Desafios, superação e muito amor para chegar à Casa da Mãe
Alisson Blanka / Karen Bueno – Correndo “para os Braços da Mãe”, um grupo de mais de 60 pessoas participou da 1ª Corrida da Mãe e Rainha, desde a cidade de Vespasiano/MG até o Santuário de Schoenstatt de Confins/MG. O evento, realizado gratuitamente nesse domingo, 5 de maio de 2019, teve como intuito proporcionar às pessoas a oportunidade de unir atividades físicas e espirituais, enriquecendo “corpo” e “espírito”. Os participantes – que em grande maioria não são atletas – venceram o sol quente, seus limites próprios e um percurso difícil de 13 quilômetros.
A corrida iniciou com a Missa, presidida pelo Pe. Lauro Elias de Oliveira, na Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes, em Vespasiano. Pe. Lauro convidou os atletas para subirem ao altar, onde os abençoou e abençoou também o evento e as medalhas. Os organizadores da corrida foram então convidados a coroar Nossa Senhora de Lourdes, consagrando esse momento.
A corrida começou exatamente às 9h20min. Até nesse momento os céus ajudavam: o sol algumas vezes castigava, mas, em grande parte, as nuvens brancas aliviavam o calor. Durante o percurso, moradores aplaudiam, dançavam e incentivavam todos os participantes. Por ser um evento gratuito, foram disponibilizadas 60 inscrições, com direito a medalha e camisa da corrida. Mas, quando as vagas foram preenchidas, vários atletas ainda queriam se inscrever e fizeram questão de participar do evento, mesmo sabendo que não ganhariam medalha ou camisa – isso se deu principalmente pela temática religiosa e pela corrida começar com uma missa, com a benção especial aos participantes e terminar dentro do Santuário da Mãe e Rainha.
Uma corrida para todos
Dois atletas tiveram as dificuldades elevadas em um grau maior. Oscar Capucho é cego e é também um grande atleta, bailarino, ator, diretor e professor. Durante o percurso ele teve como guia o triatleta Saulo Lotti. Juntos venceram todo o trajeto de 13 quilômetros sem muita dificuldade.
Já Viviane Ferreira enfrentou barreiras um pouco maiores. Ela é cadeirante e também participou da corrida. Alisson Blanka foi seu guia durante o evento e teve a ajuda de Diego Souza, também como guia. Mas não foram só os dois a ajudar. No percurso de 13 km, os atletas atravessavam por três vezes a linha férrea. Nesse momento uniam-se mais quatro atletas para carregarem a cadeira de rodas, até passarem ao outro lado dos trilhos. Durante as subidas, que eram muito íngremes e longas, os atletas também ajudavam a empurrar, puxar e a incentivar os demais – com essa união, venciam todas as dificuldades.
A certa altura da corrida, a roda esquerda da cadeira empenou e o medo de não aguentar chegar ao destino final foi grande. Mas, mesmo assim, continuaram e venceram. No final do evento, ao dobrar a cadeira, perceberam que a porca que segurava a roda direita tinha se perdido no caminho, ou seja, essa roda estava completamente solta e uma leve pressão poderia tê-la soltado. Ao remontar a cadeira, as rodas simplesmente caíram e não foi mais possível utilizá-las. Todos ficaram anestesiados, acreditando que suas preces, orações e a fé permitiram que não acontecesse algo de ruim durante o trajeto. Desde o início sabia-se que a cadeira não era ideal para a prática esportiva, no entanto, era a única que teriam para utilizar – e fizeram isso da melhor forma que foi possível.
Sob aplausos, lágrimas e emoção
Essa corrida foi de fé e de superação, da maneira mais simples e bonita que poderia ser. A chegada ao Santuário da Mãe e Rainha foi sob aplausos, lágrimas e emoção. “Chegamos e choramos. Conseguimos! Vencemos as adversidades e nossa fé nos guiou”.
Nessa corrida participaram atletas de várias localidades, como Vespasiano, São José da Lapa/MG, Pedro Leopoldo/MG, Belo Horizonte/MG, Lagoa Santa/MG e São José do Almeida/MG. O evento foi organizado pela Blanka Academia, com participação das equipes Pé de Serra e Corre Lagoa. Os membros do grupo ‘Jovens em Missão’, da igreja matriz de Vespasiano, ajudaram na organização e também deram apoio antes e durante a realização da corrida. Foi mais que um evento esportivo, foi um evento de fé.
Para o ano que vem pretende-se repetir essa corrida, com o mínimo de 200 inscritos tendo direito a camisa e medalha. Ela fortaleceu a fé de muitos e uniu tantos outros em um único objetivo: ajudar uns aos outros em um momento de fé. Como dito em Mateus (18, 20), “onde estiverem dois ou mais reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”.
Amei participar do evento. Nossa Mãe rogai por nós