Sueli Vilarinho – Existia um desenho animado, nos anos 1984 e 1987, que fixava o olhar ao futuro e em tudo o que a tecnologia poderia alcançar. Tendo como tema a “Era Espacial”, a série introduziu no imaginário, da maioria das pessoas, o que seria o futuro da Humanidade: carros voadores, cidades suspensas, trabalho automatizado, toda sorte de aparelhos eletrodomésticos e de entretenimento, robôs como criados e tudo que dá para se imaginar do futuro.
Tudo isso se tornou realidade
Os carros inteligentes foram anunciados, pela empresa Tesla, já com o protótipo que voa, já temos os carros voadores, como o Drone (veículo aéreo não tripulado), que já é utilizado, desde armas de espionagem, até em várias formas de segurança pública.
Aqui, veremos como que por meio de uma câmera, acoplada em um drone, para conseguir fazer ver imagens aéreas de diversos ângulos.
Em questão, temos o avanço da pandemia do Coronavírus (Covid-19), que se iniciou em Wuhan na China, em dezembro de 2019. Se fosse anos atrás, estas informações iriam demorar para chegar dentro de nossas casas. Mas, a tecnologia, querendo ou não, afeta diretamente a sociedade com um enorme fluxo de informações em tempo real.
Sobrevoando com um drone e observando os países, os estados, os bairros e as casas, veremos uma aceleração de informações e também de ansiedade. No caso atual, a tecnologia desafia a privacidade e o excesso de informações contamina e afeta a saúde das famílias, gerando medo e ansiedade.
Com o drone familiar, podemos nos afastar um pouco e olhar as informações. Três pontos chamam a atenção:
A cultura midiática de informar mais: Parece uma corrida, em grandes centros jornalísticos, que impõe um tipo de abordagem sensacionalista e não imparcial do fato em si.
A cultura da desinformação política e a ausência de conhecimento de estratégias de guerra nos colocam em desvantagem sobre ações individuais, para manipulação do povo. Aqui me refiro a alguns governantes, que aproveitam da situação de pandemia para fazer campanhas políticas e são respondidos com agressão, vinda de seus opositores políticos. Uma situação que gera insegurança e medo.
A cultura da sobrecarga emocional. Stress, medo, a desconstrução da família pela mídia e a falta de tempo sobrecarregam ainda mais a família, pois elas já enfrentam, desde ameaças reais de assaltos, a superproteção aos filhos (pela fragilidade e medo) e a falta de tempo para o convívio familiar, que gera insegurança, depressão e introspecção (isolamento).
Destes três pontos de vista, sobrevoando com o drone familiar, poderemos ser mais observadores de como somos bombardeados de informações: realistas e também supervalorizadas, que modificam o interior de cada casa, umas mais e outras menos, de acordo com sua fragilidade emocional.
Usando o drone da confiança familiar, como Igreja peregrina, nos distanciemos, vamos subir e olhar desde o céu… A Igreja peregrina na terra vive da consoladora certeza que lhe dá o Senhor: “Estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt 28).
Olhando de cima temos o exemplo da família de Nazaré: “No silêncio operoso daquela casa, onde Maria, junto a José é Mãe pela fé e discípula de Jesus, guarda no coração e confronta as palavras entre si e os acontecimentos que a Ele se referem” (cf Lc 2,19.51); e quando não compreende todo o alcance de alguns gestos do filho (cf Lc 2,50) abandona-se a fé pura.
A realidade do Coronavírus e seu contágio pode ser minimizado pelo distanciamento social, pela obediência às leis em vigor, pela união de atitudes que visem o bem dos mais vulneráveis. Mas, também encontrar apoio no exemplo daquela que acreditou nas palavras do Anjo Gabriel: “Nada é impossível para Deus”(Lc 1,37).
Drone da Divina Providência: Se o padre José Kentenich estivesse aqui, iria pilotar esse drone, com facilidade, e nos levaria a ter um olhar focado no Deus da vida. Mas, ele também colocaria Maria à frente, pois ela tem a missão de educar. Porém, ela jamais nos pode educar e conduzir a esta altura, se de nossa parte não a amarmos sincera e intimamente.
Tudo o que ela pôde fazer por Jesus, quando vivia na terra, ela quer ser e fazer, hoje e até o fim dos tempos, por todos os seus filhos. Por isso, ela nunca nos perde de vista, com seu drone.
Ela conhece todas as nossas necessidades, grandes e pequenas, guarda-as em seu coração e as leva a Jesus e ao Pai celestial.
O sacrifício comum, por uma grande causa, nos une mais profunda e intimamente, para o proveito das coisas em comunidade. Agora, estamos restritos a este convívio. Mas, em nossas debilidades, com seu amor misericordioso, Deus nos convida para que façamos uma súplica filial: “Todavia, não se faça o que eu quero, mas, sim, o que tu queres”(Mt 26, 39).
Fontes consultadas:
Fazei tudo o que ele vos disser- Ed. Paulinas 1985
Uma fonte no deserto- Pe Celestino Trevisan – Ed Raboni 1985
Su, excelente texto…. fiquei apaixonada por esta leitura, depois de ler tantos sensacionalismos, exageros, tristezas profundas e até revoltas… encontrei-me com este tão bem escrito e situalizado.
Obrigada, fiquemos unidos. Assim como nosso Pai, venceremos! Unidos somos mais fortes!
Que nossa Querida Mãe Rainha nos proteja e nos afaste desta pandemia física, moral e espiritual que o mundo vive. Amém!