Sexta catequese rumo ao Encontro Mundial das Famílias:
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“Sua Mãe guardava todas essas coisas no coração” (LC 2,51)
Muitas vezes, diante de acontecimentos humanos repentinos, inesperados e surpreendentes, nos quais não podemos perceber nenhum sentido lógico, e de que não podemos tirar qualquer benefício, a reação do coração é a de repulsa, de rebelião para chegar, às vezes, à exasperação, afundando-se na fúria total. Para nenhuma pessoa sobre a Terra a vida caminha de acordo com os planos e programas desejados. O viver torna-se uma luta eterna, muitas vezes feita de compromissos e equilibrismo e onde, rangendo, se procura conquistar o que parece ser devido.
A palavra “esperar”, na linguagem corrente, torna-se assim uma ambição de chegar com tudo de si, o quanto o coração deseja, esperando ter sucesso. Então, não se pode deixar de levantar a questão: mas, é possível que esperar signifique entrar neste vórtice de incerteza e, ao mesmo tempo, de luta contínua por um ideal que todos os dias deve ser reafirmado e conquistado? Vale a pena viver a própria vida, gastando-se totalmente por algo que sempre parece inatingível?
Diante dessa lógica prevalecente, que habita e domina a terra, a figura de Maria avança. Ela, tendo vivido o mesmo e idêntico dinamismo dos acontecimentos humanos, tocando em profundidade, se posiciona de maneira completamente diferente ou, melhor dizendo, opostamente. Se olharmos a história de sua vida, transmitida pelos relatos evangélicos, vemos que também Maria vive o que nunca poderia ter imaginado. De fato, as suas primeiras palavras que conhecemos são exatamente estas: “Como é possível?”.
Talvez, na crença popular, uma imagem de Maria tenha sido excessivamente afirmada, de que, de uma maneira dócil e condescendente, ela acolhe automaticamente o desígnio de Deus e os acontecimentos que a vida lhe oferece. Nós nos esquecemos de que ela também tem um coração humano e que, enquanto criatura, ela não pode deixar de interrogar-se sobre o significado de seu pessoal curso histórico. Os Evangelhos nunca dizem que Maria tem respostas claras e óbvias a suas perguntas. Apenas uma coisa, no entanto, várias vezes é dita sobre ela e expressa com esta frase: “Sua mãe guardava todas essas coisas no seu coração” (Lc 2,51).
Diante de eventos inesperados, inimagináveis e, às vezes, indesejáveis, ela mostra e ensina a todos a arte de manter tudo o que acontece em seu coração. O que significa isso? Isso significa que tudo o que se vive não deve ser descartado, pelo contrário, deve ser totalmente preservado dentro de si, de modo que ao longo do tempo o significado de tudo se torne claro e a grandeza do plano de Deus seja revelada. Certamente, é humano não compreender plenamente as vicissitudes da vida. E é ainda mais humano surpreender-se. Em vez disso, é desumano rejeitá-los e tentar esquecer o quanto a vida nos confronta. Aqui não queremos afirmar uma espécie de fatalismo divino, segundo o qual tudo o que é vivido já está estabelecido e torna-se compreensível na mente limitada do homem no decorrer do tempo. Significaria anular totalmente a liberdade humana. A história de cada pessoa é, em vez disso, a mais grandiosa e extraordinária afirmação da liberdade da criatura humana. De fato, o anjo Gabriel pede a Maria a sua disponibilidade pessoal ao desígnio divino. Ela tem total liberdade para dizer “sim” ou “não”. O mesmo dinamismo é realizado na história de José. Deus nunca obriga ninguém a fazer algo, nem manipula os acontecimentos humanos do alto.
Se tudo, então, é deixado para a liberdade do homem, de que forma Deus entra e interage na sua vida?
A reflexão continua, para ler o texto completo e visualizar as perguntas acesse: laityfamilylife.va
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* O IX Encontro Mundial das Famílias ocorrerá em Dublin, na Irlanda, de 21 a 26 de agosto deste ano.