Com o Decreto autorizado pelo Santo Padre, Papa Francisco, reconhecendo o milagre atribuído à intercessão de Irmã Dulce, a Beata será, em breve, proclamada Santa numa solene celebração de canonizações. O Papa Francisco recebeu em audiência, nessa segunda-feira 13 de maio, o prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal Angelo Becciu, na qual autorizou o Dicastério vaticano a promulgar esse e outros decretos (veja todos os outros).
A causa de Canonização de Irmã Dulce, conhecida como o “Anjo bom da Bahia”, foi iniciada em janeiro de 2000. Em outubro de 2010, a Congregação para a Causa dos Santos reconheceu a autenticidade de um milagre atribuído à sua intercessão e assim, no dia 22 de maio de 2011, ela foi beatificada em Salvador/BA. Na ocasião, passou a ser reconhecida com o título de “Bem-Aventurada Dulce dos Pobres”, tendo o dia 13 de agosto como data oficial de celebração de sua festa litúrgica.
Biografia
Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em 26 de maio de 1914, na cidade de Salvador. Foi uma criança cheia de alegria junto aos seus pais e os dois irmãos. Aos sete anos, em 1921, perde sua mãe, chamada Dulce, que tinha apenas 26 anos. A vocação para trabalhar em benefício da população carente teve a influência direta da família, uma herança do pai que ela levou adiante, com o apoio decisivo da irmã. Aos 13 anos, graças a seu destemor e senso de justiça, Irmã Dulce passou a acolher mendigos e doentes em sua casa, transformando a residência da família num centro de atendimento. A casa ficou conhecida como ‘A Portaria de São Francisco’, tal o número de carentes que se aglomeravam à sua porta. Também é nessa época que ela manifesta, pela primeira vez, o desejo de dedicar-se à vida religiosa.
Em 8 de fevereiro de 1933, logo após a formatura como professora, Maria Rita entra para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, na cidade de São Cristóvão/SE. Em 13 de agosto de 1933, recebe as vestes de Irmã Missionária e adota, em homenagem à sua mãe, o nome de Irmã Dulce.
Desde o início, seu olhar sempre esteve voltado aos pobres. Já em 1935 dava assistência à comunidade pobre de Alagados – conjunto de palafitas que se consolidara na parte interna do bairro de Itapagipe. Nessa mesma época, começa a atender também os operários que eram numerosos naquele bairro, criando um posto médico e fundando, em 1936, a União Operária São Francisco – primeira organização operária católica do estado, que depois deu origem ao Círculo Operário da Bahia. Em maio de 1939, Irmã Dulce inaugura o Colégio Santo Antônio, escola pública voltada para operários e filhos de operários, no bairro da Massaranduba.
Em 1949, Irmã Dulce ocupa um galinheiro, ao lado do Convento Santo Antônio, com um grupo de 70 doentes. A iniciativa ficou gravada na memória do povo baiano, sempre recordando que a construção do maior hospital da Bahia surge a partir de um simples galinheiro. Já em 1959, é instalada oficialmente a Associação Obras Sociais Irmã Dulce e no ano seguinte é inaugurado o Albergue Santo Antônio.
Em 1980, Irmã Dulce ouvia do Papa João Paulo II o incentivo para prosseguir com sua obra. Eles se encontraram novamente no dia 20 de outubro de 1991, na segunda visita do Sumo Pontífice ao Brasil. São João Paulo II fez questão de quebrar o rigor da sua agenda e foi ao Convento Santo Antônio visitar a religiosa baiana, cuja saúde já se encontrava bastante debilitada em função de problemas respiratórios. Cinco meses depois Irmã Dulce faleceu, em 13 de março de 1992, pouco antes de completar 78 anos.
Com informações de vaticannews.va/pt e irmadulce.org.br