Pedagogia de Schoenstatt ajuda a construir uma nova sociedade
Juliana Dorigo – Os filhos são como pequenas sementes, precisam de cuidado para se desenvolver e gerar frutos. Schoenstatt busca formar o homem novo por meio de sua pedagogia. “Pe. Kentenich empenhou todas as suas forças e capacidades na formação de personalidades livres, autônomas e comunitárias. Para isso, despertou em seus educandos o interesse por um trabalho sério de ‘autoeducação’, orientado em um sistema pedagógico próprio e original”. [1]
“Nossos filhos têm em si mesmos, tal como a semente, o germe potencial de todas suas perfeições. O ambiente de confiança permite que as potencialidades embrionárias se desenvolvam em toda sua vitalidade. Um ambiente inadequado pode frustrar esse desdobramento e atrofiar a vida que há neles”. [2]
O homem novo, de acordo com Pe. Kentenich: “é filial, de pensar e amar orgânico e que afirma os vínculos naturais e sobrenaturais desejados por Deus”[3]. Ser filho, também é uma atitude fundamental do cristão.
Colégio Mãe de Deus
O Colégio Mãe de Deus, a primeira instituição de educação católica a aplicar a pedagogia de Schoenstatt, busca formar o “homem novo”, prezando a autoeducação e a liberdade como forma de instruir jovens e crianças para uma nova sociedade. “Na formação pedagógica, no sentido da autoeducação, da formação do ideal e também do capital de graças”, diz Ir. M. Rosa Maria Ruthes, diretora do Colégio.
Atualmente, uma construção de educação sadia, junto com a importância da fé na construção de uma nova sociedade, é o que faz o diferencial da pedagogia mariana, de acordo com a Ir. M. Rosa Maria, a “é pedagogia fundamentada nos princípios e valores”.
Pequenos Missionários
Além da pedagogia de ensino, o Colégio forma missionários e realiza missões nas ruas. Todos se unem para levar o amor pela Mãe de Deus. “Nós temos também, a Mãe Peregrina dos Missionários, que passa de casa em casa”, diz Ir. M. Rosa Maria.
Sobre a preparação, ela conta como as atividades em conjunto ajudam nas missões: “a gente envolve os pais, professores, colaboradores e os alunos e juntos vamos às comunidades e creches de bairros mais necessitados, fazendo atividades missionárias”.
Autoeducação
Pe. Kentenich, em seu sistema pedagógico, acreditava na autoeducação como formação de personalidades livres, autônomas e comunitária, que por meio dela é possível, educar e transformar.A autoeducação é serviço desinteressado à vida em mim. Sobre a tática da autoeducação, o Pai-Fundador nos diz: Devemos assegurar que a autoeducação não é uma brincadeira. Ela exige sacrifícios. O que é exigido? Aquilo que é natural: [4]
– objetivo claro;
– capacidade de realização;
– certa energia;
– aplicação de meios correspondentes;
– mas também assegurar objetivos particulares
O Homem livre
A adesão às missões é espontânea, reafirmando assim a pedagogia de Schoenstatt, cuja meta é o homem livre. “Verdadeiramente livre é o que tem domínio sobre si, que sabe por que o faz e por isso pode ser livre também quando obedece se vê aí a vontade de Deus. O homem livre aproveita as provações e as coisas que são um pouco difíceis para crescer interiormente, para fortalecer o seu caráter” [5]. Capaz de construir desafios para desenvolver sua personalidade.
Viver em comunidade
Schoenstatt chama para ser comunidade, se tornar uma família, por isso as missões envolvem não somente ir às ruas, mas, o convívio comunitário, pois, isso “nos ajudar a descobrir e desmascarar todo o egoísmo e orientação individualista que possa haver em nosso interior e estar institucionalizada nas estruturas de nossa sociedade. Schoenstatt quer criar e forjar o homem autenticamente comunitário quer conseguir uma ‘comunidade perfeita’ em todas as esferas: na família, na Igreja, na sociedade, no trabalho”[6].
Pela prática do amor, viver em comunhão, criar vínculos e gerar sementes comunitárias por meio da vivência dos valores. “Por iniciativa do amor, pelo respeito no amor que se dá, a pessoa busca, em ultima analise, a comunhão do amor. O amor pessoal encontra sua complementação na resposta do tu e na comunidade de amor que dela resulta” [7].
Assim, o “Mãe de Deus” procura aplicar dentro das salas de aulas e no envolvimento com causas sociais a pedagogia do amor e da liberdade, pois, “o mistério mais profundo do amor consiste precisamente nesse profundo estar ‘no outro’ próprio do amor, na identidade mutua, ou comunidade de corações. A meta de nossa autoeducação e encarnar o tipo de homem novo que e capaz de estabelecer e cultivar esta comunidade profunda de amor”. [8]
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[1] e [3] A educação do amor humano na perspectiva do Pe. Kentenich
[2] Autoridade e confiança na educação: Pe. Jaime Fernandez
[4] e [5] Schoenstatt – movimento de educadores e de educação,
[6], [7] e [8] O homem novo um homem comunitário