“Sim Pai, vamos contigo, tudo para um novo pentecostes”.
Ir. M. Marcia Carmo da Silva – A Família de Schoenstatt do Regional Paraná se reuniu neste final de semana para o Congresso de Outubro, realizado em Londrina/PR. O congresso teve como tema central o terceiro marco da história de Schoenstatt, no contexto da coroação da Rainha da Filialidade Heroica, e contou com a participação de cerca de 140 pessoas.
Reunidos sob o manto de Maria
O congresso teve início na sexta-feira, dia 12, com a Santa Missa em honra da Festa de Nossa Senhora Aparecida, presidida pelo Pe. Júlio Fabiano Rodrigues, assessor regional da Juventude Masculina. Concelebraram o Pe. Carlos Shimura e o Pe. Ivan Simicic, do Instituto dos Padres de Schoenstatt, o Pe. Marcelo de Souza, capelão do Santuário de Curitiba/PR; também estavam presentes os diáconos Deilton de Souza e Vitor Posseti.
Na homilia, o presidente da celebração fez menção aos acontecimentos a serem vividos nesses dias de encontro e recordou palavras do Pe. Kentenich para o congresso de 1949 no qual ele pede para que o sol se detenha: “Sol, detenha-se, dá-nos tua luz, ajude-nos a olhar o caminho percorrido até aqui e os caminhos que Deus e a Mãe querem para nossa Família de Schoenstatt” (essas palavras fazem referência a uma passagem bíblica do profeta Josué).
Na casa Tabor de Maria os congressistas receberam informações práticas e terminaram o primeiro dia com a oração da noite, na qual refletiram cada parte do lema do ano “Unidos ao Pai e Profeta, por uma nova terra mariana”. No final, cada um recebeu uma mensagem do Pai para conduzi-los durante o encontro.
Legado Profético
As atividades do sábado também iniciaram com a celebração eucarística, dessa vez presidida pelo Pe. Carlos Shimura. Neste dia foi apresentado uma retrospectiva do Ano Pe. Kentenich, uma viagem nacional e internacional pelas celebrações e eventos do ano jubilar.
Ir. M. Nelly Mendes fez um aprofundamento histórico do acontecimento do ‘31 de Maio’ e sua importância para a Família de Schoenstatt. “A intenção foi apresentar o legado que o Pai e Fundador nos deixou, tanto com o terceiro marco da história, quanto o fruto, a confiança do Pai, que entregou cetro e coroa para a Mãe de Deus. Nosso Pai era um filho heroico, ele simplesmente entregou a coroa e o cetro e deixou que a Obra e sua pessoa ficassem inteiramente nas mãos da Mãe de Deus”.
Durante a exposição do tema, Ir. M. Nelly apresentou aos congressistas o cetro histórico que o Pe. José Kentenich ofereceu à Mãe de Deus, ao coroá-la como Rainha da Filialidade Heroica, no dia 20 de agosto de 1949. Ela também trouxe a carta Epistola Perlonga, que o Pai e Fundador escreveu em resposta aos bispos da Alemanha – algumas partes desta carta foram escritas no Regional Paraná, durante a viagem que o Pe. Kentenich fez ao Brasil no ano de 1949.
Três símbolos acompanharam o desenvolvimento deste tema. A uva como sinal do vínculo e unidade com o Fundador. O manto da missão e o chapéu que recorda o pedido do Pai aos seminaristas: “Capital de Graças, 31 de Maio, Capital de Graças”.
Na parte da tarde os congressistas participaram das oficinas que tinham como tema: os 100 anos de Hoerde, a Santidade de todos os dias com a Exortação Gaudete et Exsultate, os 100 anos da morte de José Engling e a Instrumentalidade ao serviço da missão do leigo.
“Decidimos fazer esta oficina porque vemos o José Engling como um símbolo de como viver o espirito de santidade. Em seu pouco tempo de vida ele teve uma entrega total e nós vemos que esta entrega é um exemplo para nós. Ele é um exemplo de Santo moderno”, conta Miguel Oswaldo Garson Sacco, líder de ramo da Juventude Masculina de Maringá/PR, que ajudou a conduzir a oficina de José Engling.
O casal Laércio e Maria Helena Guariente, da União de Famílias, responsável pela oficina dos 100 anos de Hoerde, falou sobre a importância desse acontecimento e sua relação com o Ano do Laicato: “O espírito vivido no congresso de Hoerd deixa um legado: um maior entusiasmo dos cristãos leigos na vida da Igreja e na busca da transformação da sociedade. Os leigos formados nesta espiritualidade se fazem apóstolos no ser e atuar como sal e luz para o mundo, unidos ao carisma e a missão de Schoenstatt”.
Segundo afirmam, a proclamação do Ano do Laicato, às vésperas da celebração dos 100 anos da fundação da União Apostólica, é um sinal da Divina Providência. “É tempo de aprofundar a identidade da vocação, espiritualidade e missão dos leigos na vida da Igreja”, conclui o casal.
Família de Schoenstatt, vais comigo?
A culminância do dia aconteceu com uma vivência preparada pela Juventude Feminina. As jovens apresentaram a luta do Pe. José Kentenich pelo reconhecimento da Obra de Schoenstatt, a problemática em torno da carta resposta que ele enviou aos bispos alemães e a confiança com a qual ele ofertou coroa e cetro à Mãe de Deus no Santuário Tabor, em Santa Maria/RS, proclamando-a Rainha da Filialidade Heroica.
“Vais comigo?” Todos os participantes receberam uma pequena cruz que trazia escrito este chamado do Pai e Fundador e, dessa forma, foram chamados a empreender com ele a luta contra o pensar mecanicista e ousar, em seus ramos, a conquista do pensar, viver e amar orgânicos.
“Sim Pai, nós vamos contigo. Tudo para um novo pentecostes”. Desta forma a Família de Schoenstatt de cada local foi chamada para renovar uma parte da oração de coroação da Rainha da Filialidade Heroica. Em seguida, o cetro foi colocado sobre o trono da Mãe e Rainha, no Santuário, com a súplica: “Pedimos-te novamente que aceites a coroa e o cetro como expressão do pedido: cuida que todos os filhos de Schoenstatt recebam e conservem, até o fim dos tempos, a graça da filialidade heroica” (trecho da oração de coroação).
Unidos ao Pai e Profeta
O domingo teve início com um gesto simbólico: na oração da manhã, cada local ofertou ao Pai um pouco da terra de sua cidade. Essa terra foi depositada aos pés da estátua do Fundador, como sinal de vinculação e compromisso de colaborar na construção da Nova Terra Mariana.
Divididos em pequenos grupos, todos puderam dialogar e se aprofundar no pensamento do Pe. José Kentenich. Cada grupo recebeu um texto e duas perguntas para orientar a reflexão, no final apresentaram as conclusões num plenário, coordenado pelo Pe. Júlio. Depois de receber tanto conteúdo, chegou a hora de cada local se reunir e analisar o que podem levar deste Congresso para a sua realidade local da Família de Schoenstatt.
“Schoenstatt é como se fosse uma mina, cada vez que cavamos encontramos um novo tesouro. Sempre tem algo mais para ser descoberto e temos a missão de levar este tesouro para as próximas gerações”, disse Daniela Putinatti, de Londrina.
A Santa Missa de envio foi presidida pelo Pe. Ivan, diretor regional e nacional do Movimento Apostólico de Schoenstatt. Nesta ocasião, como conclusão do congresso, ele incentivou que todos se lembrassem de tudo o que nesses dias viram do Pe. Kentenich e refletissem do que precisam se desprender para serem mais discípulos, mais filhos do Pai e Fundador.
“O vinculo com o Pai e Fundador é importante. Aqui se separam as almas, pois tem pessoas que até gostam do Santuário, mas vão para outro lado. Este seguimento nos leva a refletir: o que preciso me desprender para sermos mais filhos do Pai?”, disse o diretor regional e nacional do Movimento Apostólico de Schoenstatt.
Ele também falou da dimensão dos vínculos como Família e perguntou e questionou: “O que podemos fazer pela unidade?” A comunidade de corações fortalece, por isso “unidade dos corações no coração do Pai”, falou o sacerdote. Por fim explicou que a unidade e o vínculo com o Pai e Fundador devem despertar a consciência de instrumentos para a construção da nova terra mariana.
No encerramento todos seguiram até o Santuário, onde os presidentes dos conselhos locais receberam um pequeno cetro, como um sinal do envio e do compromisso que assumem em nome da Família de Schoenstatt: “Sim Pai, vamos contigo”.
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Fotos: Ir. M. Marcia Carmo da Silva