Missionários voltam a Tremembé/SP para celebrar a data, partilhar e conhecer os resultados do trabalho realizado em 2008 e 2009
Jaqueline Montoya – “Quem hei de enviar? Eis-me aqui, envia-me!”. O grito que ainda arde em cada Missão Jovem Tabor (MJT) teve início no regional Sudeste em julho de 2008. Na ocasião, como resposta ao apelo do Papa Bento XVI, 53 jovens da Juventude Feminina e Masculina de Schoenstatt tomaram para si as palavras do papa de ser o rosto jovem da Igreja e anunciar a outros a boa nova do Evangelho, iniciando as missões.
A cidade escolhida para a 1ª edição da MJT foi Tremembé/SP, no Vale do Paraíba. Dez anos depois, em 28 de julho, 15 dos primeiros missionários retornaram ao local. Mais do que relembrar o início, o reencontro com a cidade demonstrou o que o evangelho dizia neste sábado: “O reino dos céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo”. Neste final de semana os frutos foram apresentados.
A semente caiu em terra boa
O retorno ao munícipio foi organizado por uma comissão desde 2017 e contou com apoio da Campanha da Mãe Peregrina da Diocese de Taubaté/SP e da cidade de Tremembé. Como programação, o grupo foi recebido pelas comunidades por onde passou em 2008: atual paróquia Jesus Ressuscitado, com a presença do pároco Pe. Edgar Delbem, que acolheu o grupo já na primeira edição; Santuário e Basílica do Senhor Bom Jesus do Tremembé, participando da novena do padroeiro, com acolhida do Pe. José Vicente, e paróquia São José, partilhando com o grupo de jovens e o Pe. Alan Rebelo.
Pe. Edgar Delbem, Sjr, comentou o reencontro com os missionários. “Para nós, tê-los de volta, com a criação da paróquia, há três anos e meio, é a confirmação de que a semente lançada produziu frutos. A semente que esses jovens lançaram, sob o patrocínio da Mãe Peregrina, gerou frutos de graças. A Igreja diocesana teve sensibilidade para entender que aqui seria um lugar possível para se ter uma igreja. A graça de Deus foi semeada naquele período, em um território em que os corações eram férteis, mas a realidade difícil”, disse.
Os missionários observaram as diversas mudanças ocorridas na comunidade. Pe Edgar então agradeceu pelo trabalho realizado na cidade nas edições de 2008 e 2009 da MJT. “A semente frutificou nos corações e transformou as pessoas em Igreja, ou seja, essa força viva dos batizados, não somente as construções. O que os missionários encontraram hoje aqui de infraestrutura, entendam como resultado da sementeira que eles lançaram. Para nós é muito importante recebê-los. Queríamos mostrar que a missão dada foi cumprida. Nossa paróquia tem muito a agradecer por esses jovens terem mantido o espírito da Virgem Maria. Nossa Senhora tem cuidado carinhosamente para que o evangelho de Cristo pudesse chegar àquele que não tem comida, saúde, família, segurança, trabalho, dignidade, que já se perdeu nos vícios, se perverteu em achar que a morte é solução. Os missionários plantaram e Nossa Senhora continua plantando”.
O grupo de jovens Emaús é um dos frutos da MJT
Dez anos passados e os frutos permanecem
E os frutos não param por aí. Em cada visita às comunidades os missionários puderam partilhar com outros membros da Família de Schoenstatt de Tremembé o que significou esse tempo de missão. Coordenadores da diocese, coordenadores da cidade e missionários da Campanha da Mãe Peregrina auxiliaram em todos os contatos para que a visita acontecesse, além de acompanhar o grupo.
Sara Caçador, da Campanha da Mãe Peregrina de Tremembé, foi uma das entusiastas para esse reencontro. Ela e sua família foram de grande ajuda na 1ª edição da MJT e, esse retorno, tanto tempo depois, foi um momento de emoção. “A primeira missão foi um momento único. Hoje podermos reencontrar parte dos missionários, relembrar o trabalho que realizamos. Foi algo especial. Nestes 10 anos, seguimos acompanhando muitos deles e é muito bom ver que seguimos firmes nesta caminhada. Reviver tudo isso hoje foi sentir aquele mesmo ardor que sentimos naquela época. Foi um incentivo que a Campanha de Tremembé precisa. Em todos os lugares faltam jovens para levar a Campanha Infanto-juvenil e Jovem. Precisamos resgatar os jovens, eles são o futuro do Movimento. Esse momento de partilha foi muito importante para nos dar esse impulso”, disse.
Na Paróquia São José, outro testemunho comprovou os frutos das missões. Durante a visita ao grupo de jovens Emaús, o coordenador Douglas Pabiton contou que ter recebido os missionários em sua casa foi a semente para ele iniciar o trabalho com o grupo em sua comunidade.
Missionários que também enviam: alegria que contagia
E o reencontro não serviu apenas para matar a saudade. O grupo de missionários também quis deixar uma nova semente. Durante o café da tarde, com os membros da Campanha da Mãe Peregrina, algumas experiências fora trocadas e um ‘envio’ foi feito, para que a Mãe possa continuar abrindo muitas portas na cidade e em toda diocese.
“Não participei da visita dos missionários há dez anos, mas sempre ouvi falar muito. Sinto que essa visita marcou a cidade e essas pessoas que participaram deixaram essa vontade de que um dia o grupo volte para realizar missões, não somente em Tremembé, mas também em outras cidades de nossa diocese. Foi muito bom e muito alegre estar com os missionários”, comentou a coordenadora da Campanha na Diocese de Taubaté, Claudia Maria Ferraro. Seu esposo, Attílio Paulo Ferraro, complementou: “Ver esses jovens aqui me fez pensar no início da Campanha da Mãe Peregrina com o senhor João Luiz Pozzobon. Ele iniciou assim também, em missão. A missão dele e a deste grupo deu frutos. Eles são responsáveis pelo Movimento ter chegado a diversos bairros aqui de Tremembé”, disse.
O envio se repetiu no grupo de jovens Emaús. Após partilhar a experiência vivida na 1ª MJT, os missionários convidaram os jovens a darem o seu “eis-me aqui, envia-me” para as situações que enfrentam no dia a dia: seja na família, na escola/faculdade, trabalho ou convívio social. A ideia é que eles possam assumir o compromisso de ser o rosto jovem da Igreja onde estejam.
Os missionários da Campanha foram enviados
Uma missão que marcou vidas e segue marcando
Celebrar 10 anos da 1ª MJT é também olhar para o passado e refletir como as missões marcam a vida das pessoas. Durante o dia, os missionários tiveram oportunidade de fazer esta reflexão. Alessandra Lourençon Baria, de Louveira/SP, conta: “Participar da comemoração dos 10 anos da primeira Missão Jovem Tabor foi reviver toda experiência de espiritualidade e amor de um momento maravilhoso. Chegar novamente em Tremembé, dez anos depois, agora com meu esposo e meu filho, foi uma emoção imensa, uma alegria rever os amigos missionários e saber de suas histórias. Novamente saímos de lá missionados. Foi uma grande alegria a recepção tão querida, ouvir cada palavra, cada música, recordar e viver 10 anos em apenas um dia. Cada minuto sentia que Ela é e sempre será a grande missionária!!! Tremembé quer receber novamente os missionários da MJT. Quem sabe não é?! Que a Mãe tenha o perfeito cuidado”. Atualmente Alessandra faz parte da Liga das Famílias.
E a MJT segue transformando outros jovens, comunidades e cidades, com a certeza de que a Mãe segue atraindo e educando outros corações juvenis a partir do Santuário e os enviando em missão. Além de Tremembé, onde as missões aconteceram em 2008 e 2009, a MJT já foi realizada nas cidades de Jarinu/SP (2011/2012), Itatiba/SP (2014/2015), Bragança Paulista/SP (2016/2017) e São Paulo – bairro do Jaraguá (2018).
Fotos: Missionários