Na força da Aliança, Cristo nos convida a subir a montanha, a estar próximo dele neste tempo!
Estimados irmãos e irmãs do Movimento Apostólico de Schoenstatt!
Estamos vivendo grandes desafios, como sociedade. Não imaginávamos que, em algum momento, teríamos que nos retirar drasticamente dos afazeres diários e articular um outro ritmo de vida diária. São desafios que não têm classe, cor, gênero e limites geográficos. Um tempo que convida a nos unirmos por uma causa comum. Dependemos uns dos outros. Uma verdadeira solidariedade de destinos.
O momento atual nos leva a formular muitas perguntas. Para algumas surgem respostas rápidas e práticas, para outras ficam grandes interrogações e conclusões! Entre elas, sempre nos damos conta do quanto somos frágeis e dependemos uns dos outros, também Daquele que nos criou: Deus Pai! Somente Nele a vida tem sentido, explicação e finalidade.
Em Jesus Cristo encontramos o sentido da vida presente, das alegrias, das esperanças e, também, o sentido da dor por aqueles que partem.
Na narração da subida de Jesus ao Monte Tabor (Mc 9,1-13), vemos a alegria dos apóstolos e, em seguida, um grande desafio. Jesus convidou os apóstolos: Pedro, Tiago e João e levou-os até o alto de uma montanha. Ali transfigurou-se, mostrando-lhes sua Divindade. Essa experiência dos apóstolos fez com que eles se maravilhassem, quisessem ficar por ali e construir três tendas. As coisas de Deus nos maravilham. Dão-nos segurança e sentido! Mas, ao mesmo tempo, Jesus os convida a partir novamente para vida, descendo a montanha. A vida se faz ao caminhar. Na verdade, ela é um caminho para o Pai! Antes de descerem o íngreme caminho, Jesus lhes proíbe que contem o que viram e sentiram, até que ele tivesse ressuscitado dos mortos. Antes, ele teria que passar pelo sofrimento. Assim é também conosco, o sofrimento também faz parte de nossas vidas.
Ao fazermos o caminho da vida, sempre tememos o sofrimento. Ele nos tira do conforto e estabilidade e nos lança nas incertezas e inseguranças. Esse foi também o caminho de Jesus (Deus), o Emanuel, entre nós.
Hoje, nos encontramos nas incertezas, instabilidades e inseguranças. A vida confortável que planejamos já não dá a segurança de uma vida feliz. Vemos que a felicidade é um dom de Deus. A felicidade, sentida pelos apóstolos no alto do Tabor, deu-lhes segurança! Mas, o caminho da vida tem suas dificuldades e sofrimentos, que não foram contemplados nos nossos planejamentos. Os apóstolos foram convidados a viver a esperança em Deus, na vida do dia a dia, até o dia da Ressurreição, onde Deus mostrou sua glória sobre as atrocidades da vida.
Com Jesus Cristo, queremos fazer este caminho enfrentando as dificuldades com esperança, fortalecendo-nos na solidariedade, com os irmãos e irmãs, exigida hoje para manter o dom da vida.
Vamos olhar para o Cristo – Tabor que vai ao encontro do sofrimento, anunciado na descida da montanha, neste tempo que se aproxima à Páscoa e meditar sua entrega definitiva. O seu sofrimento é a resposta para cada um de nós, para os nossos sofrimentos diários e para o sentido da vida, pelo qual muitas vezes nos perguntamos! Nenhuma gota de lágrima derramada de nossos olhos, será esquecida por Deus!
Nós, Assessores do Movimento Apostólico de Schoenstatt, neste tempo que antecede a Sexta Feira Santa, convidamos vocês a unirem-se a todos os que nutrem um profundo amor por Jesus Cristo e por sua Mãe Santíssima, a oferecer os acontecimentos diários ao Capital de Graças e acompanhar com oração esses dias que antecedem a celebração dos mistérios pascais, Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo.
Na Sexta Feira Santa, na liturgia da Paixão do Senhor, às 15 horas, acontece a entrega sofredora de Cristo, na cruz, para a redenção de cada um de nós. Vamos acompanhar a transmissão pelas mídias. Queremos nos unir solidariamente a Ele neste mistério. Em nossos lares, fazer a adoração da Cruz, como Igreja que reza e sofre junto com Cristo.
Como símbolo, vamos utilizar para a adoração da cruz, se possível, a Cruz da Unidade em nossos Santuários Lares. Nela vemos o Cristo-Tabor, que morre ao lado de sua Mãe Maria. Vemos Maria, com seu coração cheio de dores e incompreensões. Maria representa cada um de nós. Os sentimentos dela, no alto da cruz, hoje são os nossos!
Sugerimos que, em preparação a Celebração da Paixão do Senhor, nos unamos, como Família de Schoenstatt do Brasil, oferendo nossas contribuições ao Capital de Graças e rezar, diariamente, uma das seguintes orações:
a) Uma dezena diária do Rosário, dos mistérios dolorosos
ou
b) A Oração do Rumo ao Céu: 196 – 200.
Agradecemos as várias iniciativas surgidas neste tempo de dificuldades, que unem as pessoas em oração. Isso mostra que, mesmo em tempo de reclusão, “Schoenstatt em saída” é real e permanente.
Nos mantemos em orações uns pelos outros e com o Pai Fundador rezamos:
Tu nos salvaste de grandes aflições,
A ti nos uniste com fiel amor:
Eu te agradeço,
Eternamente quero dar-te graças
E, em amor, a ti me consagrar inteiramente.
Amém.
Veja a carta em PDF
Pe. Vandemir J. Meister
Diretor Nacional
Movimento Apostólico de Schoenstatt
01 de abril de 2020.