Sua proposta continua viva para toda a Igreja
“Todos nós, membros do Movimento de Schoenstatt, somos convidados a refletir sobre uma forma de responder ao caminho que se abre a partir deste domingo de Cristo Rei”. É isso o que nos diz o diretor nacional do Movimento no Brasil, Pe. Ivan Simicic. Neste encerramento do Ano do Laicato, vejamos alguns fragmentos de toda a vida gerada no período dedicado aos leigos e daquilo que vem pela frente:
O homem novo é possível
No Sudeste e no Paraná, a Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt direcionou sua força de trabalho para a formação do homem novo. A estratégia utilizada, para isso, foi criar momentos de formação e, também, uma coletânea de frases do Pe. José Kentenich sobre a realidade atual. Cada uma dessas frases vinha com sugestão para a aplicação concreta. Por exemplo:
– “Acompanhar os filhos, perguntar a eles: como foi seu dia?”
– “Ser atencioso com alguém para causar alegria ao Pai Celestial”
– “Hoje serei um promotor da paz dentro da minha casa. Isso também é uma ação social”
A assessora da Mãe Peregrina no regional Sudeste, Ir. M. Gislaine Lourenço, diz: “Quando olhamos o trabalho realizado com a Campanha neste ano, vemos que o leigo foi formado através de nosso Pai e Fundador. Todo o material foi voltado à mudança de atitudes, a uma conscientização das nossas atitudes enquanto leigos atuantes dentro da Igreja. A Campanha abraçou esse tema e esse conteúdo de maneira especial e isso teve um reflexo muito positivo dentro da Igreja. Por exemplo, os padres começaram a utilizar nosso material para a formação de outros segmentos (pastorais, movimentos, etc.) dentro de sua paróquia”.
Ela também salienta: “O Ano do Laicato não acabou; em minha opinião, ele está apenas começando. Foi um suscitar, que ainda precisa ser muito trabalhado, porque a formação desse novo homem não acontece de um ano a outro, mas dia a dia. O santo que a Igreja necessita, esse novo homem, não é formado rapidamente, mas é uma construção, um desenvolvimento do dia a dia”.
Dar sabor ao mundo
Dar novo “sabor” ao mundo foi o intuito da União das Mães este ano. “Como mães unionistas, procuramos causar uma diferença no “sabor” do mundo em que vivemos. Assim como o sal evita que o alimento se decomponha, lutamos para agir de modo contrário à decadência moral da sociedade. Ou, como o sal conserva e confere paladar à comida, nós, como mães leigas e unionistas, nos esforçamos, por meio de nossa autoeducação, para ser esse tempero que realça e dá cor à vida”, explica a dirigente da comunidade, Lia Hurtado, e outras integrantes.
Falando de forma prática, “buscamos viver um planejamento cuidadoso da vida diária, um sacrifício voluntário e um compromisso inabalável com o Reino de Deus e a Obra de Schoenstatt. Nós nos esforçamos em levar os valores cristãos aos lugares onde Deus Pai nos plantou, influenciando positivamente aquelas pessoas que nos cercam. Trabalhamos para preservar o bem do mundo e trazer um novo sabor à vida, na busca do homem novo numa nova sociedade, em terras marianas”.
No espírito de Hoerde
No Regional Paraná, a atuação dos leigos foi tema discutido e aprofundado em vários círculos do Movimento. Muitos grupos utilizaram materiais de estudo fornecidos pela CNBB, ou pela própria Obra de Schoenstatt, sobre a identidade e a missão dos leigos na construção da nova sociedade.
“Foi um tempo para tomar novamente consciência do caráter eminentemente laical do nosso Movimento de Schoenstatt e de se renovar no pensamento do Pe. Kentenich, na sua proposta, que visa, essencialmente, a formação de homens, mulheres e famílias totalmente comprometidos com a construção de uma nova ordem social cristã”, diz o diretor regional Pe. Ivan Simicic.
Ele também comenta: “Penso que, assim como o ‘Ano do Pe. Kentenich’ despertou muita vida – a qual deveria ter continuidade – também o Ano dos Leigos deve ser um impulso que se projeta de forma criativa, original e concreta, assumindo desde Schoenstatt a missão que os leigos possuem para a Igreja e a sociedade de hoje. A celebração do centenário de Hoerde (20/08/2019) nos oferece uma bela oportunidade para continuar trilhando os caminhos que tanto o Ano do Pe. Kentenich como o Ano dos Leigos nos abriram”.
Um papel fundamental
Pe. Carlos Alberto Pereira chegou, há pouco mais de um ano, de Portugal, para trabalhar no Brasil. Hoje ele é reitor do Santuário de Olinda/PE e, observando a realidade local, conta: “Quando o Pe. Kentenich diz que quer formar o homem novo, essa comunidade nova, isto é o ‘Ano do Laicato’; são esses leigos comprometidos com a Igreja. Uma coisa que me fez muito feliz é o fato de que esse Santuário é carregado essencialmente pelos leigos, eu tenho uma vontade enorme de continuar esse estilo de trabalho. Nas paróquias que tenho visitado, vejo um compromisso muito grande dos leigos e acho que este ano despertou essa consciência”.
Ele também complementa: “O Ano do Laicato não chegou ao fim, é preciso continuar esse trabalho para que os leigos possam entender que são importantes e que sua participação é fundamental”.
Ser protagonista
O leigo como protagonista é algo que foi cultivado com ardor no Sudeste. O diretor regional, Pe. Afonso Wosny, reflete: “A primeira coisa que eu destaco é a sintonia da vida do Movimento com a proposta da Igreja. A Família de Schoenstatt acolheu essa iniciativa e inspiração da CNBB e tornou-a presente nos Santuários do Sudeste”. Outro ponto que ele salienta é: “A voz que vem da parte oficial da Igreja reforça algo que é muito próprio do nosso Movimento, que o Fundador queria: que Schoenstatt formasse líderes leigos. É a Igreja mesmo falando de algo que o fundador sonhou para Família e que a gente sempre buscou”.
Fazendo um balanço sobre esse período, ele diz: “Um ponto positivo na atuação dos leigos de Schoenstatt, eu acho, é que hoje temos um diálogo muito bom com a Igreja, uma presença de intercâmbio, de serviço, de acolhida… E, para mim, aquilo que é mais fraco é nosso diálogo com o mundo como um todo, com a sociedade. Nesse sentido, acredito que a atuação dos leigos de Schoenstatt está num caminho de crescimento. Nós, que temos uma espiritualidade de santidade da vida diária, queremos que esse diálogo aconteça”.
Pe. Afonso também diz que “o que fica, a partir de agora, é a busca de unir ainda mais o mundo – que é o lugar de atuação dos leigos, nas diferentes profissões e realidades – com Schoenstatt, colocar esses lugares onde estão inseridos em diálogo com a nossa espiritualidade. Acredito que também fica pela frente o desafio de, como leigos schoenstattianos, conhecermos melhor e nos aprofundarmos mais na pedagogia que nos deixou o Fundador”.