Santuário de Araraquara vive a alegria pascal
Iris Marcomini / Fernando Valderrama – O Santuário Tabor Morada da Alegria Vitoriosa, de Araraquara/SP, celebrou o tríduo pascal de 18 a 20 de abril, junto com toda a Igreja. A solenidade, durante os três dias, foi presidida pelo Pe. Paulo Henrique Borges, da Diocese de São Carlos/SP, acompanhado pela Família de Schoenstatt e por diversos peregrinos.
Recordando a Ceia do Senhor, na qual Jesus instituiu os sacramentos da Eucaristia e da Ordem, Pe. Paulo Henrique se colocou inclinado para lavar os pés dos apóstolos. “Nosso Senhor revela, através desse gesto, qual é o rosto de Deus, qual é a atitude de Deus em relação a nós que somos seus filhos. É um Deus que se despe humano, para significar que, na nudez, ele se reveste de serviço. Aqui há algo totalmente novo. Nosso Senhor não nos pede para que o sirvamos, mas que nós sejamos servidos por Ele; e, sendo servidos por ele, possamos também servir o outro”.
No encerramento desse primeiro dia do tríduo, Pe. Paulo conduziu todos em procissão até o Santuário, onde Jesus permaneceu exposto para iniciar a adoração eucarística.
O dia da Paixão
A Sexta-feira Santa mergulhou todos os presentes na narrativa da Paixão de Jesus. Logo cedo a Família de Schoenstatt e os peregrinos se reuniram à sombra do Santuário para a Via Sacra. Pouco a pouco os encartes com as passagens bíblicas da Paixão ganhavam mãos e a cruz processual tinha passos definidos: os fiéis começam a caminhar pelo jardim e pela rua do Santuário, contemplando as estações da Via Sacra. Todos puderam refletir, também, sobre as cruzes atuais da sociedade. A última estação foi recordada na porta do Santuário, levando a contemplar a alegria da ressurreição de Jesus Cristo e celebrar sua vitória sobre a morte.
Às 15 horas, no segundo dia do tríduo, o Pe. Paulo Henrique Borges acentua esse momento da morte do Senhor como um momento de vida. “Em Jesus só há vida, não há morte. Por isso, nós não podemos fazer a leitura da Paixão num sentido de tristeza. A leitura da Paixão é um conto de núpcias, de um esposo, de um rei. É um nascimento”.
Pe. Paulo Henrique também diz que “Jesus não é vítima; ele é aquele que assume a Cruz. Vai de encontro a ela e a carrega como um troféu, com o qual vencerá”.
Morreu de amor e de amor ele ressuscita!
No fim da tarde do Sábado Santo, quando aparecem as primeiras estrelas no céu, iniciou-se o terceiro dia do Tríduo Pascal. Durante a Vigília, Pe. Paulo Henrique recorda que “no coração dos discípulos pairavam o medo, o desespero, a desconfiança, porque eles não concebiam, de modo algum, que aquele que morreu na Cruz ressuscitaria”. Ele continua: “Pode ser esse também o sentimento que nós temos ante as tribulações da vida. Quem de nós já não passou por situações difíceis? Por tribulações que nós mesmos chegamos a dizer: ‘Olha, eu não sei se eu sairei dessa situação!’? Esse é um olhar material, o olhar que não está inserido na fé, portanto, não está nutrido de esperança”.
Seguindo a reflexão, o sacerdote questiona “em quais momentos eu reconheço e faço a experiência de Deus?” Ele elenca algumas respostas:
-Quando eu me reparto e sou alimento para o outro.
-Quando eu socorro os necessitados.
-Quando eu sou aquela mão que é estendida no caminho para levantar aqueles que estão caídos e firmar os passos daqueles que estão com os passos vacilantes…
Ele conclui dizendo que “nós devemos buscar nossas escolhas não naquilo que está morto. Não devemos baixar os olhos para o chão, mas sim manter o olhar fixo no alto. Devemos estar com os olhos fitos no Senhor, assim como os olhos dele estão fitos em nós”.
Na festa do Cristo ressuscitado, o Santuário transborda em alegria vitoriosa por um novo início no Espírito Santo. “O Senhor rompe as fortes cadeias da morte e frustra o poder e a astúcia do demônio. Plena de júbilo, o vês transfigurado e belo, como nós, um dia, ao ressuscitarmos, nas alturas do céu. Dá que nossa alma se alegre nesta fé e arda em chamas nosso amor” (Rumo ao Céu, 351).
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Fotos: Iris Marcomini / Mario Takanage / Julieide Simões