“Com gosto me estabeleci aqui, que considero agora o meu lar, não só o vosso lar. E desde aqui quero distribuir abundantes graças”
Sueli Vilarinho / Karen Bueno – “O que eu vou dizer é de importância elementar para o futuro: Tudo o que vale para o Santuário Original e para os Santuários Filiais, também vale para o SANTUÁRIO LAR”. Com essas palavras o Pe. José Kentenich inicia uma nova e profunda experiência para a Família de Schoenstatt, para a Igreja e a sociedade.
Neste dia 18 de novembro, o Movimento Apostólico comemora os 55 anos do Santuário Lar. Foi nessa data que o fundador anuncia, oficialmente, o início da nova corrente unida à rede de Santuários.
Missão de Educadora
O grande anseio das famílias, dos pais e das mães, é saber como educar e conduzir os filhos da melhor forma. Sobre isso, o Pe. Kentenich indicou aos casais, em Milwaukee/EUA, um caminho que ele bem conhecia: pedir à Mãe de Deus que eduque os filhos, que os ajude nessa tarefa. O Espírito Santo inspirou os casais e, então, seus anseios culminaram na instituição do Santuário Lar, pelo qual a Mãe pode atuar diretamente no seio de cada família. Assim, não apenas os filhos são educados, mas cada membro da família.
Pe. Kentenich percebeu nisso o atuar de Deus, uma estratégia divina para a renovação do mundo: tal como o cristianismo original surgiu nas famílias, assim também a renovação do mundo deve partir dos lares.
“A Mãe de Deus quer criar um novo mundo. E como quer fazê-lo, a partir dos nossos Santuários Lares? Estabelecendo-se em cada família, assumindo, continuando e realizando sua grande tarefa educativa” (Doc. de Fundação do Santuário Lar, 27).
Pouco a pouco a casa se transforma
Imagine uma família toda “bagunçada”, onde os filhos não respeitam os pais, os pais discutem entre si, onde não há harmonia e diálogo. Será que uma família assim poderia instituir um Santuário Lar? A resposta depende da disposição interior que cada um possui. Se existe um anseio real nessa família para viver a santidade, a Mãe de Deus pode ajudar a construir um novo lar. Isso se dá, em primeiro lugar, pela vivência da Aliança de Amor, que é condição essencial para a instituição do Santuário Lar. Pe. Kentenich nos conta:
“A Virgem deve estabelecer-se em minha casa. Há tanta desordem!
Como foi, então, no nosso Santuário [Original]? A princípio, um caos. Mesmo quando decorreu o Documento de Fundação – quer dizer, quando se selou a Aliança de Amor – a capelinha estava fria e vazia. Já não era um caos, mas também não havia decoração alguma. O mesmo posso aplicar à minha casa. Tal como, com o tempo, se foi decorando o Santuário e tal como hoje os Santuários Filiais estão ornamentados, belos e atrativos, assim as nossas casas devem tornar-se evidentemente um reflexo da ordem divina, um reflexo dos Santuários”.
Pela vivência fiel e autêntica da Aliança de Amor, o Santuário Lar ganha vida e faz surgir uma nova terra mariana em cada família.
Ser Igreja doméstica
Enquanto famílias, o que a Igreja nos pede? Nas palavras de Cristo, no Novo Testamento, se fala da “Igreja que se reúne em casa” (cf. 1 Cor 16, 19; Rm 16, 5; Col 4, 15; Flm 2). Esse é um pedido de Cristo, abraçado pela Igreja: para que cada família seja uma comunidade de vida e de amor.
Na Encíclica Amoris Laetitia, sobre o amor na família, o Papa Francisco atualiza o convite de Jesus. Assim nos diz: “O matrimônio cristão, reflexo da união entre Cristo e a sua Igreja, realiza-se plenamente na união entre um homem e uma mulher, que se doam reciprocamente com um amor exclusivo e livre fidelidade, se pertencem até a morte e se abrem à transmissão da vida, consagrados pelo sacramento que lhes confere a graça para constituírem como igreja doméstica e serem fermento de vida nova para a sociedade” (292).
O Santuário Lar é um instrumento importante para tornar reais essas palavras da Igreja.
Na bênção de uma casa, em 1933, o Pe. Kentenich rezou: “Deus Pai Eterno! Em singela simplicidade, cremos firmemente que enviaste Nossa Senhora para este mundo de hoje como auxiliar permanente de Cristo Jesus; enviaste-a para que ela, por assim dizer, encontre um lugar onde possa desenvolver sua eficiência; infelizmente inúmeras são as pessoas que não lhe abrem a porta de seus lares, inclusive a do próprio coração. Contudo, nossos Santuários de Schoenstatt abriram-lhe as portas”.
A Mãe de Deus continua batendo. Oxalá mais pessoas possam abrir as portas a Jesus e a Maria, sendo um vivo Santuário de amor.
Referências
O Nascimento do Santuário-Lar. Pe. J. Niehaus
Amoris Laetitia, n.292
Lumen gentium, 11, parágrafo 83
Leia também: O que é um Santuário Lar?
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