. Amém” (170).
¹ pater-kentenich.org/pt-br
²Cristo no Tabor, ideal do novo homem. Pág 10-11
³Aprofundar na Santidade de Todos os Dias, pág 76-80