Deus é amor e só quer o melhor para nós!
Ir. M. Nilza P. da Silva – A Igreja celebra hoje uma festa muito importante: A exaltação da Santa Cruz, pois foi nessa data, no ano 320, que o madeiro da cruz de Cristo foi encontrado na Terra Santa. Desde então, suas partes foram divididas entre algumas igrejas de Roma e de Jerusalém. Mas, por que esse madeiro é tão importante?
Na cruz contemplamos o amor infinito de Deus
Ao nos inclinarmos diante da Cruz não o fazemos por causa de seu valor material e nem adoramos a um pedaço de pau, mas, a vemos como um sinal do grande amor misericordioso de Deus para conosco. Adoramos a Jesus, que ao carregar a cruz assumiu e expiou todos os pecados do mundo. Como disse o Papa Francisco, em 14 de setembro de 2014, ao olhar para a “Cruz onde Jesus foi pregado, contemplamos o sinal do amor infinito de Deus para cada um de nós e a raiz da nossa salvação. Daquela Cruz vem a misericórdia do Pai que abraça o mundo inteiro.”
A cruz é sinal de que, assim como foi com Jesus, toda dor é apenas um caminho que antecede a Páscoa, a vitória da vida, a ressurreição gloriosa. Carregando a pesada cruz e nela sendo crucificado, Jesus é para nós a encarnação do amor do Pai, que estende sua mão e nos livra de todo o mal: somos filhos vitoriosos!
Deus quer me dar uma graça muito especial
O sofrimento faz parte da vida humana, não há como fugir dele. Em nosso tempo, há algumas filosofias de vida que promete somente alegria e prosperidade. Mas, quando se quer fazer de conta que o sofrimento não existe, se foge da realidade e se nega o amor de Deus. Deus é verdadeiramente Pai e seu plano de amor para conosco está muito acima do que conseguimos abranger com nossa inteligência. Precisamos crer no seu amor e na sua Divina Providência. Pe. Kentenich diz: “Qual é a reação quando a cruz e o sofrimento nos sobrevêm? Deus quer me dar uma graça muito especial… O que importa é que meu coração esteja profundamente convencido de que Deus é amor.”¹
É por amor que Ele permite que soframos, para que vivenciemos a alegria da vitória. O Papa Francisco reflete: “Quando acolhemos o Deus de Jesus Cristo, descobrirmos que reconhecer a nossa fragilidade não é a desgraça da vida humana, mas a condição para abrir-se Àquele que é realmente forte… Isto nos faz aceitar nossa fragilidade e rechaçar os ídolos do nosso coração”.²
Só quem é movido pelo Espírito Santo carrega a cruz com alegria
“Para distinguir se uma pessoa é guiada pelo espírito do mundo ou pelo Espírito Santo, basta observar sua reação no sofrimento. Pois, só quem é movido pelo Espírito Santo consegue ser alegre também quando está sofrendo,” explicava muitas vezes em suas palestras, o Pe. Irineu Trevisan. Uma prova disso é a admiração das pessoas pela alegria irradiante do Pe. Kentenich, quando visitavam em seu lugar de exílio, nos EUA. Carregando a pesada cruz, que a Igreja colocara sobre seus ombros, ele disse a um grupo de jovens: “Diante de Deus somos crianças pequenas e singelas, crianças que olham o rosto amoroso do Pai e com confiança ilimitada se colocam como instrumentos desvalidos em suas mãos de Pai.”³
Quem se deixava educar pelo Fundador era logo conduzido ao amor e a alegria de carregar a cruz. João Luiz Pozzobon mostra-nos que isso é verdade. Ao contar sobre as proibições para seu trabalho com a Mãe Peregrina e os insultos que ouvia, o fazia sem mágoas no coração, mas, na alegria de um filho que confia no amor do Pai. Ele disse: “Depois que começaram as cruzes de que lhe falava, transformei-me em criança de espírito. Quando eu sempre tinha esse ‘espírito’ do grande sacrifício de Cristo, que carregava a Cruz e fez aquilo pelo amor de todos… Então, da minha pequena parte, também queria me incluir, também cooperar um pouco no sacrifício.”4
Nesse dia da Santa Cruz, peçamos a Mãe e Rainha que nos conceda essa docilidade ao atuar do Espírito Santo, para que encontremos o amor do Pai atrás de cada sofrimento, nos alegremos em participar na missão de Jesus e confiemos na vitória!
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¹ José Kentenich, 3.9.1949. Livro: “Abrigado em Deus Pai”
² Papa Francisco, audiência em 8.8.2018
³ Testemunhos de Ir. M. Petra. Livro: Um encontro com o Padre Kentenich
4 João Luiz Pozzobon. Livro: 140.000 Km a caminho com a Virgem