Começa hoje, em Roma, o XI Fórum Internacional da Juventude. Cerca de 250 jovens, de mais de 110 países, participarão do encontro, intitulado “Juventude em Ação em uma Igreja sinodal”. A representante de Schoenstatt, Hemma Strutz, da Áustria, e Lucas Galhardo, do Brasil, nos contam mais detalhes.
Por que o Dicastério para o Leigos, a Família e a Vida está organizando esse encontro?
Lucas Galhardo – Este Fórum é como um “Pós-Sínodo”. Entendo que ele tem o objetivo de ver as respostas dos jovens quanto ao Sínodo e à Exortação Christus Vivit, os frutos que vêm sendo gerados e, principalmente, motivar e impulsionar este concretizar sinodal. Sem dúvida também será um grande momento de encontro, partilha de experiências, realidades e culturas.
Acho muito boa essa preocupação do Papa Francisco com todo o processo Sinodal, desde o início, o durante e o pós encontro. Como o próprio Papa Francisco disse em seu discurso [i], que o trabalho do Sínodo não seja mais um documento para que poucos leiam e muitos critiquem.
Eu, particularmente, acredito que o mais importante de todas as etapas é este encontro pós-sinodal, é reunir todas as conclusões, reflexões e sugestões que ressoaram nas base, nas realidades locais. Ali é que as coisas verdadeiramente acontecem.
Por que é importante que Schoenstatt participe desse Fórum?
Hemma Strutz – Em muitas ocasiões, tive a oportunidade de experimentar a Juventude de Schoenstatt como uma Família Internacional. Cada vez que visitava um Santuário de Schoenstatt diferente, me sentia muito bem acolhida e parte de algo muito maior. Uma unidade no esforço e os corações em chamas, conectados na Aliança de Amor e em Cristo, apoiados pela oração e pela amizade. De certo modo, isso também é válido para a Igreja (jovem) em geral.
Todos nós, jovens, compartilhamos o desafio diário de dar testemunho de Cristo. Não é fácil estar só com a fé, especialmente na escola e na universidade, onde, como jovens, ainda procuramos por Deus, por seu plano de onipotência e sabedoria para nossas vidas.
Experimentei o quão difícil é estar na sala de aula e me sentir só com a minha fé em Cristo. Em algumas, ou na maioria, das minhas aulas na universidade, senti que eu era a única que era católica e defendia os valores cristãos. Depois de um tempo e depois de ter a coragem de mostrar abertamente que sou católica, descobri que há outros sentindo o mesmo.
Nunca estive realmente só. Sempre tive Cristo, a MTA, o Movimento de Schoenstatt… e quando o Movimento não estava presente ao meu redor, havia a juventude paroquial.
Juntas, como Juventude Feminina (o mesmo acontece na Juventude Masculina), crescemos na fé, compartilhamos nossas lutas e nos apoiamos mutuamente. Nós nos apoiamos no desenvolvimento de nossa personalidade, aprendemos a ver (observar), ganhamos coragem para falar e tentar mudar certas atitudes. E assim o fogo ardente continuou crescendo e brilhando em nosso coração. Então, se estamos “sozinhos” novamente em alguma situação, sabemos que há um grupo de amigos que nos apoiam.
Esse aspecto de grupo, ou Família, eu experimentei muito fortemente no Movimento de Schoenstatt. Esta é uma das riquezas que temos em nosso Movimento e que podemos compartilhar, também trazer novas experiências conosco. Outro aspecto que o Movimento de Schoenstatt traz consigo é que os próprios jovens dirigem o movimento juvenil, acompanhados pelos assessores. Essa independência da juventude é um ponto que podemos compartilhar também.
Qual sua expectativa para o encontro?
Hemma Strutz – Este é um Fórum Internacional da Juventude, é uma reunião de jovens de tantas culturas diferentes, movimentos, experiências de êxito e de fracasso, modelos de melhores ações unidos em uma mesma missão. Internacionalmente os jovens têm diferentes desafios e podemos compartilhar nossas experiências e aprender uns com os outros, nos conhecermos uns aos outros e motivar-nos uns aos outros para alcançar altos ideais. Também olhar para trás e ver como o Sínodo dos Jovens teve um impacto em outros países e como podemos ir adiante a partir dele.
Lucas Galhardo – Sinto que será um excelente Fórum e mais um grande passo de sinodalidade, dos jovens exercerem seu protagonismo e co-responsabilidade eclesial. Eu estou participando porque o Dicastério convidou os auditores jovens do Sínodo; então vou com essa missão de transmitir a experiência sinodal aos demais.
Peço as orações de toda a Família para este Fórum, pela Hemma, por mim, pelo Pe. Alexandre, Papa Francisco e toda a Igreja, para que este espírito sinodal de caminhar juntos alcance os corações de cada vez mais pessoas no mundo.
[i] Discurso de abertura do Sínodo dos Bispos sobre a Juventude