Um beato entre os primeiros jovens que iniciaram o Movimento Apostólico de Schoenstatt
“E hoje em Limburgo/Alemanha, é proclamado Beato Pe. Richard Henkes, um sacerdote palotino, morto por ódio à fé em Dachau, em 1945” – diz o Papa Francisco após rezar o Ângelus com os fiéis reunidos na Praça São Pedro neste domingo, 15 de setembro de 2019. O Papa deseja que o exemplo desse novo Beato seja “um sustento também para nosso caminho de santidade”.
Quem é Pe. Richard Henkes?
Richard nasceu em 26 de maio de 1900, em Ruppach, uma aldeia perto de Montabaur, na Alemanha.
Com a intenção de tornar-se missionário Palotino em Camarões, transferiu-se, em 1912, para Vallendar, onde conheceu o Pe. José Kentenich, seu diretor espiritual. Ali, o jovem participou com entusiasmo da vida recém-nascida da Congregação Mariana, da qual se tornou diretor do setor missionário.
Henkes foi, portanto, um dos jovens que acompanhou o início da Obra de Schoenstatt. Ele pertencia à primeira geração de estudantes com quem o Pe. José Kentenich, então espiritual, fundou Schoenstatt.
Vocação sacerdotal
Em 1918, Richard foi recrutado para o serviço militar, em Darmstadt. No ano seguinte, concluiu seus estudos e entrou para a Comunidade dos Padres Palotinos. Em 1921, emitiu seus primeiros votos religiosos, após ter passado por uma crise espiritual. Em 1925, foi ordenado sacerdote em Limburgo. Pe. Richard Henkes foi docente nas escolas Palotinas de Schoenstatt.
Advertências da Gestapo
Em 1941, o Vigário geral da Congregação, Pe. Nathan Von Branitz, atribuiu-lhe o cargo de administrador da paróquia de Strandorf. Devido às suas atividades e sermões contra o nazismo e contra as condenações de assassinatos de inocentes, foi alvo das autoridades alemãs. Por isso, recebeu várias advertências da Gestapo.
Deportação para Dachau
Enfim, em 8 de abril de 1943, Pe. Richard foi preso pela Gestapo. Em 10 de julho do mesmo ano, foi deportado para o Campo de Concentração de Dachau, onde foi submetido a trabalhos forçados, em condições desumanas. Não obstante, permanecendo firme na sua fé, compartilhava sua comida com outros detentos, aos quais dava força e coragem.
Em Dachau, conheceu e conversou muito com o então professor Josef Beran, que, mais tarde, se tornou cardeal-arcebispo de Praga. Com seu professor, aprendeu a língua tcheca para ser capelão no Oriente depois da guerra.
Epidemia e morte
No fim da guerra, eclodiu em Dachau a epidemia de tifo. Em 11 de fevereiro de 1945, Pe. Richard foi um dos voluntários alemães a assistir aos enfermos, apesar de saber do risco mortal que corria por causa da epidemia. De fato, após algumas semanas, ele também foi acometido pela doença. Após cinco dias, faleceu em 22 de fevereiro de 1945.
Beatificação
A Missa de Beatificação foi presidida pelo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o Cardeal Kurt Koch, no início da tarde deste domingo, 15 de setembro de 2019. Cerca de 1.500 pessoas participaram da solenidade na Catedral de Limburgo. Pe. Henkes foi beatificado como “Mártir da Caridade”.
Juntamente com o bispo diocesano, Dom Georg Bätzing, e o superior geral dos palotinos, Pe. Jacob Nampudakam, estiveram presentes vários bispos da Alemanha e de outros países, assim como sacerdotes e autoridades políticas. Também estava na cerimônia o Padre de Schoenstatt Vinzenz Henkes, sobrinho do Beato Pe. Richard Henkes
O Cardeal Koch descreve Pe. Richard Henkes como “uma figura maravilhosa de um cristão credível, que testemunhou a fé”. O bispo Georg Bätzing, de Limburgo, enfatizou a Henkes como um homem interiormente livre e defensor apaixonado da dignidade do indivíduo: “Somente personalidades livres são capazes de escapar das tentações do espírito dos tempos e seguir o caminho de Cristo”.
21 de fevereiro será o dia de lembrança do Beato Padre Richard Henkes na liturgia da Igreja.
Veja mais fotos da beatificação no site da Diocese de Limburgo: bistumlimburg.de
Com informações de vaticannews.va/pt e schoenstatt.de