Aliança e Missão no regional nordeste brasileiro
Karen Bueno – Já faz um ano que o regional Nordeste conta com um novo assessor, de além-fronteiras, para o Movimento Apostólico de Schoenstatt. Pe. Carlos Alberto Pereira é reitor do Santuário Tabor da Nova Evangelização, em Olinda/Recife; assessor regional da Juventude Masculina de Schoenstatt e assessor do Terço dos Homens Mãe Rainha em Olinda/Recife e região metropolitana.
Com o envio missionário, Pe. Carlos Alberto chegou de Portugal para colaborar com a Obra de Schoenstatt nessa região. “O que me trouxe ao Brasil foi um pedido da comunidade. Eu pertenço a outro território, a outra província, mas, às vezes, fazemos esses intercâmbios. Minha província ajuda o Brasil. E era preciso um padre que falasse português, para ser mais fácil essa transição, pois era urgente vir para cá. Então o superior me pediu, eu falei que sim e estou muito feliz”.
De onde vem esse sacerdote? Deus o foi preparando para a missão, ele diz. “Como sacerdote eu só trabalhei em Portugal. Em Lisboa no primeiro tempo de sacerdócio e depois na Diocese de Aveiro, onde está o Santuário no qual nasceu minha vocação, pois sou dali, deste lugar. Estive ali [em Aveiro] por 14 anos”. Sobre a transferência, comenta: “Vim feliz. Não sabia o que ia encontrar. Já conhecia mais sobre o ‘Brasil do Sul’, daquilo que escutava dos meus irmãos de comunidade; do nordeste conhecia alguma coisa, mas não sabia tanto, e me surpreendeu muito positivamente. Ou seja, eu não sabia o que ia encontrar, e encontrei algo maravilhoso”.
Um coração religioso e mariano
Mais do que longe, há um oceano inteiro que separa sua tarefa atual da tarefa anterior. “Não é só uma mudança de continente, que, em si, já é uma mudança muito grande, mas também de costumes. Eu encontrei, no povo nordestino, muitas raízes portuguesas, então me sinto um pouco ‘em casa’, mas tem muita diferença, e uma diferença maravilhosa”.
O que Pe. Carlos Alberto encontrou do outro lado do Atlântico? “Encontrei aquilo que o Pai e Fundador falou quando chegou à América Latina, uma alma muito religiosa e mariana. O nordestino é assim. Não posso falar do resto do Brasil, pois não conheço tanto, mas a minha experiência no nordeste é com um povo muito religioso, de muita fé. Isso me atraiu”.
“Estou muito feliz com o povo nordestino”
Algo marcante, para o atual assessor, é o contato com o povo simples, que chega de longe para visitar a Mãe e Rainha no Santuário. “O que mais me marcou é a experiência dos romeiros que chegam ao Santuário, que vêm de longe, viajam a noite inteira só para vir aos lugares de romaria; os sacrifícios que fazem, eles dão tudo para visitar esses lugares – não só o Santuário da Mãe e Rainha. É um povo muito mariano e de muita fé”. O nordestino, para o Pe. Carlos Alberto, “é um povo de coração muito carinhoso e muito aberto, muito acolhedor, onde eu acho que não é difícil passar a mensagem de fé cristã”.
No encerramento do Ano dos Leigos, ele salienta uma característica do Centro de Schoenstatt onde é reitor: “Uma coisa que me deixa muito feliz é que este Santuário é levado principalmente pelos leigos. Eu cheguei e já estava assim, com o trabalho dos padres que passaram por ali, e tenho essa vontade enorme de continuar esse estilo de trabalho”.
Sua atual tarefa pede uma abertura para o novo e para os contextos da realidade local. Sobre isso, Pe. Carlos Alberto salienta: “Estou para servir a Igreja, e a Igreja somos todos nós, também os leigos. Estou para atender os leigos, para que cumpram com sua missão”.
Vivendo junto ao Santuário Tabor da Nova Evangelização, servir a Igreja é também concretizar essa herança de fé deixada pelos portugueses. Assim, este português contribui para formar no Brasil, como muitos sacerdotes que aqui passaram, uma nova terra mariana.