Em Jacarezinho: Missionários à exemplo de João Luiz Pozzobon
Álvaro Coutinho – Quando se entende o papel de ser missionário, cada pessoa começa a perceber as muitas oportunidades que Deus e a Mãe colocam para servir, ir ao encontro do outro e também, de alguma forma, ir ao encontro de si mesmo. É da legítima cultura do encontro que estamos falando. Sim, ser missionário é ir ao encontro dos que mais precisam e, ao mesmo tempo, também é encontrar-se consigo mesmo – isso a partir das inúmeras histórias, testemunhos e vivências que se experimenta e se partilha durante as visitas e as missões.
Entendi a missão e por ela minha entrega foi total
Respondendo a esse chamado, o Grupo Missionário João Luiz Pozzobon, do Santuário Tabor Fundamento de Schoenstatt no Brasil, em Jacarezinho/PR, realizou as Missões Familiares 2020. Este ano a Missão foi permeada de muita gratidão, pois celebrava-se suas “bodas de madeira”, ou seja, o quinto ano de missões, em caráter familiar, a partir deste Santuário. E a alusão às bodas veio bem a calhar, pois até matrimônios nasceram a partir dessas missões.
Na edição de 2020, o grupo foi inspirado a imergir na vida, obra e missão do Sr. João Luiz Pozzobon, recordando os 70 anos do início da Campanha da Mãe Peregrina de Schoenstatt. O exemplo de Pozzobon é uma força motriz e inspiração para todos os que partem, com a imagem da Mãe Peregrina, ao encontro das famílias. Com o anseio de segui-lo, como exemplo, os missionários adotaram como lema a frase: “Entendi a Missão e por ela minha entrega foi total”.
Minha casa, meu campo
Neste ano as Missões Familiares de Jacarezinho foram um pouco mais breves do que as dos outros anos. Iniciou na sexta-feira, 21 de fevereiro, com a Santa Missa de envio, presida pelo Pe. Deilton de Souza, atual assessor da Juventude Masculina de Schoenstatt do Regional Paraná, e terminou no dia 23. Pe. Deilton e as assessoras Ir. M. Vilma Vassoler e Ir. M. Inêz Donati acompanharam os 52 missionários que chegaram de diversas cidades e duas dioceses.
Na Missa de envio todos ficaram emocionados com as leituras e o evangelho proclamados nesse dia: “Assim como o corpo sem o espírito é morto, assim também a fé, sem as obras, é morta” (Tg 2, 26). O trecho foi de encontro ao trabalho que estavam iniciando: missão é ação e exige resposta. O campo missionário, este ano, foi a “nossa própria casa”, ou seja, uma região bem próxima ao Santuário – bairro Jardim Panorama, um local desprovido e necessitado de muitas coisas.
Com essa iniciativa, a comissão central percebeu que, muitas vezes, não é necessário ir tão longe para encontrar quem mais precisa de ajuda, de uma palavra ou de alguém que os escute e reze com eles. Também compreendeu que é necessário dar testemunho perante os parentes, amigos, colegas, vizinhos e a todas as pessoas conhecidas e as não conhecidas. “Não fazemos missão, somos uma missão viva – e temos que cumpri-la”, esse era o espírito que reinava entre todos.
A Família Araújo (Antônio Carlos, Erotilde, Maria Eduarda e Maria Helena) é prova disso. Eles são da cidade de Ubirajara/SP, local onde aconteceu a última edição da Missão Jovem de Schoenstatt, vinculada ao Santuário de Jacarezinho. Neste Carnaval, eles aproveitaram os dias para também serem missionários: “Para nós, fazer missão em família foi uma experiência única. Missionar é sair da nossa zona de conforto e levar Jesus e a Mãe ao próximo. O que nos marcou também foi a vivência em comunidade, a importância da união, do respeito e da doação um para com o outro; era nítida a presença do Espírito Santo. Só temos a agradecer a Deus e a todos os nossos irmãos missionários por essa vivência maravilhosa”.
No domingo pela manhã, como parte das contribuições ao Capital de Graças, os missionários conquistaram, para a Mãe, uma coroa e também um cetro, coroando-a como RAINHA DA MISSÃO. Esse gesto aconteceu em gratidão pelos anos de missões, reconhecendo a realeza e poder da MTA e consagrando a ela todo essa rica atividade apostólica das missões, para que nunca acabe.
“Para mim, essas missões foram muito especiais, ainda mais que nosso ‘Santuário comunidade’ – como sempre temos nas missões – foi o nosso próprio Santuário [de Jacarezinho]. Isso foi uma honra, aumentou ainda mais nosso vínculo a ele”, comenta Ana Julia Soares, da Juventude Feminina de Schoenstatt de Abatiá/PR.
A missão não pode parar
O “evento” Missões Familiares culminou com a missa, às 16 horas, no domingo. Mas a “missão”, no sentido amplo da palavra, não termina, é algo vital para o dia a dia. Ao mesmo tempo, todos saíram abrasados por um forte desejo de continuar algo nesse bairro tão próximo do Santuário. “Para virmos ao Santuário, passamos por eles (pelo bairro Panorama); não podemos ignorar, eles estão ali, eles precisam de nós”, relatou um dos missionários. A Ir. M. Vilma também comenta: “Precisamos de uma Missão continuada nesse bairro e isso não será difícil, já que são nossos vizinhos. Devemos acompanhá-los durante todo o ano, desenvolver ali atividades não só apostólicas, mas também projetos sociais, trazê-los a ter mais contato com o Santuário”.
Como cooperadores de Deus e da Mãe, os missionários querem colorir o mundo com a presença de Maria, como fez João Luiz Pozzobon. Para isso, a partir das Missões, assumem sua vocação missionária para difundir e expandir essa vida em Aliança que os une a Deus e à Mãe, mas, de maneira especial, os une como pessoas e como irmãos.
Fotos: Comissão Central das Missões 2020