Mulheres à disposição da Igreja para a transformação do mundo
Valda Perez – A União Feminina de Schoenstatt no Brasil comemora 50 anos de sua fundação em, 09 de março de 2019. “Considera tarefa sua a formação e a educação de verdadeiras personalidades a fim de pô-las à disposição da Igreja para a transformação do mundo”. [1]
“Que queremos ser? Comunidade de chefes, livre, moderna, apostólica, capaz de reagir em qualquer momento. Vocês devem acentuar a palavra ‘livre’… Nossas Irmãs de Maria e as Senhoras de Schoenstatt contraem vínculos jurídicos. Nós somos livres; porém, não dizemos que vivemos sem vínculos; em nosso caso, trata-se de uma variedade de vínculos ascéticos… Juntamente com a consciência de estado devemos acentuar fortemente a consciência de liberdade”. [2]
A Comunidade se desenvolveu a partir de 1965, quando Unionistas da Alemanha, que trabalhavam como professoras nas escolas das Irmãs de Maria vieram à Santa Maria/RS, atendendo ao pedido dos Irmãos de Maria, para conhecer a Família de Schoenstatt brasileira e assim, inserir a União Feminina no Rio Grande do Sul.
As primeiras brasileiras
Em 09 de março de 1969, Anita Trevisan, Erna Schäfer, Lúcia Renzi, Dorvalina Severo e Ruth Aniceti se consagraram à Mãe Rainha como primeiro curso da União Apostólica Feminina no Brasil. Nomeada dirigente, Anita Trevisan, viajava frequentemente para muitos lugares em vários estados, ao encontro de novas vocações.
No ano de 1973, Anita chega a São Paulo e começa a candidatura do Segundo Curso. Através das indicações da Divina Providência, encontraram sua sede em Jaraguá, São Paulo, junto ao Santuário Sião, do Instituto dos Padres de Schoenstatt. A pequena Casa Mariengart, foi inaugurada pelo Pe. Franz Bezler, em 13 junho de 1974, na festa de Corpus Christi.
União presente no mundo
A Comunidade da União Feminina de Schoenstatt também está presente na Alemanha, Suíça, República Checa, Polônia, Áustria, Portugal, Argentina, Paraguai, Chile e Porto Rico, totalizando 220 membros. No Brasil, atualmente, é constituída por nove Cursos, abrangendo os estados de São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul, com 23 membros.
Fundação
A União Apostólica Feminina de Schoenstatt foi fundada, no dia 8 de dezembro de 1920. “Pouco depois de fundada a União Apostólica surgiram as primeiras moças interessadas. Foram as primeiras: a condessa Gertrud von Bullion e sua prima Maria Christmann.”[3]. Em 1921 realizou-se o primeiro encontro feminino que contou com 32 participantes.
“De ano para ano a União Feminina foi crescendo sempre mais em número e profundidade. A comunidade caracterizava-se por alto grau de exigências: fortes obrigações comunitárias, vinculação estreita ao ideal, fortes exigências apostólicas e santificação própria”. [4]
Ideal
FAMÍLIA PATRIS IN LIBERTATE ET MAGNANIMITATE PRO ECCLESIA
(FAMÍLIA DO PAI, EM LIBERDADE E MAGNANIMIDADE, PARA A IGREJA)
Como Maria, vivemos nossa vocação ancorada nas colunas.
Da liberdade: “É para a liberdade que Cristo nos libertou“ (Gl 5, 1).
Da magnanimidade: Como a mulher exemplar Maria, a Mãe de Jesus, dizer um sim livre e generoso para os desafios de cada dia: na profissão, no engajamento social e eclesial, na família natural e em nossa Comunidade espiritual.
Símbolo da Comunidade
“Duas mãos entrelaçadas… O que simbolizam estas duas mãos? A Aliança de Amor! Que mãos são? Minhas mãos, nossas mãos… Imaginem agora: “Mão da Mãe de Deus, Mão do Salvador, Mão de Deus Trino”. (Pe. José Kentenich).
“Onde se acha o Espírito do Senhor, aí está a liberdade“ (Cor 2, 3-17). Com a dedicação do Santuário, em Pentecostes, de 1967, pelo Pe. José Kentenich, a União Feminina abraçou como sua a missão especial, viver com o Espírito Santo e anuncia-lo na Igreja e na sociedade.
O modo de ser mulher segundo o Pe. José Kentenich:
- Uma mulher que reconhece seu próprio valor e tem posse de si mesma;
- Uma mulher que dá um colorido pessoal àquilo que faz e diz;
- Uma mulher com um estilo de vida orientado
pela dignidade da pessoa numa sociedade em que
o ser humano é sempre mais reduzido a objeto;
“Uma mulher para a qual não importa tanto ‘funcionar’ para os mecanismos produtivos como possuir um ‘plus de relações vitais’” (J. Kentenich).
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[1] a [4] Pe. Victor Trevisan, livro: Movimento Apostólico de Schoenstatt, Introdução Histórica, volume 1