Bem aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus (Mt 5, 3)
Karen Bueno – “Senhor, te agradeço porque me criou, me modelou e me conduziu todo esse tempo. O que tenho e não me foi dado? Tudo isso eu te devo. Por sua graça eu te dou o meu sim, a minha história, minha vida: eis-me aqui para servir quem o Senhor quiser, onde o Senhor quiser. Sou todo teu!”. Essas palavras expressam um pouco daquilo que se passa no interior do novo diácono do Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt. Por vezes, as lágrimas não permitiam que ele falasse, mas o que a boca não podia dizer, o olhar e o sorriso traduziam numa grande alegria e gratidão que transbordavam de seu coração.
Com a família natural e a Família de Schoenstatt reunida, nesse domingo, 29 de julho, o seminarista Vitor Hugo Possetti foi ordenado diácono. Um grande número de pessoas preencheu os espaços da Tenda no Santuário Sião, do Jaraguá, em São Paulo/SP. “É a primeira vez que nós temos uma ordenação diaconal neste lugar, por isso, é uma ocasião de muita alegria, neste ano do jubileu dos 50 anos do Santuário”, diz o Pe. José Fernando Bonini, superior regional dos Padres de Schoenstatt, no início da celebração.
Serviço e missão
A cerimônia foi presidida por Dom Devair de Araújo Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo/SP, responsável pela Região Episcopal Brasilândia. Ao iniciar a homilia, ele coloca que “somente a partir de uma experiência profunda de Deus, de um encontro pessoal com Deus se pode responder sim”.
As palavras do bispo acentuam o diaconato como um serviço. Assim ele se dirige ao Vitor Hugo: “O serviço mais importante que você pode prestar às pessoas não é fazer muitas coisas, ou correr daqui para ali, mas é levar as pessoas a esse encontro pessoal com Jesus. Porque, a partir desse encontro pessoal, todas as nossas necessidades são saciadas e nós descobrimos aquilo que realmente é importante e necessário”.
Dom Devair diz que essa cerimônia é a confirmação da atitude de serviço que o novo diácono já vivia antes, do serviço que ele já praticava, e que agora recebe o grau de sacramento: “Que a sua vida possa ser sempre esse testemunho do serviço, agora e sempre, o serviço que é de Jesus Cristo. Quando você serve como Jesus serviu, você o apresenta ao mundo, você mostra Jesus”.
Bem aventurados
De fato, mostrar Jesus ao mundo foi uma missão assumida com ardor pelo Vitor. E isso se via especialmente nas crianças do Centro Catarina Kentenich, emocionadas em vários momentos da cerimônia. Nos últimos meses, o diácono trabalhou diretamente com os adolescentes, jovens e os pequeninos do abrigo, que participaram da liturgia e não queriam soltá-lo ao final da celebração. As crianças também tiveram uma participação especial na preparação para a ordenação: além das orações, foram elas que coloriram a imagem do convite.
O rito de ordenação, segundo a liturgia, seguiu com a apresentação do candidato, a Ladainha dos Santos e a imposição das mãos. Com o canto, Vitor recebeu as vestes de diácono e em seguida o Livro dos Evangelhos. Assim, com alegria, foi saudado pelo bispo e por seus coirmãos de comunidade.
Chamou-nos pelo nome
As palavras finais do recém-ordenado diácono foram de gratidão a todos que percorreram com ele esse caminho, ao longo dos dez anos de formação. A celebração terminou diante da Mãe e Rainha, no Santuário Sião, com a consagração do diaconato aos seus cuidados.
No Ano Pe. Kentenich, essa ordenação representa um presente ao Pai e Fundador e é um sinal de que seu carisma e sua espiritualidade continuam dando frutos ao longo das décadas. “Queremos apenas lançar-nos de novo no infinito oceano de Deus. O Deus eterno, o Deus infinito envolve a vida de cada um de nós de forma singularmente profunda. Ele nos chamou pessoalmente, nos chamou pelo nome. Nós nos consagramos pessoalmente a ele e ele nos enviou pessoalmente” (Pe. José Kentenich: Chamado por Deus, consagrado a Deus, enviado por Deus – Textos escolhidos do Padre José Kentenich sobre o sacerdócio).
Fotos: Karen Bueno / Alex Formigoni