“O que seria de Schoenstatt sem nossas mães?” (Pe. José Kentenich)
Evanir Grohmann / Ir. M. Rosequiel Fávero – O Santuário Tabor, em Santa Maria/RS, foi palco de festa no sábado, 18 de maio de 2019. Cerca de 250 senhoras, de seis dioceses do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, celebraram os 70 anos do início da Liga de Mães de Schoenstatt no Regional Sul.
A festa foi muito aguardada e preparada pelo ramo, que desde abril do ano passado reuniu lideranças e dirigentes para planejarem um itinerário de preparação e o dia da festa.
Nos meses de férias, as dirigentes se dedicaram à ‘tarefa de casa’: pesquisar e registrar a história do Ramo das Mães na sua diocese e localidade. Todas cumpriram sua tarefa e o “Presente Jubilar” foi ofertado à Mãe de Deus durante uma das vivências da Jornada Regional – um registro que ficará guardado para as futuras gerações.
Sete décadas de uma linda história
Em 18 de maio de 1949 foi realizada a primeira reunião de mães em Santa Maria. Esse momento histórico ocorreu em uma das salas da Casa de Retiros, tendo como palestrante a Ir. M. Teresinha Gobbo. O início do ramo, no Regional Sul, foi por solicitação de Elda Martelo Viero que, após fazer um retiro pregado pelo Pe. Celestino Trevisan, ficara encantada com o mundo de Schoenstatt. A Sra. Elda residia na cidade de Passo Fundo/RS e a distância (cerca de 300 Km), a saúde precária, o trabalho ou dificuldade alguma a impedia de assumir a Liga recém-iniciada e que a encantava. Foram 24 anos de dedicação incansável até 1973, quando, exaurindo suas forças físicas, partiu para a eternidade.
Seu grupo formou a Geração Triunphatrix, que se manteve fiel durante os tempos difíceis do exílio do Fundador, transmitindo às gerações futuras a preciosa herança da ‘Chama Sacrifical’, símbolo com o qual o primeiro grupo de Mães do Regional Sul se consagrou à MTA, na presença do Pe. José Kentenich, em outubro de 1949.
Chegou o momento de celebrar
70 anos após essa primeira reunião, chegou o momento de a Liga de Mães prestar sua gratidão às heroínas pioneiras e de celebrar as ‘Bodas de Vinho’ do regional. As mães de Santa Maria, anfitriãs, formaram equipes. Para Bodas de Vinho, o vinho da verdade, do amor e da alegria não poderia faltar na acolhida, na palestra, na vivência e em tantas outras atividades. Sua cor também deveria estar presente em painéis, flores, decoração, lembrancinhas e até no vestuário. Tudo pensado? Mãos à obra!
Na sexta-feira, véspera da jornada, as caravanas dos locais mais distantes começaram a chegar. No sábado, ainda de madrugada, os outros grupos foram chegando e, às 7h30min, estavam todas diante do Santuário Tabor para a oração da manhã. Logo após deu-se um festivo café com boas vindas e saudação às caravanas.
Que se renove sempre de novo o vinho da fidelidade, do amor e da missão
As mães passaram de mão em mão a “Chama Sacrifical”
Ir. M. Sára Vincensi teve a tarefa de fazer a única palestra do evento, iniciando com as palavras do Pai e Fundador, em 1966, para as mães: “O que seria de Schoenstatt sem nossas mães?” Ir. M. Sára entregou nas mãos das participantes a ‘Chama Sacrifical’ original, que o Fundador recebeu das mães pioneiras, em 18 de outubro de 1949. Enquanto a palestra era desenvolvida, cada mãe pode receber esse símbolo em suas mãos e fazer seus pedidos e agradecimentos. Foram momentos de emoção, alegria, gratidão, entrega…
Em seguida da reflexão, uma vivência contou a história do Ramo de uma forma leve, mas emocionante. Num gesto significativo, uma Mãe de Schoenstatt e sua neta, Apóstola de Maria, fizeram a entrega da coroa à Mãe de Deus, comprovando que ‘somos fruto e somos semente’, pois nos ombros da geração atual pousa a responsabilidade de transmitir a missão às gerações futuras.
Com Cristo nos tornamos Custódias de Ouro
A Missa festiva foi presidida pelo Pe. Clécio Almeida, do clero da Arquidiocese de Santa Maria. Na sua homilia, fez a relação entre a custódia e a eucaristia: “Somos custódias de barro, por nossa fragilidade humana, mas com a presença de Cristo tornamo-nos, por sua graça, custódias de ouro”.
Na hora do almoço, um grupo de Irmãs de Maria fez uma homenagem a todas as mães presentes, com um canto de gratulação. Um brinde em pequenas taças, com o símbolo da Custódia, reforçou as palavras da Ir. M. Sára sobre o ‘Vinho da Verdade e do Amor’.
Às 14 horas todas se reuniram na Capela Tabor para a Adoração e Benção do Santíssimo Sacramento, concluída com uma procissão eucarística até o Santuário Tabor, onde renovaram a Aliança de Amor como Liga de Mães de Schoenstatt do Regional Sul.
Doce envio, com sabor de missão
Um coquetel alegre e familiar encerrou a Jornada. A Liga de Mães de Santa Maria quis prestar uma homenagem à Elda Viero, sua primeira dirigente. Ela era exímia doceira e suas delícias eram bem conhecidas pelos schoenstattianos de sua época. Sua marca registrada eram os merengues (suspiros) que viajavam, em caixas, a todos os lugares do Brasil onde havia grupos de mães ou Irmãs de Maria. Como lembrança, cada mãe recebeu uma caixa dessa guloseima com uma pequena mensagem.
Na hora da partida, várias mães não continham as lágrimas.
Evanir Grohmann, dirigente diocesana em Santa Maria, resumiu assim a jornada jubilar: “Foram emoções que marcam a alma para sempre. Estávamos todas envolvidas por uma mesma causa, um mesmo ideal. Mães de perto e de longe, que chegaram de ônibus, de carros ou de vans e aqui deixaram uma doce saudade. Ao nos afastarmos, nos sentimos mais próximas, mais irmanadas. Durante a Jornada, a Mãe de Deus cuidou de tudo com seu olhar atento, como em Caná. E podemos imaginar nosso Pai e Fundador alisando a barba de felicidade e nos abençoando”. Suas palavras também já projetam o futuro: “[Essas vivências] nos deixaram motivadas para o grande jubileu de 75 anos, em 2024, nesta terra de Santa Maria”.
Fotos: Marcia Kazumi