Sexta-feira Santa da Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo
Pe. Francisco Lemes – “Agora, estás suspenso entre o céu e a terra, para que surja uma nova criação de amor; a Onipotência se tornou indizivelmente pobre, porque teu amor é tão profundo e ardente”, assim reza o Pe. José Kentenich. (Rumo ao Céu, 311)
A entrega do Filho ao Pai, no Espírito, por nós, expressão suprema de amor
Amou até o fim! As cenas e relatos do Calvário são fortes, expressivas, com poucas, mas, densas palavras e gestos. Diante dos relatos, cabe-nos refletir profundamente até que ponto chega o amor de Deus por nós. Ele poupou Isaac de Abraão, mas não poupou seu Filho, filho de Maria.
Isaías traça um perfil de Jesus, Servo Sofredor, impecável em detalhes. O salmo nos lembra o Senhor, que confiante, entrega ao Pai seu espírito! A carta ao Hebreus revela-nos Jesus, o verdadeira Sumo Sacerdote, que não oferece sacríficos de animais, mas a si mesmo, como vítima perfeita e única ao Pai e, assim é reparada a culpa de nossos pais, que recaiu sobre nós.
O drama da Paixão nos faz ver o quanto esse Amor ainda não é amado, como dizia São Francisco de Assis. Fazer memória deste Ato de Amor deveria ser para todo cristão uma experiência profunda de amor, que ao fim desta cerimonia saíssemos envolvidos por tamanho amor a fim de torná-lo conhecido e amado.
Nunca esse amor gritou tanto, como na realidade em que vivemos. De nossas casas, acompanhamos pelos meios sociais de comunicação. Creio ser a Hora desse Amor se revelar e nos curar de todo o mal, que foi se instalando pouco a pouco em nossa vida moderna, afastando nosso olhar do Crucificado, a ponto de não mais o reconhecer. Com o Pai e Fundador, Pe. José Kentenich, podemos rezar: “Toda vez que, com amor, contemplo tua cruz, quero deixar de confiar no dinheiro e nos bens e me entregar, livremente, por inteiro, com a mente e o coração, a ti e à Mãe” (Rumo ao Céu, 315).
“Eis ai a tua Mãe!” Antes de entregar seu espírito e dar por consumado seu Ato de Amor, Jesus Abandonado nos entrega sua Mãe! Como que, antevendo, que ao longo da vida humana precisamos dela, ao pé de nossa cruz, ao cimo de nossos calvários. No-la deu com amor e Ela nos aceitou como filhos. A partir de então, ela nos tomou como sua “ocupação predileta”. Por isso, nosso Pai e fundador reza e pede por nós: “Aqueles que ignoram Maria que, segundo o plano do Pai, deve estar sempre a teu lado, não compreendem a plenitude de tua obra, nem toda a sua força e inteira luz” (Rumo ao Céu, 314).
Maria esteve junto do Filho e estará junto a nós, nos ajudará a mergulhar no amor do Filho, que nos fará redescobrir nosso ser filhos do Pai, que no Batismo recebemos e que as coisas do mundo nos afastam desse presente do amor paterno eterno e incondicional. Como não deixou seu Divino Filho sozinho, Maria não deixará a sós, quem com Ela selar a Aliança de Amor.
Que a cerimonia, desta Sexta-feira Santa da Paixão e Morte do Senhor, de maneira extraordinária, renove nosso amor a Jesus, que sempre nos ama por primeiro. Contemple o Crucifixo que há em sua casa, passe-o nas mãos dos que estiverem em casa. Detenha-se, por alguns minutos, em contemplação e veja com que amor você é amado. Você vale a Vida do Filho de Deus e de Maria!