Ir M Rosequiel Fávero – Todos os anos a Sexta-feira Santa toca os corações dos católicos, seja os que participam ativamente das suas comunidades, seja os que somente neste dia ‘aparecem na igreja’. Em muitas paróquias, até é comum que a igreja se encha mais na Sexta-feira da Paixão do que no Domingo de Páscoa, onde o momento do ‘beijo na cruz’ se reveste de uma sacralidade única. Mas, neste ano, em que ninguém poderá ‘aparecer na igreja’, como será nossa Sexta-feira Santa?
Da cruz, Deus nos fala
Na audiência desta semana, o Papa Francisco disse que vivemos, em 2020, a Semana Santa na ‘igreja doméstica’ da família e que, nesta igreja, ‘a cruz é a cátedra da qual Deus nos fala’: “Nos fará bem olhar o crucifixo, em silêncio, e ver quem é o nosso Senhor: é Aquele que não aponta o dedo contra ninguém, mas abre os braços para todos; que não nos esmaga com a sua glória, mas se despe por nós; que não nos ama em palavras, mas nos dá a vida em silêncio; que não nos obriga, mas nos liberta; que não nos trata como estranhos, mas assume os nossos males, os nossos pecados. Para nos libertar dos preconceitos sobre Deus, olhemos o crucifixo e depois abramos o Evangelho.
Tomar nas mãos a Cruz e o Evangelho
Nestes dias, todos fechados em quarentena e em casa, tomemos essas duas coisas nas mãos: o crucifixo, vamos olhá-lo, e abramos o Evangelho. Isso será para nós, digamos assim, como uma grande liturgia doméstica, pois não podemos ir à igreja nesses dias. Crucifixo e Evangelho.”
Muitos de nós temos nosso Santuário Lar, onde a cruz tem um lugar de destaque e todos, com certeza, se já não tem seu Santuário Lar, tem um lugar especial nas suas casas para a imagem da Mãe e Rainha e para o Senhor crucificado.
Seguindo o que disse o Papa Francisco, somos convidados, nesta Sexta-feira Santa, a colocar em evidência a cruz que temos ali. Encontrar um momento e um espaço apropriado para reunir-nos, como família, para recordar e celebrar a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Para quem se interessar, a Comissão de Liturgia da CNBB disponibilizou um roteiro para celebrar a Sexta-feira Santa em família.
No regaço da Mãe, ao pé da Cruz
Como Família de Schoenstatt do Brasil, recebemos a sugestão, da Central Nacional de Assessores, de colocarmos a ‘cruz da unidade’ no centro desta celebração familiar. Pe. Vandemir Meister, Diretor Nacional do Movimento, escreve: “Como símbolo, vamos utilizar para a adoração da cruz, se possível, a Cruz da Unidade em nossos Santuários Lares. Nela, vemos o Cristo-Tabor, que morre ao lado de sua Mãe Maria. Vemos Maria, com seu coração cheio de dores e incompreensões. Maria representa cada um de nós. Os sentimentos dela, no alto da cruz, hoje são os nossos!”
Assim, unidos a Cristo e Maria na sua entrega ao Pai, por nossa salvação, em nossa celebração familiar, entreguemos a Ele também as dores, inseguranças e desafios deste tempo tão atribulado. No regaço da Mãe e aos pés de Jesus, na cruz, encontraremos forças para cantar: “Vitória, tu reinarás! Ó cruz, tu nos salvarás!’