“Eu comecei a notar os valores da Via Sacra. […] e sempre quando andava para fora, assim, nos campos, caminhando, eu sempre tinha esse ‘espírito’ do grande sacrifício de Cristo, que carregava a Cruz e fez aquilo pelo amor de todos… Então, da minha pequena parte, também queria me incluir, também cooperar um pouco no sacrifício” (João Luiz Pozzobon) [1]
Ir. M. Rosequiel Fávero – Como já acontece há 34 anos, no primeiro domingo da Quaresma, um grupo de devotos reza a Via Sacra, partindo do Santuário Tabor, em Santa Maria/RS, até a Vila Nobre da Caridade. Esta Via Sacra foi idealizada pelo Servo de Deus João Luiz Pozzobon (que acompanhou a confecção das peças de cada estação), mas só foi concretizada depois de sua morte, ocorrida em junho de 1985. Desde lá, no primeiro domingo da Quaresma e na sexta-feira santa, a Via Sacra é realizada com sol ou chuva. Em 2020 realizou-se no dia 1º de março.
O Terço dos Homens Mãe Rainha, de Santa Maria, assume há alguns anos a responsabilidade pela Via Sacra, que conta com a participação de integrantes do Movimento Apostólico de Schoenstatt local, de peregrinos do Santuário e devotos de João Pozzobon.
Em 2020, o grupo saiu ainda com poucos participantes do Santuário Tabor, mas foi recebendo, ao longo do caminho, mais e mais pessoas, chegando à última estação com quase 100 participantes.
Na Vila Nobre da Caridade o grupo participou da Santa Missa, presidida pelo Pe. Clodoaldo Kamimura, que aprofundou o sentido do sofrimento de Cristo diante das tentações no deserto: com isso, “Jesus quer vencer a autossuficiência humana, diante de Deus, pela obediência”.
Os sofrimentos que Jesus passou, continua dizendo o Pe. Clodoaldo, geraram méritos para toda a humanidade. Da mesma forma, “a Via Sacra que nós fizemos também traz essa mensagem: eu, fazendo essa Via Sacra, estou distribuindo graças a muitas outras pessoas que não estão aqui. Essa é a realidade daquilo que a gente chama, na Igreja, de Corpo Místico de Cristo, a Comunhão dos Santos”. Em outras palavras, “o que eu cometo de pecado afeta o corpo, logo, se um membro sofre, todo o corpo sofre; mas também, quando um membro conquista méritos e graças, todo o grupo ganha – esse é o sentido de estarmos rezando uns pelos outros”, ele conclui.
No Ano João Pozzobon a Via Sacra ganha um sentido ainda mais especial seguindo os passos do “Peregrino de Maria”. Pozzobon dá o exemplo e ensina a amar e seguir a Cristo de corpo e alma, dando tudo pela missão.
Fotos: Carlos Iop
[1] 140.000 Km a caminho com a Virgem. Pe. Esteban Uriburu. Editado pelo Instituto Secular dos Padres de Schoenstatt